É uma menina de quase 7 anos, mais ou menos e na foto que anexo, vê-se-lhe com o seu avô e um boneco de pelúcia.
É uma menina que mal tinha saído do ovo como se diz na minha terra e junto a ela foram assassinados dous dos seus irmãos. Os assassinos da pequena foram os membros da banda criminosa NATO. Todos sem exepção.
Os ianques são experientes em assassinar criaturas, já o fizeram por dezenas de milhares no Vietname e na Coreia, continuaram com a sua obra no Afeganistão e no Iraque mais recentemente e agora continuam a chacina na Líbia. As crianças da Síria, a Venezuela ou Cuba serão as próximas?
São os franceses (outros peritos em matanças e massacres...) outros que põem empenho na ardua tarefa de despejar o terceiro mundo de seres humanos. Os ingleses trataram de comover-nos este passado fim de semana com o casamento do preguiçoso principezinho e a sua feliz mulher, tudo isso, enquanto as suas tropas tingem de sangue o mundo árabe.
O Estado espanhol e outros estados secundários (de segunda fila, é claro...) apoiam-nos e facilitam cobertura, em tão humanitário labor. Mas analisemos o Estado espanhol.
Tanto o PSOE como o PP, teimam em proibir a esquerda abertzale ir a umas eleições sob o pretexto de que somos violentos (e violentas que diria Ibarretxe, esse que ia dialogar até o amanhecer) apoiam ativamente a banda criminosa NATO e com o seu voto assim o refletiram. Contam com o beneplácito do CiU, PNV e outros partidos menores, que embora se proclamem nacionalistas ou soberanistas, bem confortáveis estão nesta Espanha, que joga forte no mundo capitalista, no mínimo, no seu cariz assassino e neo-colonial.
E todo este pessoal... Que direito tem de chamar a ninguém terrorista nem violento? Estes que têm as mãos cheias de sangue? Estes que calam como doninhas perante o brutal assassinato desta menina e dos seus irmãos, chamam-nos a nós violentos?
Esta e todas as noites do futuro, a imagem desta criatura deveria aparecer como por encanto nas consciências destes cínicos. E não lhes deixar dormir e lhes atormentar. Que acordassem uma e outra vez, perante a mirada da miúda. Que a sua consciência lhes impedisse ser felizes nunca mais. A desta menina e a de todos os meninos e meninas que assassinaram em centos de anos de guerras e invasões em nome de um sistema canalha como é o capitalista, alcunhado "estado democrático".
Eu não sou democrata nem o quero ser se a democracia consistir nisto. Eu não desejo participar de consciência nestes assassinatos. Rompo com a democracia se a democracia é aquilo que pratica esta pessoal. Dá-me igual ser um anti-social, um radical, um vermelho ou o que lhes dê por chamar-me. Esta não é a minha gente. A minha gente são os que dam a cara desde os antiaéreos de Trípoli, a guerrilha da Colômbia ou a resistência do Iraque. Já chega de olhar para outro lado e de ir de vinhos, sem que te trema o jornal nas mãos como cantava Kortatu.
Ou os europeus e europeias reagimos ou estamos perdid@s, convertemo-nos no cancro do mundo com o nosso eurocentrismo e o nosso olhar para outro lado, enquanto continua o massacre. Temo-nos ganhado o ódio do terceiro mundo, magoe-nos ou não reconhecê-lo.
E que dizer dos chamados nem-nens? Esse bem pensantes que apareceram entre determinados setores da esquerda europeia e que andam acima do bem e do mal pontificando sobre o bom e o mau.
Nem Kadafi nem a NATO. Nem a Síria nem a NATO. E logo dirão nem Cuba nem a NATO. Era boa!!
Por que não reconheceis abertamente que o capitalismo os derrotou? Por que não reconheceis abertamente que não quereis arriscar nada das vossas aburguesadas vidas? Conto experiências com alguns nem-nens? Melhor não, porque o único que percebi em determinadas posturas políticas, pelas chamar de algum jeito, foi simplesmente medo à repressão e fazendo-se oco nessas teses que sustentam só perseguem que se algum dia a repressão fizer ato de presença eles se manterem a salvo. É por isso que a sua ladainha é que são "gentes de paz".
Caros amigos e amigas, pois o imperialismo não é gente de paz e à foto da menina assassinada vos remeto. E perante isso? Sois neutrais? NEM Gadafi, nem NATO?.
Que é isso? Se é só ver a foto e caírem lágrimas. E caso equipareis esta menina com os soldados imperialistas de qualquer nação ou estado agressor é que singelamente perdestes a vergonha.
Um de maio, dia da classe operária e da luta por um estado popular e socialista. Mas também dia de lembrança das crianças assassinadas pelo imperialismo perante a indiferença da podre Europa. E dos seus nem-nens. Não tedes vergonha.
Incluo neste escrito uma fotografia da menina assassinada pelas bandas genocidas da NATO. A ela e ao povo da Líbia, vai este escrito e o meu pensamento emocionado. Dos nem-nens passo, só merecem o meu desprezo.
