1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)
Telmo Varela

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Forja de opiniom

Que tipo de organizaçom necessitamos? Parte I*

Telmo Varela - Publicado: Sexta, 10 Fevereiro 2012 00:17

Telmo Varela

A finais dos anos 70 do século XX, por mor do desenvolvimento experimentado pola luita de classes nos últimos anos, a oligarquia no poder viu-se obrigada a empreender a reforma do seu regime, sem mudar por isso os fundamentos económicos, políticos e culturais, sob o que se assenta o regime. Isto situou num primeiro plano o derrocamento do sistema imperialista espanhol, erguendo a um novo nível a luita nacional e de classes.


A reforma política do Estado espanhol véu mostrar que na etapa de desenvolvimento monopolista nom é possível a volta atrás, ao sistema político de liberdades e ao parlamentarismo burguês; na época do monopolismo, ao controlo económico da oligarquia corresponde um sistema político de controlo, posto igualmente ao seu serviço; que o sistema burguês vai adquirindo nesta fase formas políticas de dominaçom cada vez mais reacionárias; que a tendência ao fascismo, ao militarismo, à reaçom aberta é geral abocando à sociedade capitalista a umha profunda crise revolucionária.

É sabido que o capitalismo monopolista é a última fase do desenvolvimento do sistema, porquanto, por mor da grande concentraçom de poder económico e político, o parasitismo da classe dominante, a agravaçom da crise económica e de todos os problemas sociais, e o grande desenvolvimento da luita de classes, o capitalismo entrou em franca decadência e iniciou-se a época da revoluçom proletária. Chegado este momento histórico, a contradiçom que confronta uns poucos oligarcas com a imensa maioria da populaçom agrava-se, e isso determina a necessidade da destruiçom do já caduco sistema capitalista e a sua substituiçom por outro novo, mais acorde com o grau de desenvolvimento atingido polas forças produtivas e com as crescentes necessidades materiais e espirituais das massas. E isto só é possível atingi-lo no quadro de umhas relaçons novas, quer dizer, no sistema socialista.

Das condiçons económicas, da estrutura de classe e da dependência da Galiza do Estado espanhol, deduzem-se as principais contradiçons da nossa sociedade.

Umha das caraterísticas fundamentais do nosso país consiste numha indústria controlada polo capital financeiro estrangeiro e, por outra parte, de um proletariado cada vez mais numeroso e que conta com grandes tradiçons de luita. De acordo com esta caraterística fundamental, a revoluçom na Galiza só pode ser independentista, socialista e antipatriarcal. Umha das caraterísticas mais importantes do nosso país é a existência de umha Junta à ordens da política reacionária de Madrid, ao serviço da burguesia financeira e dos setores mais reacionários, o qual impossibilita a organizaçom e a luita pacífica e parlamentar do povo trabalhador galego para a defesa dos nossos interesses.

Tivemos o exemplo com o bipartido. O BNG estivo governando na Junta e nom houvo quotas de poder para Galiza, os meios de produçom continuárom nas mesmas maos de sempre e nom mudou absolutamente nada. Isto mostra, umha vez mais, que a luita na Galiza deve transcorrer por vias revolucionárias.

Outra caraterística consiste em que, na Galiza, nom existe umha burguesia nacionalista e democrática que esteja interessada numha mudança profunda e radical da sociedade, nem está pola independência. Só ficam camadas pequeno-burguesas em acelerado processo de ruína e progressiva proletarizaçom. Deste ponto de vista, todos estes setores estám objetivamente interessados na independência, o socialismo e o antipatriarcado, mas tenhem medo e vacilam continuamente entre as posiçons conseqüentemente democráticas e revolucionárias do proletariado e o reformismo burguês.

Dada a etpa histórica de desenvolvimento em que se acha a nossa sociedade, a sua base económica e o tipo de contradiçons que operam nela, o objetivo estratégico da nossa revoluçom só pode ser pola independência, a tomada do poder político pola classe obreira e o antipatriarcado. Para isso, terá que expulsar do nosso país a oligarquia imperialista espanhola, verdadeiro inimigo do nosso progresso social e do nosso futuro como povo. Nom é o momento de realizar nengumha revoluçom de tipo burguês (já superada polo desenvolvimento histórico), tampouco levar à classe obreira à toma do poder a partir da situaçom presente, dada a falta de umha potente organizaçom e de experiências políticas. Estas condiçons necessárias irám criando-se no curso mesmo da luita revolucionária.

Devemos basear a tática na organizaçom e atividade política independente dentro da classe obreira. O proletariado é a classe mais numerosa da populaçom, e por isso mesmo, além de ser a chamada a dirigir, constitui a principal força motriz da nossa revoluçom. Junto à classe obreira, em determinadas condiçons, outros setores nom proletários da populaçom que estám confrontados com o regime imperialista podem tomar parte ativa na luita polo derrocamento do capitalismo ou adotar umha posiçom de neutralidade.

Pola sua importáncia económica e social, assim como pola explotraçom que sofre, o campesinato pobre consitui a segunda força em importáncia da nossa sociedade susceptível de tomar parte ativa na luita contra o imperialsimo espanhol, sendo, portanto, aliado natual do proletariado.

O proletariado deve assumir e encabeçar a luita pola independência. Mas o nacionalismo da classe obreira tem um caráter socialmente diferente o da burguesia. Para o proletariado a defesa dos direitos nacionais da Galiza estám estreitamente ligados à luita polos seus interesses sociais, à luita polo socialismo e o antipatriarcado que acabe com a exploraçom que sofre a maos da burguesia e do homem.

Para avançar no processo revolucionário nom podemos deixar de lado a labor de denúncia e desmascaramento dos grupos chamados "liberais", "demócratas", "nacionalistas", et cétera, que fam parte, na prática, do imperialismo espanhol (ou estám supeditados a ele), assim como dos sindicatos (disfarçados de obreiros), porquanto sem desmascarar a todos estes grupos oportunistas, sem pôr em claro a sua verdadeira natureza de classe e os interesses que defendem (em particular os chamados partidos obreiros) torna praticamente impossível isolar e levar até o fim o combate contra o imperialismo oligárquico.

Quanto à luita pola obtençom de melhorias, há que apresentá-la como um meio que permite preparar melhor as massas e preparar os mesmos revolucionários e revolucionárias, para seguir avançando até a completa libertaçom da Pátria.

Cárcere de Topas (Salamanca)

13 de janeiro de 2012

* Por problemas na comunicaçom com interior da prisom onde se encontra Telmo Varela e de onde envia os seus textos, o que agora publicamos e o que será publicado posteriormente chegárom mais tarde que dous previamente publicados nesta mesma coluna e que deveriam ser posteriores, daí que este figure com a referência "Parte I". (Nota do DL)


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.