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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Não há solução? Subversão!

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quarta, 09 Junho 2010 02:00

Andoni Basrrigorri

Está acabando o tempo das cedências, o tempo em que se jogava a ser revolucionário e anticapitalista, termina o tempo dos bolcheviques de postal e de pandeireta, estamos numa época difícil, mas apaixonante, complicada, mas entusiasmadora, e é que nestes primeiros anos do século XXI estamos assistindo ao ocaso definitivo do capitalismo.


Quiçá mas de uma pessoa que leia estas linhas possa pensar, que quem escreve isto é um ser alucinado que considera que a revolução socialista esta aí, ao alcance de uma pedra, e que as possibilidades de assistirnis triunfantes a um assalto dos céus são tão ínfimas como faz 15 anos, mas nada mais afastado da realidade.

É o próprio sistema capitalista, quem é plenamente consente da veracidade de todo o que aqui se expõe e não por acaso se há algum setor em que não há desemprego e terá mas ofertas de emprego vai ser o setor das empresas de segurança e das chamadas forças de ordem pública.

O sistema capitalista, prepara-se, para prosseguir com o despojo e o roubo sistemático organizado e por isso esta se pondo as pilas, aumentando as forças repressivas e cortando direitos fundamentais da classe operária que custaram decénios, muito suor e muito sangue conseguir. Faz-nos retroceder a princípios do século passado quase, em quanto a condições de trabalho, acabou o estado de bem-estar e aqueles que gerem o capitalismo são a cada dia mais audazes pedindo aos estados mais e mais cortes sociais.

Os "democratas", actuam de uma forma a cada vez menos democrática, as diferentes polícias tem a cada dia mas e mas concorrências e preparam-se a cada vez melhor para os anos que vêm aí, que vão ser de pau e cacete. Eles e só eles são os democratas e se faz dez anos, Jarrai (juventude abertzale de esquerda) foi ilegalizada porque foi acusada de bando terrorista, pelo simples fato de organizar politicamente a juventude basca; logo se ilegalizarão movimentos sociais, que pelo fato de organizarem a classe operária por seus direitos, serão acusados de "terroristas". Todo o que questionar o capitalismo e a democracia burguesa, será "terrorista", porque o critério que estes exploradores têm para diferenciar um democrata de um terrorista é muito singelo: Apoias o capitalismo, ainda que assassine milhares de pessoas todos os dias? És um democrata; és contra o capitalismo, ainda que uses só métodos pacíficos e legítimos como a mobilização popular e social? És um terrorista.

O Estado capitalista conhece perfeitamente suas funções e para que foi criado e a resposta é muito simples, garantir a continuidade de um sistema econômico explorador, desumano, injusto e assassino.

Onde esta o triunfo do capitalismo? Em África, onde milhões de pessoas se arrastam rodeados de moscas até morrer de fome e de inanição? nos arrabaldes de Nova York ou de qualquer cidade do mundo capitalista onde se amontoam as pessoas pobres às que só lhes fica como saída a delinquência ou esperarem resignados a misericórdia de qualquer ONG cúmplice do estado?

Quiçá o triunfo do capitalismo este nessa coleção de meninos com grana, que em breve vão jogar o campeonato de futebol, mesmo ao lado das favelas mas pobres da África do Sul e que depois querem deslumbrar-nos com seu carros e casas?

Será que o capitalismo conseguiu uma sociedade justa, de bem-estar? As classes médias, base majoritária do sistema, as que se têm endividado por completo e tem hipotecas daqui a 35 anos, agora vêem o lado B da moeda e contemplam temerosas, como seus trabalhos fixos, não são tão fixos como julgavam, que é possível que se vejam de na rua e que as pensões que esperavam em sua cômoda aposentação, estão em risco?E nestas condições como pago eu a hipoteca? Dizia-me faz duas semanas um temeroso parceiro de trabalho? mas esse mesmo cara estivo 20 anos de sua vida votando no PSOE, apoiando as CCOO e defendendo a morte essa Espanha que hoje diz que o trai.

Claro que o trai Espanha. E a classe operária grega foi traída pela Grécia. Mas centremos-nos em Espanha, a qual é um Estado capitalista, que acima de todas as coisas, afora patriotismos, sua função é defender às classes exploradoras. Não é por acaso que os maiores patriotas tenhem seu dinheiro escondido em Andorra e outros paraísos fiscais! e disso teriam muito que falar meninos de boa família motoqueiros, corredores de carros e futebolistas da "roja" (seleção espanhola).

Tanto defender Espanha para isto? Mas que julgavas estar a defender, se não um Estado capitalista? A frustração das reaccionárias classes médias não tem limites e o pior é que o salto de CCOO ou o PSOE à extrema direita pode ser muito curto para eles. E é que é tempo para esta gente de defender o pouco que têm, em vez de culpar ao presidente de Petronor ou do BBVA ou do Santander?Petronor culpado de minhas desgraças?, mas se promociona o Athletic, proclamaram indignados alguns!! Culparam o operário imigrante e já esta criado o ambiente para que um Berlusconi qualquer por muito palhaço que for, saia ao cenário e triunfe. Essa é a triste perspetiva que temos.

Mas o pior não é tudo isto?o pior é o triste papel de tanto sindicato e tanta esquerda moderada, de tanto comunista de postal (uma coisa é pendurar fotos e postais de Lênin num site e outra fazer politica efetiva para derrubar o capitalismo..) é o dia de pôr as cartas em cima da mesa e de lutar frontalmente pelo socialismo e por uma mudança radical da sociedade em Euskal Herria.

Enquanto CCOO e UGT fazem o jogo ao sistema e seus sindicatos adláteres, com estúpidas escusas, pese a proclamar-se anticapitalistas, não apoiaram as mobilizações em Euskal Herria, desde maio do ano passado (não é verdade, CGT???) aqui a gente esta começando a passar mesmo mal. A classe operária e os setores populares não querem bonitos sites, cheios de retratos e proclamas dos clássicos do marxismo, o que precisam é uma política marxista, audaz e combativa, que mexa consciências e que leve as pessoas à rua, mas não a procissões, e sim combater o capitalismo.

Acabo-se o proclamar-se anticapitalista e depois fazer uma politica de opereta que causa hilaridade às classes opressoras, se acabo definitivamente ou ao menos se deve ter consciência disso e preparar as condições.

Em frente ao capitalismo só há uma saída e é o socialismo e as classes abastadas não no-lo vão a presentear, todo o contrário.

O socialismo é combate e é subversão, subversão para subverter o estado das coisas e combate, para arrebatar a quem nos oprime a titularidade dos meios de produção.

Não é uma linguagem de antanho, há que retomar a linguagem marxista e dizer as coisas por seu nome. Não há que lutar por um socialismo de rosto humano nem outras asneiras que inventaram os revisionistas, há que lutar por um sistema livre de homens, mulheres e povos livres e a isso se lhe chama socialismo com maiúsculas.

Os capitalistas têm-no claro e estão-se preparando para defender seus interesses e o que toca é se preparar para uns tempo de luta e de briga. Essa é a saída. Subversão!! Os irmãos e irmãs gregas ensinaram-nos o caminho e eles e elas mal começaram ao andar. Aqui em Euskal Herria nem sequer começámos?

A alternativa como disse Rosa é muito clara, socialismo ou barbárie, ela conheceu a barbárie e os capitalistas alemães a assassinaram, conheçamos nós o socialismo? é possível! Só é impossível se não lutarmos. E o capitalismo já esta começando a lutar, enquanto nós estamos pensando no mundial de futebol.


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