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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Hermenegildo Alvarinho

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quarta, 23 Novembro 2011 01:00

Andoni Baserrigorri

Hermenegildo Alvarinho pode-se dizer que é a primeira vítima mortal do que damos em denominar esquerda abertzale. A este homem, delata-o seu nome. Era um de tantos galegos e galegas que, pola razom que fosse, se deslocárom para viver em Euskal Herria.


Morou e militou em Barakaldo. Barakaldo é umha localidade da margem esquerda, em que há umha muito ampla comunidade galega, que em sua imensa maioria vinhérom cá na procura dum trabalho e um futuro melhor, que nom encontravam na sua terra. A morrinha é algo que às vezes lateja neste povo, enquanto passeias e escuitas falar no idioma de Castelao, ou enquanto sais a tomar um grolo e vês tantas casas de hotelaria com nomes em galego e que oferecem polvo e ribeiro. É impossível compreender a história de Barakaldo sem a presença massiva de gentes vindas da Galiza. Todas e todos os barakaldotarras temos um vizinho ou vizinha galegas ou trabalhamos com alguns deles. Todos fazemos brincadeiras mais dumha vez, com os resultados desportivos do Celta de Vigo ou do Depor da Corunha.

Algunhas dessas galegas e galegos, além de trabalharem e suarem em Euskal Herria, muitas e muitos deles tomárom a decisom de militar em prol da libertaçom nacional e social basca. Galegas e galegos, castelhanos, andaluzes, participam nos organismos da esquerda abertzale e quiçá o ejemplo mais gráfico poda ser Txiki, fusilado a 27 de setembro de 1975 polo criminal Franco e que era basco por trabalho e militância e porque se sentia desse jeito, mas estremenho de nascimento. Hermenegildo era um de esses militantes bascos, que nom nascera em Euskal Herria.

Em 1933, concretamente a 19 de novembro, caía assassinado em pleno centro de Barakaldo a maos de pistoleiros do PSOE. Tal e como digo, e como está escrito preto sobre branco, este imigrante galego, militava em ANV e pola sua militância abertzale e revolucionária, membros do PSOE aguardárom-no numha esquina e assassinárom-no. Naqueles anos 30, nom existia ainda a organizaçom armada ETA, mas semelha que a repressom espanhola e os GAL já assassinavam polas ruas.

Após este facto, em Pasaia, trabalhadoras e trabalhadores galegos e bascos figerom frente ao fascismo espanhol, nos anos da guerra. Todo um exemplo de internacionalismo e de confraternidade entre dous povos trabalhadores: o basco e o galego.

231111_alvarinhoVimos escuitando ao largo de muitos anos muitas idiotices. Xabier Arzallus, esse jesuita que dirigiu muitos anos o PNV falou-nos do RH negativo e negava a basquidade com isso a pessoas como Hermenegildo e Txiki. É curioso que falava disso nos anos em que um arratiano de gema, como deus manda, de amatxo Begotxu e todo essa rede, dirigia interior do governo basco e dali dirigia umha polícia que matou bascas e bascos e entregou outros muitos à tortura e à Audiência nacional. É obvio que me refiro a Atutxa.

O critério nom é de onde vés, nem que sangue corre polas tuas veias, o único critério válido é onde trabalhas e que projeto de vida tés para ti e para a terra onde moras. Isso é muito difícil de compreender para os dereitistas do PNV, mas simples de assimilar para pessoas como Hermenegildo. Este homem, junto com outras mulheres e homens, formam o que denominamos o povo trabalhador basco, gente que sua cá e gente que ánsia umha Euskal Herria livre e socialista.

Outras idiotices falam de vítimas, mas vítimas entre as quais nom incluem este galego. Vítima era, polos vistos, Melitón Manzanas, reconhecido torturador. Vítima, polos vistos, era Carrero Blanco, fascista e assassino. Mas homens e mulheres como Hermenegildo nom tenhem a "honra" de denominá-los vítimas.

Enquanto se escuitam qualquer um tipo de idiotices, nom é possível evitar a lembrança de pessoas como Hermenegildo ou como Santi Brouard ou Josu Muguruza. Vítimas de um fascismo espanhol que se renova, mas que nom muda de objetivos. Acabar com Euskal Herria e seu projeto nacional e socialista. Nom o conseguirám. O tempo vai prová-lo.

Foto: Este lugar de Barakaldo, hoje Euskaltegi Municipal, em 1933 era sede de ANV. Aqui assassinárom Hermenegildo Alvarinho.


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