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José Alberte Corral Iglésias

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Mar Aberto

O processo bolivariano (e III) - Rever, Retificar, Reimpulsionar

José Alberte Corral Iglésias - Publicado: Quinta, 17 Fevereiro 2011 01:00

José Alberte Corral

Sem as categorias do real-abstrato nom é possível o conhecimento, mas nom as podemos assumir como se fossem categorias do real-concreto que manifestam o concreto existente. Sem os números nom podemos medir, conhecer; porém estes nom existem como concretizaçons, nom podemos pegar num 7 e trazê-lo como se fosse um cavalo, mas com essa categoria podemos saber quantos cavalos há numha récua, pois som os animais os reais concretos e nom o número 7.


O mesmo acontece com a categoria classes sociais, estas som reais, mas reais-abstratas, o que realmente existe som indivíduos que estám vencelhados entre si polas relaçons técnicas e sociais de produçom. Que os criadores de toda a riqueza, os trabalhadores, se assumam como tais, com interesses próprios e alheios aos donos do capital, é só quando se apropriem de si mesmos para quebrar as relaçons de assovalhamento em que estám submersos, a existência das classes trabalhadoras mudará do "em si" ao "para si"; sem deixar em tanto que categoria de análise, um real-abstrato, a construçom da consciência de obrar para rachar as cadeias acochadas que os escravizam.

A necessidade de ser para a liberdade obriga às classes trabalhadoras a ser donas de seu, a constituir a vontade coletiva para mudar os pilares da organizaçom social. Esta é a razom de ser dos partidos revolucionários, denomine-se PSUV, PC..., ou de qualquer outro jeito. A criaçom desta vontade coletiva é imprescindível para formar o bloco histórico hegemonizado polas classes trabalhadoras e assim poder levar a cabo um movimento revolucionário; isto é impossível sem a existência de um partido de massas a que cumpre ser ao mesmo tempo um partido de quadros, que é algo radicalmente distinto a umha "montoneira" civil-política conduzida por um feixe de guias. Dar aos movimentos civis e sociais, respeitando a sua independência, o sentido político-intelectual consciente é umha das açons fulcrais dos partidos revolucionários e assim constituir o bloco hegemónico para poder levar a cabo a mudança da sociedade, dado que esta é umha açom ao longo do tempo. A conceçom socialista da sociedade é umha conquista cultural-política e nom umha espontaneidade das massas. Os seus padrons culturais venhem conformados polos valores dominantes que governam a maioria social e, estes nom se racham sem umha aprendizagem decote na prática e reflexom de cimentar umha nova sociedade onde a exploraçom do homem polo homem fique excluída. É com a "praxe" açom-estudo como se pode quebrantar a argamassa ideológica que conforma o imaginário de dominaçom burguês aceite como "natural" polas classes trabalhadoras.

A leitura da liberdade num processo como o bolivariano nom pode ficar nas conceçons burguesas, que nunca deixam de ser aspetos formais-jurídicos, condiçons necessárias e garantes da mesma. A liberdade nom pertence só ao eido da política, os seus pilares reais-concretos som as relaçons sociais de produçom. Se entendemos a liberdade como a capacidade de decidir sobre as variáveis que definem a existência do cidadao. A trave de ouro dessas variáveis é a económica. Nom som os estados formais do quefazer político (legislativo, executivo, judicial) o sangue da liberdade, em todo o caso poderiam ser as vestimenta que a enroupam. É o poder sobre os grandes meios de produçom o conteúdo real da liberdade. Onde reside o poder na empresa capitalista, seja esta privada ou publica? A resposta é bem singela sempre: é no grupo de gerência e nunca no coletivo de trabalhadores que fai possível a criaçom da riqueza, aliás, estes cidadaos nom som mais que umha expressom contável de custos para os patrons. Com esta estrutura produtiva os alicerces mesmos de toda a sociedade ficam arredados da capacidade de decisom da cidadania, com o que a democracia política se converte num mecanismo mais de dominaçom das classes trabalhadoras. Sem quebrar os quadros formais-jurídicos da democracia (tenhem que existir) nom é possível a liberdade. Fazer real e concreto o poder de decisom nas empresas esteja nas maos dos que nela trabalham e criam a riqueza, que som os trabalhadores, é cerna da construçom da democracia.

Temos que lembrar que foi a Revoluçom Bolivariana quem por vez primeira fizo donos de seu às classes populares do País, até os mais excluídos. Hoje na Venezuela mais de milhom e meio de ex-mendigos recebem gratuitamente as três comidas, som assistidos na higiene pessoal; todos os anciaos recebem umha pensom ainda que nom tenham descontado para a segurança social, situaçom esta última em que se acham a maioria das mulheres idosas ao terem sido donas de casas, superam o milhom de pessoas. Nos infantários, nas escolas bolivarianas de ensino primário, secundário, os alunos tenhem direito às três comidas, o que afeta vários milhons de nenos e adolescentes. Segundo a Unesco há dous anos que o analfabetismo foi desarreigado e quando se inicia o Processo bolivariano – doze anos atrás – a maioria da populaçom era analfabeta. Os adultos recebêrom e ainda recebem umha "bolsa" por estudar depois da sua jornada laboral. O Estado-Naçom onde mais postos universitários tenhem sido criados nestes últimos anos, é a Venezuela; hoje em qualquer cidade ou vila grande podes cursar os teus estudos, tanto diurnos como noturnos. Eu mesmo vim várias dúzias de homens e mulheres, muitos dos quais já reformados, recolherem o seu diploma de licenciados, e vários deles começaram só com os estudos primários tendo que fazer o ensino secundário previamente aos seus estudos universitários. A maior revoluçom cultural do século XXI no planeta está acontecendo na Venezuela, mercar um livro de qualquer saber, e de grandes autores mundiais, pode custar menos que um café num local público.

Os investimentos arquimilonários na sanidade pública levados a cabo pola Administraçom Central para construir ambulatórios, hospitais; envio de milheiros de rapazes e raparigas para fora do País para cursar estudos de medicina. A criaçom de milheiros de quilómetros de caminhos-de-ferro, novas estradas, pontes, etc. para com o mesmo mudar e modernizar a estrutura viária para facilitar o desenvolvimento económico, territorial e humano. Nestes dias está-se a debater na Assembleia venezuelana um projeto de lei sobre instituiçons financeiras em que os Bancos som classificados como serviços de utilidade pública. A banca é coagida para entregar à Fazenda Pública 5% dos seus benefícios brutos para os destinar à solidariedade social, e à vez obrigá-los a gerar um Fundo de Contingências equivalente a 10% do seu capital social para garantir os salários e as prestaçons sociais em caso de falência ou encerramento.

Este é o grande processo revolucionário que se está a desenvolver na Venezuela, que sem um só disparo, só tomando as ruas e com a lei, está fazendo possível que as classes populares sejam donas de seu, mas que se poderia desvanecer senom se atua em profundidade sobre as eivas que a minam decote. É preciso Rever, Retificar, e Reimpulsionar, e de um modo contundente punir os culpados da corrupçom, ineficiência, que levam ao cadafalso as conquistas sociais acadadas nesta pacífica e formosa Revoluçom.


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