O grupo de refugiados estava escapando da polícia, na localidade de Roeszke, na fronteira entre Sérvia e Hungria. Vários jornalistas gravaram a cena. Então, pode ver-se claramente a mulher que leva uma câmera na mão, chutando duas vezes os refugiados que corriam, entre eles uma menina.

Porém há mais. Quando passa em seu lado um refugiado com seu filho no colo, perseguido pela polícia, ela põe o pé intencionalmente para que ele caia. E o filma. A mulher é Petra László, cinegrafista da cadeia húngara N1TV.

O vídeo viralizou nas redes sócias esta terça-feira. A raiva se multiplicou por dezenas de milhas. Segundo informação que circulou pouco depois do incidente, a “jornalista” é uma ultradireitista ligada ao partido nacionalista de extrema direita Jobbik (Movimento por um Hungria melhor), assim como a rede para que trabalhava. Aparentemente, foi despedida de seu trabalho por conta do escândalo internacional das imagens. Jobbik é um partido neonazista que nas eleições parlamentares de 2014 obteve 20,5% dos votos, mantendo-se como terceira força política no país.

Estão relacionados a organização paramilitar fascista “Guardia Húngara”, que realiza ações violentas contra os ciganos. O atual primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán, pertence ao partido conservador Fidesz, e mantém uma política nacionalista, católica e xenófoba. Recentemente disse que os imigrantes muçulmanos são “um perigo” para seu país e para a “cultura católica”.

O parlamento da Hungria acaba de aprovar uma legislação xenófoba que penaliza os imigrantes ilegais com vários meses de prisão, como todos os que transpassem a cerca de arame de 170km que se colocou na fronteira com a Sérvia.