Chanceler alemã Angela Merkel. Foto: European Council (CC BY-NC-ND 2.0)
Por que a Alemanha precisa do euro?
O euro tinha ajudado a impulsionar a economia alemã, que dependia, e ainda depende, em 50%, das exportações à Europa. As regulamentações criadas pela União Europeia têm exatamente esse objetivo. O período de relativa prosperidade, conhecido após a assinatura do Tratado de Maastricht, em 1992, e que deu origem à União Europeia, chegava ao fim.
A partir de 2008, o imperialismo passou a impulsionar as políticas de austeridade, devido à falta de alternativas. A zona de livre comércio do Euro beneficia, em primeiro lugar, à Alemanha.
Mas o aprofundamento da crise capitalista, nos elos mais fracos na cadeia, tem aumentado o contágio em relação ao próprio coração da região, a própria Alemanha, que já entrou em recessão. Esse é o motivo pelo qual os monopólios alemães procuram aumentar o mercado na Rússia e na Ásia, pegando carona na política chinesa do Novo Caminho da Seda, apesar dos laços que mantêm com os Estados Unidos.
As tendências desagregadoras têm aumentado a todo vapor nos países do sul da Europa, principalmente na Itália e na Espanha que representam respectivamente a terceira e a quarta maiores potências da zona do euro. A Alemanha precisa salvar a zona do euro, mas para isso precisa assimilar boa parte da crise que ela mesma criou para garantir os lucros.
O poderio econômico da França tem despencado e, apesar de ser uma potência de primeira ordem, principalmente no aspecto militar, tem se convertido no sócio menor da Alemanha, e no braço militar dessa aliança.
Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos da região como jornalista independente.