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Lucas Morais

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Crítica radical

Os números não mentem: a crise é o capitalismo

Lucas Morais - Publicado: Quarta, 10 Agosto 2011 02:00

Lucas Morais

Artigo publicado originalmente no jornal O Cometa, de Itabira, Minas Gerais.


O capitalismo é um sistema monopolista em crise permanente: quanto mais crise, mais crescem os monopólios. É um regime essencialmente antissocial.

No início do século XX a crise do capitalismo liberal dava lugar a políticas econômicas com maior planejamento estatal, seja nos regimes fascistas, soviéticos ou no capitalismo norte-americano após 1929, culminando na Segunda Guerra Mundial, onde o heroismo dos soviéticos libertou a humanidade do barbarismo nazifascista ao custo de 40 milhões de mortes ou mais.

As sociedades pós-revolucionárias daquele século, muitas delas “soviéticas”, vindas de revoluções que aspiravam o socialismo, degeneraram em ordens sociais estatais burocráticas em função da não internacionalização da revolução social dos trabalhadores.

“Do outro lado do muro”, os capitalistas europeus e norte-americanos cooptaram a classe trabalhadora de seus países com concessões de bem-estar social. A socialdemocracia, com suas políticas palatáveis à democracia capitalista moderna, impôs, junto às guerras e o fascismo, uma derrota à agenda política revolucionária posta em 1917 pelos bolchevistas na Rússia pós-czarista. Isto levou ao estabelecimento durante todo aquele século de regimes de colaboração de classes. Tais regimes se apresentavam como alternativas viáveis, enquanto na verdade endossavam e aperfeiçoavam o capitalismo.

O resultado é que a perspectiva histórica dos trabalhadores, única capaz de oferecer à humanidade uma ordem social emancipatória viável, fora derrotada. Especialmente a partir da década de 80, inaugurada pelo imperialismo neoliberal de Reagan e Thatcher. Desde então, o mundo humano piorou muito, e a realidade não nos permite mentir:

Os 1.200 bilionários do mundo possuem ações que, somados os valores, ultrapassam o orçamento somado dos países mais pobres, com mais de 2.4 trilhões de dólares. Só nos EUA são 400 bilionários.

Os Estados Unidos gastam mais de 1 trilhão de dólares anualmente com guerras, polícia, espionagem, prisões e seu complexo militar industrial, o que significa que gastam mais que toda a soma do orçamento dos demais países destinada à saúde. 94% das mortes não-naturais são por armas de fogo produzidas pelos EUA e Reino Unido.

Enquanto isto, a dívida do Estado norte-americano ultrapassa os 14.5 trilhões de dólares.

São 104 reatores nucleares comerciais naquele país. Um acidente em qualquer reator afetará milhões de pessoas por residirem em centros urbanos próximos às instalações. E, por falar em habitação, há 14 mil pessoas sem moradia para cada bilionário nos Estados Unidos. Nas prisões há mais negros menores de 18 anos que nas escolas. Com cerca de 4 milhões de presos, é o único país a aprisionar mais que a Alemanha sob o regime nazista, e desde 1945, tentou dar golpes de Estado em mais de 50 países.

93% dos canais televisivos dos EUA e Reino Unido são propriedade de bilionários, enquanto uma pesquisa revelou que 98% dos telespectadores não sabem que o canal Fox News é de propriedade da Newscorp, propriedade do mais novo Cidadão Kane, Rupert Murdoch.

Israel receberá dos Estados Unidos 30 bilhões de dólares para suas futuras guerras contra o Irã e para o genocídio do povo palestino, enquanto Ruanda recebeu 76 milhões em ajuda.

Enquanto isso, nada menos que 3 bilhões de humanos não tem acesso aos recursos de sobrevivência como água, alimentação e habitação. 20 milhões de crianças morrem todos os anos de fome. Diariamente, 800 milhões de seres humanos dormem com fome enquanto entre 30 e 60 mil morrem. Estamos falando de um sistema produtivo que produz em excesso, portanto, genocida e destrutivo.

Os 20% mais ricos do mundo acumulam mais de 80% das riquezas globais.

E quem paga toda esta conta? Sem dúvida alguma, os trabalhadores e os povos oprimidos em todo globo. Diante destes fatos, negar a existência da luta de classes seria, isso sim, um delírio. Há um espetáculo que tenta nos convencer de um mundo “pacífico”, “normal”, invertido frente ao que é a nossa realidade histórica. Ora, loucura é não lutar pela tão urgente emancipação humana.


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