1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)
Andoni Baserrigorri

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Feijoada no ponto

Primavera Árabe. Umha olhada após um ano

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quarta, 21 Dezembro 2011 01:24

Andoni Baserrigorri

Há um ano já, um jovem tunecino pegava-se fogo, desesperado pola situaçom de desemprego, e falta de futuro, nom podia imaginar que após sua açom ia-se celebrar um dos maiores atos de hipocrisia que deu o incipiente século XXI.


Achar que o imperialismo e seus governos fantoches se vírom surpreendidos polo desespero do jovem e das redes sociais é, com certeza, de pessoas muito crédulas. Tentam fazer-nos engolir esse isco. Os processos que se dérom no Norte de África e mais alguns paises árabes estám previsto polo imperialismo desde há muitos meses e mesmo anos e as potências ocidentais já dispunham a agressom, com a intençom de impor governos neocoloniais e desse jeito voltarem a roubar as riquezas naturais que o capitalismo precisa para subsistir.

É apenas assim se compreende que há já vaários anos, os europeus e os ianques, enquanto negociavam com a Líbia e compravam o seu petróleo, com "bom sucesso" que se gerava na compra-venda incluiam umha petiçom à Líbia que trazia veneno: Despreender-se das suas baterias antiaéreas. A mensagem era que agora a "normalidade" reinava nas relaçons líbio-occidentais e já nom precisava o pais árabe dito armamento. Além disso, figérom desistir e renunciar à Líbia do seu programa nuclear. Conseguírom, em definitivo, umha Libia indefesa, ante a agressom que tinham na mente desde 2003. Armar umha oposiçom pró-occidental que subornárom com muitíssimo dinheiro e umha promessa de serem eles quem gerirriam a Líbia pó-Gadafi, e demonizar a este, foi simplesmente o resto.

Já estava disposto o campo de operaçons para umha agressom imperialista do Século XXI, mas com as mesmas intençons das do século XIX. Roubar riquezas.

Esta guerra que ocasionou milhares de mortos e calamidades, além de destroçar o pais que melhores condiçons de vida tinha de todo o Magreb, nom foi fruto dumha "espontánea rebeliom", como nos querem fazer acreditar. Esta guerra estava incluida numha ambiciosa planificaçom bélica, que os paises capitalistas elaborárom para atingir a totalidade das fontes naturais de riqueza dos povos árabes e construir o isolamento dos seus grandes objetivos: Rússia e China.

A questom é que umha parte da esquerda europeia, "inteletuais" de meio pelo e algum meio de esquerdas, nom apenas creu dita versom. Além de que com sua atitude contribuiu para criar a confusom entre a esquerda e conseguírom que a solidariedade imprescindível face o povo líbio, nom fosse tam importante como deveria ter sido. E seguem a teimar, pensando que após os acontecimentos da Líbia, havia umha romántica revoluçom popular. Talvez a sua teimosia, seja consequência de posiçons sectárias em que históricamente se mantiverom cómodos (certos grupos troskistas) ou a sua pertença a umha imaginária esquerda glamourosa, inteletualoide de pessoas e coletivos, empapados de certo pacifismo memo ou complexada de um passado em que apoiárom paises e revoluçons dos quais renegárom logo, pois é que alguns... sempre apostam em cavalo ganhador e face onde sopra o vento.

E repete-se a história naSíria. O mesmo guiom e os mesmos atores. Um governo progressista, anti-imperialista que é demonizado polos mass media ocidentais. Um governo que nom é integrista. Um grupo de opositores terroristas que tratam de impor a Sharia com a permissom de Ocidente. E umha esquerda alegadamente glamourosa e inteletualoide, que risca "ditador" o presidente legítimo da Síria e apoia a direita islamista. Digo bem. A oposiçom na Síria é umha amálgama de integristas islámicos e a direita de Atila, que perseguem impor um governo medieval ultra-religiosso. E a esses oferecem o apoio estes "esquerdistas"de salom e estas seitas que se disfarçam após siglas roubadas.

É possível pensar de todo, mas o que nom é possível é enganar as pessoas. Qualquer que tenha um pouco de juízo nom pode achar que estas revoluçons fôrom espontâneas e ainda menos sabendo e conhecendo dados que transcendêrom e dos quais alguns comentou-se o seu trabalho. Se o imperialismo levava anos convencendo Kadaffi para retirar os seus anti-aéreos, era porque estava planificando umha agressom e se, de repente, aparecêrom estes románticos movimentos de libertaçom na Líbia é porque nom eram tam espontâneos e sim fruto dumha conspiraçom de Ocidente.

É assim que Rússia enviou à Síria defensa anti-aérea. E talvez esta reaçom seja a que salve a Síria dumha agressom imperialista. É por isso está em contato com o Irám, porque sabem que o Irám é outra peça cobiçada por Ocidente.

Há que dizer que os países do ALBA nom duvidárom nem um instante que fosse a apoiar a Síria, como nom duvidárom a apoiar a Líbia. Ao invés, as esquerdas glamourosas europeias, essas esquerdas que se autodefinem como "pacifistas e democráticas" (eu pergunto-lhes que sentido dam à palavra pacifismo e democracia, ainda que tema que lhes deem o sentido burguês). Países como a Venezuela, Cuba, Equador, Bolivia ou Nicaragua, tenhem todo muito claro e repudiam estas revoluçons laranjas programadas desde Wasinhgton e com o apoio entusiasta de estas esquerdas de salom.

É curioso como do Iémen, por exemplo, ou de Bahréim, se fala menos. Nom digamos de tiranias medievais como as do Golfo ou a mesma Arábia Saudita. O imperialismo está jogando forte em Oriente-Meio perante a passividade da esquerda mundial, quando nom o apoio mais ou menos explícito que dalgum jeito eram aliados da URSS. Pode mais o seu ódio e sectarismo.

E talvez a seguinte zona do mundo para dirigirem os seus mísseis sejam os paises do ALBA. As televisons do capitalismo falárom-nos de terríveis ditadores em Caracas, A Paz, Havana. Armarám à "gusanera" e ham de fabricar rebelions que justifiquem suas agressons e matanças. E eu fago esta pergunta: Que papel vam jogar nesse cenário as esquerdas "na boa"?

Di um refrám que para enganar, o demo menta as sagradas escrituras. Para enganar, algumhas esquerdas falam-nos de anticapitalismo.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.