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290112_tigres_asiaticos_crise_falenciaCoreia do Sul - PCO - O modelo exportador, que prosperou com o auge do neoliberalismo, entrou em colapso devido ao aprofundamento da crise capitalista mundial. Economia estancada, aumento da inflação e desemprego; déficit público disparando.


O PIB da Coreia do Sul, que é o sétimo maior exportador mundial, a quarta maior economia da Ásia e um dos principais "tigres asiáticos", cresceu apenas 0,4% no quarto trimestre do ano passado, após ter crescido 0,8% no terceiro de acordo com dados do Banco da Coréia. O crescimento das exportações, no mesmo período, foi de 5,2% na comparação com o mesmo período de 2010, o que representa uma enorme queda dado que o crescimento nos 12 meses de 2011 foi de 20%.

De acordo com o ministro das finanças do País, Jaewan Bahk, o crescimento das exportações previstas para 2012 é de 7,2%, mas isso é muito pouco provável devido a que o principal fator associado com a deterioração da economia coreana é o aprofundamento da economia capitalista mundial.

Os investimentos em maquinários e transportes caíram 5,2% no quarto trimestre na comparação com a contração de 0,8% sofrida no terceiro trimestre. O consumo caiu 0,4% após ter crescido 0,4%.

O governo reduziu as expectativas de crescimento para este ano de 4,5% para 3,7%. O orçamento público ameaça dispara o déficit. 60% dos gastos previstos para este ano acontecerão no primeiro semestre. Os custos com saúde pública e os programas sociais serão aumentados em 7%, para US$ 83 bilhões (93 trilhões de wons).

A inflação atingiu 4,2% no mês de dezembro devido, principalmente, ao aumento dos preços dos alimentos provocado pela especulação nos mercados futuros de commodities e a febre aftosa que atacou o rebanho pela quinta vez desde o ano 2000.

O crescimento industrial caiu para 5,6% no mês de novembro na comparação com o crescimento de 6,3% no mês de outubro.

As empresas manufatureiras reportaram as piores perspectivas para os seus negócios dos últimos três anos, da mesma maneira que as empresas manufatureiras chinesas enfrentam o segundo mês consecutivo de queda da atividade industrial. O índice do banco HSBC, que mede a atividade industrial baseado nas 400 maiores fábricas, caiu para o seu pior nível desde o mês de fevereiro de 2009, após ter sofrido cinco quedas consecutivas coincidentes com o aprofundamento da crise capitalista mundial no segundo semestre do ano passado. A utilização da capacidade industrial instalada caiu para o seu pior nível desde novembro de 2009, impactando em cheio os setores de semicondutores e aparelhos eletrônicos. O presidente Lee Myung-bak declarou que "parece que as ondas que aparecem na nossa frente para este ano serão muito mais altas. A economia mundial está escorregando para uma nova era de baixo crescimento, não uma recessão temporária."

A crise capitalista aprofunda a crise do regime político

A contração econômica tem atingido a todos os países da região, apesar de terem sido o "motor" da economia capitalista mundial no período posterior ao colapso capitalista de 2007-2008. O Japão anunciou o seu primeiro déficit comercial em 30 anos e as exportações da China encontram-se em queda livre.

Para manter a liquidez das empresas, o governo está sendo pressionado a reduzir a taxa de juros dos atuais 3,25% para 3%.

O combate ao crescente desemprego tornou-se uma das principais preocupações do governo direitista do presidente Lee Myung-bak, ex presidente da Hyundai, pois caiu para o seu pior nível nos últimos três anos e, no próximo mês de abril, enfrentará eleições parlamentares e, em dezembro, eleições presidenciais. No pico da crise, em 2009, os salários dos trabalhadores foram reduzidos em até 30% e foram contratados novos aprendizes e estagiários em cima de contratos de curta duração, após o número de desempregados ter aumentado em 195 mil apenas no mês de março. Apesar do rebaixamento salarial a crise não foi contida e, agora, o governo está promovendo a redução das horas trabalhadas.

O partido direitista no poder, o GPN (Grande Partido Nacional), enfrenta enorme desgaste devido à implementação das política liberais na última década, o aprofundamento da crise capitalista no País, escândalos de corrupção e o aumento do conflito com a Coreia do Norte. Nas eleições suplementares, no início de 2011, o GPN sofreu pesada derrota. A candidata do partido às eleições presidenciais, Park Geun-hye, filha do ex-ditador Pank Chung-hee, que é associado com o desenvolvimento industrial exportador do País, tem como a sua principal bandeira de campanha o aumento dos impostos sobre os ganhos financeiros.

O partido de oposição, o Partido Democrático, liderado por Han Myeong-sook, tem levantado como bandeiras de campanha o aumento dos investimentos nos programas sociais, tais como alimentação gratuita nas escolas, cuidado e tratamento médico para as crianças, que hoje seriam de aproximadamente a terceira parte dos níveis dos países da Europa Ocidental.

A crise política do regime ficou evidente nas eleições municipais do passado mês de outubro quando um candidato independente, Park Won Soon, ganhou, com grande vantagem, a prefeitura de Seul, a capital do País, pela primeira vez desde o início das eleições municipais na capital em 1995. O crescente descontentamento da população está colocando em xeque os mecanismos de controle tradicionais. Agora, outro candidato independente, Ahn Chul-soo, conhecido fundador de uma empresa de software, e que conta com grande popularidade entre as camadas jovens da população, aparece como um forte candidato independente para as eleições presidenciais.

O significado da crise dos chamados "tigres asiáticos"

Os chamados "tigres asiáticos", Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan, foram os primeiros países da região que tiveram um acelerado processo de industrialização, orientado à exportação, a partir da década de 70, em cima de enormes subsídios estatais às multinacionais imperialistas, principalmente japonesas e norte-americanas, e de mão de obra de baixo custo e com pouquíssima proteção trabalhista. No caso da Coreia do Sul, a penetração em larga escala das multinacionais aconteceu na década seguinte e através da associação com as grandes empresas familiares que acabariam dominando; as quatro principais são a Hyundai , Daewoo, Samsung e Lucky Gold Star. Nas duas décadas seguintes, outros países seguiram o mesmo modelo, tais como a Indonésia, Vietnã, Malásia, Tailândia e Filipinas, mas direcionados para setores industriais de baixo valor agregado, como têxteis, calçados, alimentos, brinquedos e alguns produtos eletrônicos.

O modelo exportador dos "tigres asiáticos" está esgotado. O colapso capitalista mundial de 2007-2008 tem levado à bancarrota todos os mecanismos estruturados com o objetivo de continuar garantindo altas taxas de lucro para o punhado de especuladores financeiros que dominam o mundo. Os governos de todo o mundo, principalmente das potencias imperialistas, esvaziaram os seus caixas e aumentaram exponencialmente o seu endividamento com o objetivo de salvar os especuladores da bancarrota, mas com resultados muito pífios e ao custo de ter levado o sistema capitalista à pior crise da sua história e com tendência contínua à deterioração.

O sistema capitalista está esgotado historicamente; somente consegue gerar lucros, que é o coração do seu funcionamento, através da especulação financeira, da venda de armas e a promoção de guerras, e da promoção da devastação dos recursos naturais e humanos. E mesmo assim, as multinacionais imperialistas têm total dependência do estado burguês, pois sem os recursos públicos, praticamente, total elas, mas principalmente as do setor dominante da economia, o setor financeiro, iriam imediatamente à bancarrota. Esta dependência representa uma semente em crescimento da futura sociedade socialista no seio na sociedade capitalista parasitária que encontra-se em acelerada decomposição.


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