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Carlos Taibo

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Queda do império

O Forum Social Mundial em crise

Carlos Taibo - Publicado: Quinta, 11 Fevereiro 2010 11:02

Carlos Taibo

Que o Forum Social Mundial (FSM) está em crise é um segredo a vozes.


A principal das explicaçons ao respeito parece óbvia: ainda que os diagnósticos que desde o FSM se formularam no relativo ao caminho do planeta demonstrassem ser muito certeiros, enquanto a corrosom do capitalismo vai a mais, a capacidade dos movimentos para articular respostas efectivas continua a ser reduzida.

E isso é assim apesar de que, do lado daqueles, há umha consciência clara no que se refere ao facto de que a corrosom nom afecta só o neoliberalismo, como atinge, ainda, o próprio capitalismo como um todo.

É verdade, claro, que a crise do Forum Social Mundial tem umha outra dimensom que afecta a própria condiçom do projecto. Desde bastante tempo atrás sublinhou-se, com bom critério, que as reunions que se fôrom realizando em lugares do sul do planeta –assim, Porto Alegre, Mumbai ou Nairobi– nos factos davam mais campo aos santons intelectuais e aos activistas do norte que às próprias redes dos países pobres. nom só isso: essas juntas acabárom por ofertar um espaço muito gorentoso para que forças da esquerda tradicional –incluída a social-democracia mais rasteira– encontrassem um eco que a fé que nom mereciam. Afinal, o panorama resultou um tanto lamentável: as mesmas forças que no trabalho sórdido e pouco vistoso da cada dia estám dramaticamente ausentes servírom-se com freqüência do repetidor do FSM para aparentar, durante umhas horas, o contrário.

Nom é de mais agregar, por verdadeiro, que a multitudinária presença, em sucessivas sessons do FSM, de presidentes de umha punhada de países da América Latina nom deixou de ser, também, um problema, na medida em que facilitou a confusom entre os movimentos de base e realidades institucionais várias, e isso por muito respetáveis que estas puderem ser. Num palco como o que acabamos de retratar nom é difícil explicar porque do Forum Social Mundial –uma mistura confusa em que se encontram ONGs assistenciais, forças políticas tradicionais e movimentos rompedores– nom saiu nada que cheire a um programa minimamente unificador de realidades tam extremamente diferentes.

Para além de todo o anterior, o seu é afirmar que o FSM arrasta de sempre umha delicada relaçom com os movimentos de base. Reconheçamos, isso sim, que a proliferaçom de foros descentralizados serviu para rebaixar um bocado a intensidade do problema, ainda que nom faltem os exemplos de como esses foruns de nível geográfico menor acabárom por reproduzir os problemas da mae de escala planetária. Parece claro, de qualquer maneira, que perante os sinais de naufrágio de um projecto em excesso cupular como afinal resultou o Forum Social Mundial, só fica reivindicar o trabalho, com freqüência heróico, que em tantos lugares continuam a realizar esses movimentos de base de que falamos. Sublinhemos, em qualquer caso, que o futuro da contestaçom da globalizaçom capitalista nom se dirime em Porto Alegre e sim no dia a dia da vida de bairros e povos em todo o planeta.


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