Nesse mesmo artículo e tomando as palavras de Sanchez Gordillo no congresso do SAT, já falou que nom demoraria em termos mortos, conseqüência da violência do capitalismo nesta fase em que pretende impor reformas e cortes às ja minguadas condiçons de vida da classe operária e setores populares. O capitalismo vascongado e espanhol, e também o doutras naçons como a Galiza e os Països cataláns, tem já bem definido o seu roteiro e vai tentar impô-lo ainda que custe mortos e centenas de feridos.
Nom é a intençom deste escrito dizer "Vedes? Já vo-lo tinha dito!", mas, com certeza, os acontecimentos nestas úlimas semanas, sim venhem confirmar que o Estado burguês e opressor espanhol tem toda a intençom de utilizar a violência para impor as medidas ordenadas pola grande banca, o patronato e a rede capitalista mundial. E ao Estado já se estám a ligar, de forma mais ou menos entusiasta, as burguesias direitistas das naçons sem Estado. Ponta de lança o PNV e CIU que, sem dúvida, uns com o seu apoio descarado e outros con seu o silêncio cómplice, se tornam peças fundamentais da rede capitalista espanhola.
As cenas de violência policial de Barcelona ponhem os cabelos de qualquer pessoa em pé. O uso excessivo do material antimotim, a enorme quantidade de detidos e feridos, a forma em que várias pessoas perdêrom um olho, a sanha com que usam os cacetes dam imagem dumha violência, que responde umhas palavras de ordem nas quais semelha que tudo é bom contra as pessoas que apoiárom umha greve. Idênticas cenas em Euskal Herria, esta vez, com a ertzaintza. Cargas desmesuradas e, além disso, com umha atitude em que abrolha o ódio dos agentes face os manifestantes. E estamos a falar de manifestaçons legais e atuaçons de piquetes. Estamos a falar de luita de classes e de reivindicaçons operárias que deveram ser toleradas num Estado em aparência democrático.
A morte do jovem seguidor bilbaino Iñigo Cabacas a maos da ertzaintza como consequência de ser atingido por umha bola de borracha apenas é possível interpretrarmo-la como um aviso a navegantes. O aviso é para todas as pessoas que ousarem sair à rua para protestar e reivindicar qualquer umha cousa por justa que ele for. A mensagem é que estám dispostos a qualquer um tipo de atuaçom, com o fim de salvaguardarem a "ordem constitucional". E como sempre utilizáom do laboratório repressivo Euskal Herria. A coarctada perfeita... ficava perto dumha herriko, havia incidentes, brigas, já sabedes estes "batasunos"... O problema é que o morto nom era "batasuno", como eles desejar e toda a argumentaçom fijo águas. Mas, e se fosse um jovem da esquerda abertzale? É assim, a atuaçom policial seria mais digerível por umha populaçom civil a cada vez mais domesticada via Champiom Leagle e Liga das Estrelas.
A violência capitalista começa a se manifestar e os avisos som a cada vez mais nítidos. Novas leis mais repressivas e criminalizadoras da luita, novas iniciativas como potencializar confidentes pola internet, anunciam tempos duros em que a repressom vai ter um papel predominante.
O Estado burguês europeio já decidiu que vai acabar com o Estado Providência, com umhas classes méias-abastadas, e que vai depauperar todas e todos, sem distinçom de qualquer tipo. O roteiro já tem o aprovado das oligarquias e vam fazer avançar pese a quem pesar. Nom serve de nada dizermos que "somos gente de paz", nem mais algumha frase similar para tentar salvar a própria integridade física, como fam as esquerdas parvas. A grande burguesia elegeu campo, e nesse capo vai jogar com suas regras. E quem nom queira deste jeito apenas fica recever pancadas e sair do campo de jogo.
Neste estado de cousas, porém, sim fica o consolo da vitória no debate teórico. Contra aqueles que nos falavam de capitalismo de face humana, apenas convém dizer-lhes que o capitalismo só tem um rosto e esse é o da exploraçom e a barbárie.
Frente às esquerdas parvas que falavam e falam dum socialismo democrático e nom quarteleiro, convém dizer que o revisionismo e a conciliaçom de classes que predicam é mais velho que urinar contra a parede e esse só conduz a experiências em que a classe operária sempre levou a pior. Onde está nos dias de hoje o eurocomunismo? O que fica daquelas reconciliaçons nacionais que tanto pregoárom alguns?
Frente a quem falava de que em condiçons democráticas tudo é possível, constata-se que em condiçons democráticas o Estado avança face o fascismo e nos fai a vida de cada vez mais impossível, ccom umhas condiçons de vida para a classe trabalhadora inaceitáveis.
Frente a quem falava da desumanidade do socialismo, devemos dizer que se existe qualquer um sistema desumano e selvagem, este é o capitalismo. Falamos das condiçons de vida nos países do este há 20 anos e agora? Falamos que saudades tenhem os habitantes desses paises? E por acaso nom tenhem saudades do socialismo, por muito que alguns se empenhem em denominá-lo "velho e quarteleiro"?
Frente a quem reivindica a reconciliaçom de classes, enviava-os com as suas lérias ao conselho de direçom dalgum grande banco para comprovar que respondem. Reconciliaçom sim, mas eu te exploro e se nom te deixas explorar... reprimo-te.
Frente a quem vendeu a Europa como a morada comum há 20 anos, deve dizer-se que esta Europa está cada vez mais corrompida e vilipendiados seus supostos valedores humanos e democráticos.
Em definitivo. O capitalismo já deitou fora o disfraz, com o qual durante parte do século XX tentou enganar a gente. Já nom está a URSS, nom é preciso um modelo que o contraponha. O capitalismo reivindica a exclusividade da violência e a sua é a única legítima.
O Estado capitalista decidiu jogar forte e sua aposta na violência é cada vez mais evidente. A esse novo cenário estamos em confronto e temos de ser conscientes que, a partir de agora, dérom por acabadas as legalidades, se sairmos em protesto podem abrir-nos a cabeça e pronto.
A essência do capitalismo é essa, a violência.