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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Euskal Herria - América Latina: algumas ''casualidades'' históricas

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quinta, 17 Março 2011 00:25

Andoni Baserriorri

Uma recente viagem pela América Latina, e conversas com revolucionári@s latino-americanos, sacou à luz algumas "casualidades" históricas, que há entre o devir histórico vascão e dos povos de nossa América.


Euskal Herria, é um povo originario europeu, tal como na América latina sobrevivem ainda dezenas de povos originários que mantém vivas suas tradições, caráter e inclusive idiomas. Tanto Euskal Herria, como esses povos se vêem oprimidos tanto pelo invasor castelhano, como posteriormente pelas burguesías locais, muito cômodas nessa posição de dominação, fazendo de "delegados" da colônia e repartindo dividendos com a mesma. Não é muito diferente o papel do PNV, direita regionalista basca, disfarçada de abertzale, de certos partidos nos países americanos que hoje fazem o triste papel de gendarmes do capitalismo em seus países e enquanto, de boca pequena, fazem nacionalismo barato-futeboleiro, com a mano direita manejam a porra que golpeia aos povos.

Mas vamos ao ano 1492, ano do "descoberta". Descoberta por chamar de alguma maneira, já que na realidade as naus castelhanas de dirigiam a Ásia, ou as índias como as chamavam eles. Depararam com um continente habitado, que era para eles um filão de riquezas, e que imediatamente procederam a roubar e expoliar em uma das maiores operações de saque da história. Ali já tinha muitos povos vivendo e trabalhando, não descobriram nada que não estivesse descoberto já por essas pessoas.

Levaram a cruz e a espada, mas manejaram com mais habilidade a espada. Foram milhões de seres humanos os que assassinaram e dizimaram em nome da cruz, mas que como hoje em dia, faz o imperialismo em seu egoísta busca do petróleo, as razões não eram tão humanitárias. Nem ao imperialismo importar com a democracia nem aos conquistadores espanhóis da época importar demasiado a evangelización. Estes buscavam o petróleo no Iraq, Líbia etc e aqueles, buscavam o ouro e a prata.

Pouco dantes do ano 1492, Isabel, rainha de Castela e Fernando, rei de Aragão, casam-se e unificam seus reinos. Invadem o Estado muçulmano do sul da península, de Granada e tão só lhes fica invadir o reino basco de Navarra, para conseguir seu ambicioso plano de unificar a península ibérica em um só Estado. O que posteriormente se conheceria como Espanha.

Em 1512, entram a sangue e fogo em Navarra e consumam a invasão do Estado basco. Não é por acaso pois, que em um intervalo de escassos 30 anos, o posterior Estado espanhol comece a construir seu império a sangue e fogo. Sangue granadino, sangue basco e sangue dos povos originarios da América. Em uma palavra, a invasão da parte de Euskal Herria que ficava livre, como Estado soberano e independente na Europa daqueles anos, faz parte da mesma estratégia, de invasão, saque e dominação da América. Da mesma maneira que a América levaram a espada e a cruz, aqui às terras bascas, trouxeram a inquisição e a espada. Milhares de basc@s morreram defendendo a soberania sob a espada assassina espanhola.

Bolívar é uma pequena vila de Biscaia, uma das províncias de Euskal Herria. Desse pequeno povo é originario Simón Bolívar, desses lugares bascos, provem sua família. Hoje conserva-se nesse local de Euskal Herria, um museu dedicado ao libertador dos povos da América, em cujas veias corria o sangue basco. É um fato casual?

Enquanto os povos da América lutavam por libertar do jugo espanhol, na Espanha daqueles anos davam-se as guerras carlistas, as quais em Euskal Herria tinham umas connotaciones especiais. Isto é, enquanto as ânsias de liberdade percorria a América, essas mesmas ânsias davam-se na Euskal Herria daqueles anos. @s basc@s fizeram aposta nos carlistas que embora reacionários no social, asseguravam liberdades nacionais. Outro feito com que não deve passar despercibido e que também não pode ser tachado de casual.

Cuba liberta-se do jugo espanhol em 1898 e os primeiros telegramas de felicitação depois da conquista de sua liberdade chegam-lhe de Euskal Herria e algum basco, chamado Sabino Arana converte-se em um dos primeiros bascos encarcerados por motivos políticos, seu motivo de presídio foi parabenizar @s cubanos por sua liberdade.

Milhares de basc@s, em sua fugida depois da derrota de 1939, fogem em busca de refúgio na América e aí esperam uma queda do ditador fascista que nunca chegou. Milhares de basc@s incorporam-se às brigadas bascas de solidariedade e percorrem todos os anos, os diferentes povos, oferecendo ternura, solidariedade e amizade.

Não foram senão @s basc@s que temos vários mortos internacionalistas na América Latina. Pakito, Bego, Ambrosio, deram sua vida pela liberdade em locais muito afastados de Euskal Herria, comprometidos com as lutas da América.

A cumplicidade entre Euskal Herria e os povos da América Latina é evidente. Não podem tachados de casualidade tal cúmulo de fatos. A imensa maioria d@s basc@s, sentimo-nos como em casa nestas queridas terras em luta, que emergem depois do imenso oceano.

A América Latina e Euskal Herria levamos séculos enfrentando o imperialismo espanhol e isso criou um vinculo que deve seguir durante muitíssimos anos mais. Euskal Herria é um povo amigo da América e os povos americanos são nossos irmãos.


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