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Turquia - Diário Liberdade - A vitória de Erdogan permitir-lhe-á empreender a reforma constitucional com que já prometeu concentrar poderes na sua figura, ao mesmo tempo que, com certeza, reforçará a repressão contra a esquerda e contra o povo curdo.


Foto de Ximena González, observadora internacional de Mar de Lumes - Após as eleições, mobilizações denunciam a farsa.

O AKP do primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, venceu as eleições turcas com 49,4%, quando já estavam escrutinados 97,5% dos votos. Com este resultado, o AKP recupera a maioria absoluta que havia perdido nas eleições de junho.

Os resultados dão uma vitória clara ao partido islamista, que poderá, agora, governar sozinho, como era sua aspiração. O também partido do Presidente Erdogan forçou a convocação destas legislativas, após descartar qualquer coligação com as restantes forças parlamentares. Em segundo lugar ficou o partido republicano laico CHP, com 25,4% dos votos, seguido dos nacionalistas do MHP com 11,9% e do partido de esquerda pró-curdo HDP com 10,6%.

Os nacionalistas do MHP são a força política mais castigada desta eleições, passando de 16% e terceira força política para o partido com menos mandatos no hemiciclo, atrás daqueles que têm como “inimigos de eleição” - o HDP, que passa a terceira força política.

No entanto, também o HDP sofreu um assinalável revés eleitoral. Após ter sido a surpresa eleitoral em junho, agora, ficou poucas décimas acima da cláusula barreira dos 10% - a mais elevada do mundo. Pouco tempo depois dessas eleições, o Governo, dominado pelo AKP, rompeu o cessar fogo, que vigorava há 3 anos, e retomou as hostilidades contra os curdos do PKK. Segundo alguns analistas políticas, o reacender do conflito prejudicou o HDP.

A vitória de Erdogan permitir-lhe-á empreender a reforma constitucional com que já prometeu concentrar poderes na sua figura, ao mesmo tempo que, com certeza, reforçará a repressão contra a esquerda e contra o povo curdo.

Denuncias de manipulação da Observação Internacional

"Dado que Turquía já tinha dado mostras de irregularidades flagrantes noutras votações, o HDP solicitou a chegada de observadores internacionais, e convidou delegações doutras nações sem Estado de Europa, tal como de partidos da esquerda europea, para velar contra as irregularidades" - explicavam de Mar de Lumes, entidade que desempenhou as funções de Observação Internacional da Galiza nestas eleições.

A enviada de Mar de Lumes, Ximena González, verificou fortes irregularidades, principalmente no que diz a respeito de repressão e coações pelo governo turco, mas também suspeitas quanto à manipulação direta de resultados. Entre os indícios de que qualquer coisa não decorreu normalmente na contagem, o facto de que a comissão eleitoral apagou o seu sistema de contagem online quando ainda não estavam contabilizados todos os votos.

González encontrou outras irregularidades que denunciou em tempo real:

Mas sem dúvida, a ameaça e a repressão marcaram o tom da jornada:

"O governo colocou camiões anti-distúrbios apontando os canhões para as sedes do HDP e em Cizre a polícia atacou carros oficiais do HDP que escoltavam o traslado de papeletas para o Conselho Eleitoral”, denunciou González no Sermos Galiza.

Vários e várias observadoras do Curdistão Sul foram detida em Diyarbakir eas delegações internacionais tiveram problemas para entrar nos colégios eleitorais em quase todas as zonas do Curdistão, particularmente em grandes cidades curdas como Batman. "Em Bingol, os eleitores foram obrigados a depositar o voto com o envelope aberto, sob ameaça de agressões por parte da polícia ou detenções", disse a integrante de Mar de Lumes, quem advertiu de que em Estambul detiveram um observador da delegação grega.

Houve mobilizações no Curdistão denunciando a farsa, mas foram duramente reprimidas pela polícia.

Com informações de Esquerda.net, Sermos Galiza e Mar de Lumes.


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