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eua.israelEstados Unidos - La Jornada - [David Brooks, Tradução do Diário Liberdade] A chuva de bombas, mísseis e balas de Israel que matam homens, mulheres e crianças palestinas é copatrocinada por Washington, já que Israel é o maior receptor da assistência militar estadunidense do mundo.


Até o momento Israel recebeu 121 bilhões de dólares de apoio estadunidense (em décadas anteriores recebia também apoio econômico, mas agora é quase exclusivamente militar), segundo cifras oficiais coletadas no mais recente relatório do Serviço de Investigações do Congresso (CRS) sobre a relação bilateral.

O presidente Barack Obama solicitou 3,1 bilhões de dólares para ajudar militarmente Israel no ano fiscal de 2014, o que foi totalmente aprovado pelo Congresso. Da mesma maneira, outorgou-se 504 milhões adicionais para investigação, desenvolvimento e produção do sistema antimísseis israelense e para melhorar sistemas conjuntos missilísticos de defesa.

Para 2015, o governo de Obama está solicitando 3,1 bilhões de dólares em ajuda militar e quase 300 milhões a mais para os sistemas de mísseis.

Em 2007, o então presidente George W. Bush acordou com Israel um pacote de 30 bilhões de dólares em ajuda militar durante 10 anos, algo que o governo classificou de "investimento pela paz". Em março de 2013, em sua visita a Israel, Obama reiterou que os Estados Unidos manteriam seu compromisso de dar apoio militar multianual (nos demais casos, a ajuda a outros países é apenas anual).

Segundo o CRS, "o apoio militar estadunidense ajudou a transformar as forças armadas de Israel em uma das mais tecnologicamente sofisticadas do mundo". Explica que tal ajuda foi desenhada para "manter uma vantagem militar qualitativa" frente às forças militares da região, algo que o presidente tem que avaliar constantemente para assegurar que essa vantagem se mantenha frente a qualquer tipo de "ameaça" a Israel.

O Congresso aprovou uma lei em 2012 que estipula, entre outras coisas, que um objetivo da política de Washington é "ajudar o governo de Israel a preservar sua vantagem militar qualitativa ante a rápida e incerta transformação política regional".

Mais ainda: existe um convênio para armazenar armas e tropa estadunidense em bases militares israelenses para uso dos Estados Unidos em tempos de guera e, com permissão estadunidense, para o uso de Israel em situações de emergência.

De fato, a ajuda estadunidense contribuiu diretamente para que Israel desenvolvesse sua indústria militar a tal nível, que nos últimos cinco anos esses país se converteu no décimo exportador mundial de armas, segundo o Instituto Internacional de Estocolmo sobre Investigações de Paz.

A cúpula política estadunidense sempre manifestou seu apoio férreo a Israel desde a criação desse Estado, em 1948. De fato, hoje em dia, ainda com os níveis mais altos de polarização política em Washington, o apoio a Israel permanece como um dos poucos assuntos em que há pleno consenso bipartidarista. É um fato que quase nenhum político com aspirações nacionais pode se atrever a propor uma mudança radical nessa postura e muito menos criticar a política bilateral. Ainda que haja legisladores e outros políticos que manifestem sua oposição a um respaldo sem suficientes condições para o uso deste apoio militar por Israel, inclusive disputas entre os dois governos sobre vendas e cooperação a outros países (por exemplo, a relação entre Israel e China), isso fica em denúncia e não houve grandes modificações na ajuda nem na "relação estratégica".

Denúncias e críticas de diversos grupos, desde organizações anti-guerra, religiosas (incluindo um setor judeu) e de direitos humanos, de que os Estados Unidos estão violando suas leis que estipulam que a ajuda militar a outras nações só pode ser empregada para propósitos de auto-defesa e que não pode ser entregue a regimes que violam os direitos humanos, surgem cada vez que Israel desata uma ofensiva bélica contra civis em territórios palestinos, mas até agora não tiveram impacto sobre a relação bilateral.

Noam Chomsky, um dos críticos mais ferozes das políticas de Israel e do apoio estadunidense, escreveu esta semana sobre as severas consequências humanas do mais recente ataque. Assinalou que mesmo "quando Israel está em fase de 'bom comportamento', mais de duas crianças palestinas são mortas por semana – um padrão que se repete há 14 anos". Ressaltou que "As causas de fundo são a ocupação criminosa e os programas para reduzir a vida palestina a mera sobrevivência em Gaza. Enquanto isso, na Cisjordânia os palestinos são confinados em regiões inviáveis e Israel tomas as terras que quer, em completa violação do direito internacional e de resoluções explícitas do Conselho de Segurança da ONU – para não falar de decência. E isso continuará enquanto for apoiado por Washington e tolerado pela Europa, ante nossa vergonha perpétua".


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