Pronunciada durante o pleno extraordinário da quarta-feira, 11 de julho, em que explicou as razões que o levaram a socializar as perdas da fatal iniciativa privada financeira da gomina e ginásio com pulseiras masculinas incluídas, Rajoi disse uma das coisas que muitos sabíamos mas nunca escutáramos de ninguém do seu partido: são de direitas e não de centro.
Nessa nebulosa ideológica, de tira e põe, com FAES incluída, da qual a direita reacionária espanhola se disfarçou nestes últimos anos, por razões de pudor e porque achavam que era mais moderno, Rajoi sustentou o resgate da banca privada (com os nosso dinheiro) dizendo que não gostava, mas que não tinha alternativa.
Nas memórias do último comandante do campo de concentração de Auschwitz (witz em alemão significa brincadeira, já agora), Rudolf Hess, assegurava que a ele não gostava de gasear judeus, ciganas, etc... mas que não tinha alternativa.
Apesar de ser macabra a comparação, em 2012 ninguém pode sustentar e legitimar as suas decisões (sobre a próxima má vida das demais) nesse : «eu não quero mas não tenho alternativa».
É falsa, é uma mentira, a explicação do presidente espanhol segundo a qual o resgate bancário é para proteger as poupanças da gente e os postos de trabalho etc. O Fundo de Depósitos espanhol garante 100.000 euros a cada poupador, quantidade afastada da realidade das pessoas, pois poucos cidadãos deste Estado, e menos agora, têm essa quantidade no banco. Porque, então, não protegeram os das preferentes ou os incautos que compraram as ações de Bankia e perderam todo o seu dinheiro?
Que as sociedades actuais precisam dos bancos ninguém o põe em causa. A falência de Bankia, Novagalicia Banco e outros mais, unida à responsabilidade penal dos seus responsáveis, não custaria tantos trabalhos como os que vão custar estas medidas económicas... além disso, pelos vistos, não há outros bancos que «teoricamente» fizeram todo bem?
Podemos dormir tranquilos... Rajoi e os seus, além de liberais, de centro, «iupiguais» e supermodernos, são de direita, Rajoi dixit.