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Rute Cortiço

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Parágrafos lilás

Nem guerra entre povos, nem paz entre classes

Rute Cortiço - Publicado: Segunda, 24 Mai 2010 10:03

Rute Cortiço

24 de maio, dia da mulher antimilitarista.


Tradicionalmente, o movimento feminista sempre tem tido, em todas as suas vertentes, umha forte tradiçom antimilitarista e, de facto, o feminismo conseqüênte é irrencociliável com o militarismo, que é o máximo expoente da violência machista. A luita duns poucos homens é para submeterem o resto dos homens e todas as mulheres, enquanto o feminismo é um exercício diário de rebeldia e insubmissom.

Nom esqueçamos que os valores do exército som o patriarcado, o militarismo, a xenofobia, a homofobia, a obediência cega...

Exemplos das luitas antimilitaristas do feminismo som, por exemplo o acampamento de mulheres na Aérea Greenham en Berkshire, no Reino Unido, que se estableceu em 1981, depois de umha marcha de 180 km, até o 2000, polo fim da proliferaçom de armas nucleares. A sua manifestaçom de quase vinte anos chamou atençom mundial e conseguiu o apoio de milhons de pessoas em todo o mundo. Também é destacavel a participaçom das mulheres em mobilizaçons anti OTAN do Estado espanhol, já que ainda que em 1982 o PSOE tivesse ganho as eleiçons estatais sendo umha das suas promessas nom entrar na OTAN, em 1986, o Estado espanhol entrou.

No sistema patriarco-burguês nom existe nengum reparo ético em que os exércitos invasores descarreguem, mediante as formas mais atrozes, a sua carga machista sobre as mulheres do território a colonizar como se está a fazer no Afeganistám e no Iraque, onde mais de 10.000 mulheres fôrom violadas polas tropas estado-unidenses em quatro anos e onde a prostituiçom é umha empresa militar.

Ficou demonstrado que o terrorismo patriarcal é umha ferramenta utilizada polo exército quando chegam a nós as noticias sobre as violacions que realizam os militares, umha prática mais freqüente do suspeitado, som inumeráveis os casos de abuso e exploraçom sexual cometidos polas forças de 'paz'.

É sintomático do corporativismo patriarcal de organismos como a ONU, que se nega a condenar as violaçons que realizam os capacetes azuis, que incluem violaçons e todo o tipo de torturas sexuais a meninhas e mulheres de todas as idades, escravismo sexual, participaçom en redes de trata mulheres para prostituiçom, constituiçom e gestom de prostíbulos, transmissom massiva da SIDA e outras doenças venéreas, elaboraçom e distribuiçom de material pornográfico con menores e jovens das zonas, gravaçons de violacions de meninhas...

Esta é a cultura e a ideologia militar que com estes valores justifica a guerra e medidas de repressom social com a passividade e siliêncio do grosso da sociedade.

Nas guerras, a visibilizaçom das mulheres materializa-se entom através de violaçons dos seus direitos tanto nas próprias guerras como nos acampamentos de refúgio. Casos conhecidos som por exemplo o da guerra dos Balcáns onde, em 1991, cometiam-se violaçons em massa de mulheres, gravidezes forçadas e assassinatos dos homens de outros grupos étinos, culturais ou religiosos, ou a transferência de milhares de mulheres dos estados invadidos por parte do Exército japonês na última guerra mundial, conhecidas como 'comfort women', assim milhares de mulheres em países invadidos polo Japom como Taiwan, Filipinas, Coreia do Norte e do Sul, Indonésia e Malásia fôrom seqüestradas para serem utilizadas como prostitutas para os militares, fôrom assim seqüestradas, violadas e prostituídas, no ano 2000 criou-se um tribunal, O Tribunal Internacional de Mulheres por Crimes de Guerra para o julgamento da escravidom sexual a maos do Exército Japonês. É sabido também que o deslocamento de muitos homens a zonas de guerra tem que estar ligado aos altissimos níveis de prostituiçom, prostituiçom de caracter especialmente forçoso já que nom é estranho que as prisioneiras políticas costumeme desempenhar este papel.

Outro motivo polo qual as feministas devemos ser por definiçom antimilitaristas é já nom só o tratamento exterior que da o exército às mulheres que se nom também ao interno, isto é o tratamento às mulheres que ingressam no exército. Estas som humilhadas e obrigadas a assumir roles machistas levados ao extremo se querem ser respeitadas.

É importante e fundamental diferenciar de todos os jeitos os exércitos opressores dos exércitos de libertaçom. Até aqui constatamos que os primeiros suponhem a manutençom da opressom e exporaçom de todo o tipo, o nosso rejeitamento neste caso é total. Falar de exércitos de libertaçom é um tema completamente diferente, já que é precisamente a necessária resposta dos oprimid@s à violência e opressores, para acabar com a exploraçom e a opressom. Este é um debate necessário, no feminismo: que as mulheres sejamos antimilitaristas implica que sejamos em contra da utilizaçom da violência?, a resposta obvia é que nom. Os exércitos de libertaçom assim como as resistências fam parte da luita por um mundo melhor e mais justo, e luitar conseqüentemente por isso é supom acabar com todo o que o impede, com todo o que sustenta a violência institucionalizada, o terrorismo de Estado, o seu exército, a sua polícia... A participaçom das mulheres nos exércitos de libertaçom é importante, já que somos um sector triplamente oprimido que tem que luitar pola sua liberaçom, é importante também porque os valores que nos imponhem as mulheres som a submissom, obediência, a nom rebeliom... que som valores que nos tornam submisas e nos algemam à opressom.

Temos que ter em conta que a participaçom das mulheres em exércitos de libertaçom nom deve ser simples, já que estes som espaços de maioria masculina, nos quais os valores predominantes som masculinos, às vezes sexistas e machistas.

As mulheres falamos de paz, mas nom de umha paz que nos oprima, falamos de um contexto onde as mulheres nom sejamos objectos, nom fagamos duplas jornadas de trabalho invisibilizado, onde decidamos se queremos ser maes ou nom, onde tenhamos os mesmos direitos e as mesmas valoraçons, onde nom haja violaçons, onde nom morramos por abortos clandestinos, onde nom se exproprie o nosso corpo, onde sejamos protagonistas e nom subordinadas.

365 dias de luita antimilitarista!


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