Mas este jogo de xadrez do Governador Sérgio Cabral e seu colega, Prefeito Eduardo Paes, não deu certo. O povo carioca ignorou e lotou a Avenida Presidente Vargas, da Candelária ao prédio da Prefeitura. Uma festa com a Hino Nacional e todos em uma só voz: ... "Foda-se a Copa", "Nunca foi sobre 20 centavos", "Queremos um Brasil melhor", "Queremos educação", "Queremos saúde", "Fora Cabral". Estes gritos e os escritos dos milhares de cartazes dos manifestantes não foram ouvidos e vistos pelos canais de televisão no Brasil - a Globo ou os canais dos evangélicos, por exemplo. Eles estavam em busca de violência. Mas os manifestantes foram pacíficos e cantavam com alegria.
Finalmente os repórteres dentro dos helicópteros ganharam as imagens que queriam: uma dúzia de criminosos ou frustrados destruindo grades e o Terreirão do Samba ao lado do Sambódromo, no Catumbi, bairro já castigado por abandono. Mas estes caras não foram manifestantes. A polícia militar, com seu quartel ao lado, deixou o vandalismo acontecer. E os helicópteros da imprensa brasileira ganharam as suas imagens espetaculares que queriam. Finalmente quando outros vândalos atacaram a Prefeitura, a polícia atuou com bolas de borracha, gás lacrimogêneo, spray de pimenta. Vários manifestantes foram vítimas.
Quem faz vandalismo não é manifestante!
Na sexta pela manhã, jornais publicaram: "A confusão se alastrou por várias ruas da região e deixou um rastro de destruição e pelo menos 44 feridos ou intoxicados e sete detidos. As cenas de guerra civil se repetiram na cidade, como havia ocorrido na segunda-feira, com depredação, saques, incêndios e violência da polícia e de manifestantes."