Foto de Julia Buzaud (CC by/2.0) - Apoiadores do PDG curdo, celebram a vitória ontem.
As eleiçons de domingo no Estado turco registárom um espetacular avanço do principal partido na naçom sem estado curda, o Partiya Demokratik a Gelan (PDG, em curdo, HDP em turco), de ideologia progressista. Com 13% dos votos - muito concentrados, como é natural, no terço ocidental do Estado turco, é dizer, no Território Curdo, embora tenha chegado a ser terceira força em Estambul - vai obter 80 dos 550 assentos em Ankkara.
O PDG, que tem recebido apoio mesmo de líderes históricos da guerrilha do comunista curda do PKK, é umha uniom de diferentes partidos e organizaçons de esquerda curdas, feministas, ecologistas, ativistas LGBT, independentistas curdos e progressistas turcos.
PDG, progressista mas nom rupturista
O grande avanço e o alívio que o ascenso do PDG supom para os e as demócratas e a classe trabalhadora que mora no Estado turco é umha realidade tam grande quanto as ambiçons moderadas de um partido de perfil social-democrata.
Com um perfil comparável ao Syriza ou o Podemos, o PDG renuncia expressamente à independência do Curdistám, embora procure sim maior autonomia para esse povo dentro de um Estado turco progressista. Um projeto cujo apoio popular reflete uma puniçom dos e das eleitores aos projetos a cada vez mais repressivos, neoliberais e xenofóbicos do ultradireitista Presidente em funçons Recep Tayyip Erdogan, do Partido da Justiça e o Desenvolvemento (AKP).
A posiçom pouco desafiante do PDG nom tem evitado o ódio da ultradireita turca, e ao longo das últimas semanas sedes desse movimento sofrêrom até 60 atentados, alguns com pessoas feridas e mortas.
Erdogan tem frustrada modificaçom constitucional e olha para a direita extrema
O retrocesso de Erdogan dificultará a viragem autoritária que o Presidente do Estado turco tencionava dar à constituiçom do país, que concentraria maiores poderes na sua pessoa. Mudam as cousas agora que Erdogan terá que procurar a maneira de gerir a governaçom turca sem a maioria absoluta que possuia no mandato anterior, ou seja, através de umha coalizom.
E embora o espetacular ascenso parlamentar curdo vai conseguir travar as modificaçons constitucionais ambicionadas polo governista AKP - com a oposiçom curda, nom se obterám as maiorias necessárias -, as futuras amizades no governo turco som muito assustadoras. Tal como assustadoras som as primeiras reflexons dos governistas, que prometerom mais do mesmo: "Todo o mundo deveria ser ciente de que o AKP é o partido ganhador destas eleiçons" o qual interpretam como um mandato para "continuar no nosso caminho de forma ainda mais decidida".
O religioso e conservador Milliyetçi Hareket Partisi, MHP (Partido de Açom Nacionalista, em galego) parece por enquanto o mais próvavel companheiro de coalizom para garantir a continuidade de Erdogan à frente do executivo. O MHP tem umha dura componente imperialista, reclamando com base em "argumentos" genéticos, a adesom a um grande império - dirigido de Estambul, claro - de diferentes povos da Ásia Central, mesmo da República Popular da China. Possuim, ainda, um perfil declaradamente anti-curdo.
Erdogan dispom agora de um mês e meio para tentar formar governo.