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José Alberte Corral Iglésias

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Mar Aberto

(I) O processo boliváriano. Umha revoluçom minada?

José Alberte Corral Iglésias - Publicado: Sexta, 28 Janeiro 2011 01:00

José Alberte Corral Iglésias

Escrever hoje sobre o que está acontecer na Venezuela obriga-nos a sublinharmos que a política sempre expressa a relaçons de força e interesses de classe. E que toda política se produz no marco da luita de classes.


Hoje, Washington junto a Wall Street e os grandes consórcios financeiros (Bancos, Entidades de Seguros, etc.) com as suas instituiçons para o saqueio, FMI, BM, etc. declarárom a guerra às classes trabalhadoras de todo o planeta. Nesta conflagraçom abrolha o processo boliváriano como facho guieiro para a construçom do socialismo, o que marca a sua grande importância nesta guerra. Ponderar sobre o acontecido na última eleiçons para a Assembleia venezuelana adquire por tanto umha grande importância. Examinar os factores que intervinhérom e como operárom para que se desse esse resultado, que nom é precisamente o aguardado polo movimento chavista, constringe-nos a reflexionar sobre o acontecido, as suas causas e razons.

Tampouco devemos esquecer que a política nom é outra cousa que a condensaçom da economia, força e interesses. E portanto dentro das forças autonominadas de oposiçom, existem com grande peso organizaçons contra-revolucionárias financiadas por USAID e NED. Deste jeito podemos afirmar que hoje os EUA estám na Assembleia Nacional de Venezuela, da que se servirám de estrado para levar a cabo a destruiçom dos avanços sociais e políticos acadados polo processo boliváriano.

Venezuela tem a maior reserva do petróleo do mundo, (o lago Maracaibo, a faixa do Orinoco, etc.) e com a grande vantagem para sua exploraçom que a sua veia está no continente e de doado acesso. Foi a revoluçom bolivariana que fijo retroceder as políticas ditadas polo FMI e o BM para o saque do petróleo e entrega posterior às transnacionais, das quais a família Bush fai parte. Que os distintos serviços de inteligência norte-americanos conspirem contra a democracia venezuelana na sua própria razom de ser. Venezuela jogou um papel crucial na constituiçom do ALBA; hoje os países que fam parte deste Organismo nom só instituírom umha unidade monetária de conta, o SUCRE, como estám começando a operar com a mesma, principiando a descartar o dólar como moeda de transaçom internacional. A criaçom do ALBA significou a derrota do ALCA que era a consolidaçom do imperialismo norte-americano para Centro e Sul América. A miseralizaçom do México actual é a constataçom das conseqüências da aceitaçom do ditado do imperador Bush pola oligarquia mexicana. A agricultura do país asteca está desbaratada e hoje nom é capaz de produzir suficiente milho para alimentar a sua própria populaçom, quando antes era excedentária. Ignacio Ramonet descreve-nos a destruturaçom do México: "... três guerras: a dos cartéis do narco-tráfico entre si polo controlo de territórios, a dos grupos Zeta" (organizaçons delitivas constituídas por ex-militares e ex-polícias) que praticam o seqüestro e o roubo contra a populaçom civil, e a dos militares e forças especiais contra os próprios cidadás". O fornecedor, mais de 90%, das armas tanto dos cartéis, dos Zetas, do Exército e da polícia som os EUA.

Nom é casual que os últimos golpes de Estado em América Latina fôrom dados em Repúblicas pertencentes à ALBA: Venezuela, Bolivia, Equador, Honduras, enquanto nos três primeiros nom coalhárom, nom foi assim na República de Honduras onde os golpistas auspiciados polos EUA estám ao dia de hoje no poder com umha política de repressom e morte contra os movimentos populares e os seus quadros.

É importante sublinhar o valor estratégico do petróleo venezuelano para economia gringa. O tempo de transporte polos grandes petroleiros desde a Venezuela até os EUA tem umha duraçom de 4 dias, esse mesmo petroleiro desde o Golfo Pérsico tarda 4 semanas. Tampouco podemos esquecer a sua importância estratégico-militar, foi com petróleo venezuelano como se mantivo a estrutura militar de Estados Unidos durante a II guerra mundial.

Factores do desencanto

A corrupçom, a delinquência, a ineficiência, impunidade, som os quatro ginetes do Apocalipse que minam e levarám à ruina a revoluçom venezuelana se nom se puger fim. Derrotar estas eivas é fulcral nom só para o processo boliváriano, como também para a política emancipadora que se esta a construir em muitas da naçons latino-americanas. No decurso da açom revolucionária conta tanto a percepçom por parte da cidadania do quotidiano como as grandes modificaçons estratégicas e estruturais. É de tanta importância o emocional como o racional para levar adiante umha revoluçom. A permanência da corrupçom e a impunidade para com os corruptos nom é entendida polo conjunto das classes trabalhadoras. Ilustremos com um exemplo: No tempo do anterior governo na "Alcaldia Mayor" de Caracas a muitos dos seus trabalhadores durante quatro anos descontárom-lhes das suas folhas de pagamento as partidas da Segurança Social e das Prestaçons Sociais; pois bem, nunca fôrom depositadas nos organismos correspondentes. Portanto, aos empregados da "Alcaldia Mayor" nom só se furtou o dinheiro, como tampouco aparecem como quotizantes na Segurança Social para os direitos de jubilaçom. Hoje, esse alcalde que presumia de "rojo-rojito" é articulista de um dos jornais que conspira com o exterior para derrubar o processo boliváriano. Algo semelhante está ocorrer hoje no Ministério para Relaçons Interiores e Justiça, nalguns dos seus Departamentos aos seus empregados restam-lhe dos seus rendimentos os montantes da S.S. e P.S. e demoram em as depositar na instituiçom correspondente, assim durante uns meses "alguém" está percebendo uns juros polos manter numha conta bancária.

O desenvolvimento da economia venezuelana nestes últimos anos achegou-se aos dous dígitos quando nom o foi, o que fijo desse país ser de novo território de receçom de emigrantes; pois bem, funcionários responsáveis da área de emigraçom compram quintas ou apartamentos de grande luxo em urbanizaçons exclusivas para grandes milionários. O jeito de como tais funcionários se figérom em poucos anos ricos foi cobrando desde 5.000 até 6.000 dólares pola visa de residência a emigrantes recém chegados como turistas.

As polícias na Venezuela correspondem aos Estados e aos Concelhos, nom existe umha polícia nacional -está em processo de criaçom-, exceto das funçons policiais da Guarda Nacional bolivariana, semelhante a Guarda Civil espanhola. É bem rechamante que o maior crescimento dos delitos, incluído assassinato e seqüestro, sejam nos Estados (Miranda, Tachira, Zulia) governados pola contra-revoluçom. Esta desmesura exponencial do crime manifesta a deserçom dos arrabaldes das cidades venezuelanas tanto do Administraçom Central como das distintas Administraçons Estaduais, nom cumprindo por tanto as suas obrigaçons de proteçom da cidadania, deixando-a desamparada perante os matons e matachins que assolam os bairros populares, obrigando assim aos seus habitantes a viver fechados nos seus "ranchos" a partir das primeiras horas da tarde para evitar ser violentados financeiramente ou fisicamente. É de constatar que som os operários e demais trabalhadores os moradores dos arrabaldes. Que som as classes populares as que suportam este terrorismo consentido de facto polas distintas Administraçons públicas. Porquê senom é possível que uns vinte mil delinqüentes tenham amedrontados a trinta milhons de pessoas? Porém temos que consignar a insuficiência das rendas monetárias e nom monetárias cobradas polos membros dos corpos policiais, a maioria dos salários nom permitem alugar um apartamento nos arredores da cidades e a vez suster com a parelha umha familia. Também muitos destes corpos policiais carecem de pólizas de defesa jurídica; por tanto nom é de extranhar que até 20 por cento dos delitos sejam cometidos por membros das polícias, segundo declaraçons do Ministro de Interior venezuelano. Frente a esta situaçom tanto a velha burguesia como a consolidada boli-burguesia nascida com a rapina pecuniária dos contratos e actividades públicas, residem em urbanizaçons com vigilância privada, guarda-costas, e todo-o-terrenos 4x4. Estes dous grupos sociais constituem realmente umha mesma classe, tanto na suas características de poder económico e social como nas suas perspectivas de domínio sobre a totalidade social. Apesar que algum dos membros da boli-burguesia encha a boca com dizer que é "rojo-rojito".

A ineficiência da burocracia pública, desde Ministros, Juízes, Directores das Empresas Públicas, Administrativos, até o último zelador, patentiza-se tanto em dilapidar os distintos orçamentos em construir monumentos caros e vougos, quando esses recursos som precisos para reabilitar moradias nos bairros, nos infernais transportes de viageiros nos arrabaldes, na recolha do lixo e a manuteçom das ruas nesses mesmos bairros, etc. A incapacidade de gestom de muitos alcaldes na recolha do lixo chega até em pôr em perigo a saúde dos sectores populares que moram nos arredores, dando-se couces com a política sanitária levada a cabo pola Administraçom Central com a construçom de centos de Centros de Saúde, o Cardiológico Infantil é um dos poucos existentes especificamente para nenos em latino-americana; a constante criaçom de Centros de Diagnóstico Integral (CDI), de Salas de Reabilitaçom Integral (SRI), os Ambulatórios de "Barrio Adentro" que graças aos seus serviços se salvárom milhons de venezuelanos.

Esta incompetência tem muito que ver tanto com a corrupçom como com o nepotismo. Tanto na IV República como na actual República Boliváriana os membros empregados das Instituiçons Públicas, agás dos altos cargos institucionais, nom som escolhidos a traves de provas objectivas de conhecimentos para a açom a desempenhar mas pola afinidade familiar ou política do poder político de serviço. Entom o importante para ter um emprego na funçom pública nom é a capacitaçom senom o ser ou nom afim. Esta ineptitude é umha grande peja que trava o Processo revolucionário venezuelano. A corrupçom é consusbstancial ao capitalismo, som identidades. Este nom pode existir sem a sua institucionalizaçom na lei ou em parelho da mesma. Que o suborno seja um dos vectores de enriquecimento na República Bolivariana da Venezuela e fique impune, prova o divórcio entre o manifestado nos discursos e a pratica, e também a carência de recursos e vontade para a combater.


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