Acaba-se de apresentar uma nova organização que tem de converte-se no organismo regulador da língua ocitana. A apresentação do Congresso Permanente da Língua Ocitana (Congrès Permanent da Lenga Occitana, CPLO) em Bordeus é o disparo de saída para o organismo que estará ao cargo da regulação linguística do ocitano. A publicação de dicionários e gramáticas e a busca científica aplicada serão duas das suas tarefas principais.
O CPLO nasce da experiência de outra organização predecessora, a Aporlòc, que tinha sido fundada em 2010 com o objectivo de pôr as bases de uma autoridade independente e cientista para a língua ocitana. Organizações como o Instituto de Estudos Ocitanos, as Calandretas, o Instituto de Estudos Araneses e o Cirdòc tomaram parte nos trabalhos do Aporlòc.
O novo organismo tem o apoio das regiões ocitanes de Aquitánia, Llenguadoc-Rosselló, Migdia-Pirineus e Roine-Alps. Algumas destas regiões aprovaram recentemente uma Carta para a Cooperação Interregional que "define um marco geral para actividades de desenvolvimento do ocitano nas áreas de educação, espectáculos e património".
Baixo grau de uso social do ocitano
Segundo dados recentes publicadas pela região de Migdia-Pirineus, o uso do ocitano continua baixando nos terrenos da transmissão de pais a filhos e do conhecimento da língua. Os dados mostram que só um de cada quatro pais ocitanófonos transmitem a língua aos filhos. No departamento dos Altos Pirineus, o jornal A Dépêche diz que tão só o 7% usa a língua de forma habitual. E 1995, a proporção era de 18%.
Durante décadas, os expertos foram dizendo que o decrescimento constante no uso do ocitano remarca a necessidade de aplicar políticas activas que favoreçam a recuperação da língua. Neste sentido, várias associações ocitanas convocaram uma manifestação em Tolosa de Llenguadoc para o próximo 31 de março. O objectivo é pedir às autoridades francesas um melhor lugar para a língua nos meios de comunicação e no sistema educativo.