Fizeram-no em pé de igualdade, ou talvez não pelo peso exagerado e excessivo de uma normativa legal caduca, xenófoba e afastada da nossa tradição como Povo emigrado e emigrante.
Estavam aqui muitas e muitos mais dos que permanecem.
Sofrem, como nós, as inxurias de uns Governos vendidos ao Capital. Laiam-se de nunca terem votado, por não quererem senão por ter pisoteado esse direito de sufrágio, nunca universal na nossa Terra.
Mas aquelas e aqueles que levam três ou mais anos, que anseiam ter a sua situação administrativa regular encontram um balado tão alto, tão exageradamente excessivo como terem que arrumar um Contrato de Trabalho com uma duração mínima de um ano.
Se o Governo do PSOE foi quem promulgou essa "possibilidade" temos antes de continuar este breve apuntamento o seguinte. Que é em realidade a exigência poder atingir a autorização de residência depois de ter estado 3 anos sem autorização? Pois é, clarísimamente e sem demagogias, uma piscadela mais do extinto governo de Zapatero ao Patronato. É como se lhe dissesse: .
Ainda bem que o Constitucional restituiu -malia o desgosto do PP de Aznar- os quatro direitos fundamentais que se conculcaram. Por mais de dois anos o direito a associação, sindicalização, denúncia e manifestação desapareceram do marco legal da população imigrante irregular.
Ainda assim, não são poucas as vezes que os políticos de plantão sujam e contaminam o nosso imaginário coletivo com a utilização do termo de pessoa ilegal. Pois é estranho a direito comum, não existem pessoas ilegais, em todo o caso existirão atos delitivos que possam ou não ser penados, e no Código Penal argumentar-se-á esta afirmação.
Além do presente que PSOE e PP fizeram ao patronato, pensemos que na Galiza nos anos 2008/2009 teríamos aproximadamente entre 25 mil a 30 mil Companheiras e Companheiros imigrantes sem autorização administrativa (incluindo as suas famílias).
Pois bem, os cortes que nós sofremos, contra os que nos levantamos e mobilizamos são demonstrações evidentes de que é urgente e é preciso por ética, princípios e pelas nossas vidas que nós vamos à Greve Geral. Mas quero salientar que é a Imigração, aquela que aportou enquanto -as condições sócio-económicas eram favoráveis- as achegas às arcas públicas que outros, e não elas e eles, deram em esquilmar.
A hipótese de perderem a assistência sanitária é já uma realidade, está no nosso consciente coletivo como uma gota das que debrocam a nossa paciência. As pessoas imigrantes olham como deixam de ter um direito por decreto, como nós, sem direito a súplica ou reposição.
Para mais, as Subdelegações de Governo, que deixam bem às claras que são os Virreinatos da Espanha, exigem para obter a sua autorização de residência ou para renovar a mesma que demonstrem ganhar 400% do IPREM.
Parece uma percentagem alta, e é-o.
Supõe que mensalmente o salário que deve ganhar uma trabalhadora ou trabalhador é de 2.130,04€.
E a isto acrescenta-lhe -pôr atenção- que sem o cobro desta quantidade não fica acreditado que diponha de meios económicos suficientes para residir no Estado espanhol.
A esta tremenda afirmação que insulta grossamente as nossas inteligências, contra a que devemos levantar as nossas vozes acrescentam que se "adverte de que está obrigada/o a sair deste país no prazo máximo de quinze dias desde o momento em que se lhe notifique a presente resolução denegatória".
Pois não conclui o nosso enfado e raiva quando olhamos que estão a recusar a residência a menores de idade, com mães e pais titulares de autorização de residência permanente (já que a estas e estes não lhes periga a sua residência) por falta de salário, pois como todas e todos sabemos, em geral e amplamente, não percebem um salário de 400% do IPREM.
Contra a Lei de Imigração, mobilizemo-nos!!
Todas e Todos somos Classe Operária Galega!!
1º de Maio 2012