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190912 namibiaNamíbia - Prensa Latina - Na Namíbia, como em quase todos os países da África ao sul do deserto do Saara, os primeiros europeus a chegarem a sua costa foram os portugueses, que, comandados pelo navegante Bartolomeu Dias, desembarcaram em 1488.


O território tem fronteiras ao sul e sudeste com a África do Sul, ao leste com a Bostwana e ao norte com Angola. A nordeste, o rio Zambeze faz uma fronteira natural com a Zâmbia. Seus principais grupos étnicos são ovambos, hereros, damares e kavangos.

A Namíbia é uma planície que se estende ao longo da costa do oceano Atlântico, numa região árida conhecida como deserto de Namib, com longas parcelas de dunas arenosas, aspecto comum à vegetação do país.

Esta nação ocupa a parte ocidental do deserto de Kalahari, pelo que as áreas cultiváveis resultam pobres. Seus rios mais caudalosos são o Orange, que forma a fronteira sul com a África do Sul, o Kunene e o Zambeze no norte.

Entre os cerca de quatro séculos decorridos entre o desembarque de Bartolomeu Dias e a criação da África Sul-ocidental Alemã em 1884, os escassos europeus que visitaram o território foram, em sua maioria, navegadores, missionários e caçadores.

Caprivi

As décadas seguintes da dominação alemã estiveram marcadas pela sangrenta repressão das sublevações nativas, em especial do povo herero, o grupo étnico dominante, cuja rebelião em 1904 não finalizou até quatro anos depois com a perda de quase 60 mil vidas.

Caprivi ou Faixa de Caprivi forma um estreito saliente na parte oriental do país de cerca de 450 quilômetros de longitude entre a Bostwana ao sul, e Angola e Zâmbia ao norte.

Foi chamada assim em homenagem ao conde Leo von Caprivi, chanceler da Alemanha em 1890, por anexar o território à África Sul-ocidental conseguindo que Berlim tivesse acesso ao rio Zambeze.

Também obteve a ilha de Heligoland, no mar do Norte (na Europa). Em troca disto entregou ao Reino Unido a ilha do Zanzibar, na costa da Tanzânia.

Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as forças armadas da União Sul-africana (desde 1961, República da África do Sul) derrotaram os colonos alemães. Berlim reconheceu a soberania sul-africana sobre a região no Tratado de Versalhes.

No final do conflito mundial, a Alemanha perdeu a totalidade de suas possessões no continente, que passaram ao poder das duas principais potências coloniais da época, Reino Unido e França. Em 1920, a Sociedade das Nações concedeu à África do Sul o mandato sobre a África do Sudoeste (antigo nome da Namíbia).

Em 1946, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, sucessora da Sociedade das Nações, pediu à África do Sul que substituísse o sistema de mandato concedido por uma administração de fideicomisso sob a ONU.

O regime sul-africano recusou a petição das Nações Unidas, e pelo contrário, em 1949 uma emenda constitucional desse país estendeu a representação parlamentar à África Sul-ocidental.

A Namíbia converteu-se em centro de agudas disputas entre a África do Sul e a ONU. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia decretou em 1950 que o mandato devia ser administrado pelas Nações Unidas.

A SWAPO

As autoridades da África do Sul recusaram todas as propostas da ONU para achar solução à situação da Namíbia, onde se aplicava do odioso sistema de apartheid.

A criação da Organização Popular da África Sul-Ocidental (SWAPO), em 1960, respondeu à necessidade de dar expressão política única à luta anticolonialista do povo namibiano e definir claramente seu objetivo de independência e nacionalidade.

Os fundadores da Swapo organizaram uma força política capaz de resistir os ataques da reação e principalmente do ocupante sul-africano na Namíbia, e deu à população uma orientação revolucionária.

Os primeiros seis anos foram dedicados à mobilização numa ampla frente popular. Quando, a 26 de agosto de 1966, se iniciou a luta armada sob a direção do Exército Popular de Libertação da Namíbia (PLANO), braço armado da Swapo, o povo se encontrava decidido a lutar por sua libertação.

Durante vários anos, com períodos de maior intensidade, continuaram as ações militares contra o exército bem organizado e armado da África do Sul. No confronto com as forças revolucionárias o ocupante empregava diversos métodos: infiltrava agentes entre os combatentes ou realizava horríveis massacres a fim de intimidar à população e frustrar a ajuda popular à Swapo.

Enquanto isso, negociações entre representantes da Swapo e da África do Sul, junto ao Reino Unido, Estados Unidos, República Federal de Alemanha e Canadá, concluíam em um estancamento ao retirar-se o delegado sul-africano, e assim reafirmou a negativa de seu governo a deixar a Namíbia como pedia a ONU.

Internacionalmente crescia a solidariedade com o povo namibiano e a Swapo. O nono período extraordinário de sessões da Assembleia Geral da ONU para a Namíbia realizou-se em 1978; ao final aprovou-se uma declaração e um programa de ação a fim de propiciar e apoiar a autodeterminação e independência desse território.

Num novo crime contra a população civil, a África do Sul agrediu o campo de refugiados namibianos em Cassinga, Angola, onde pereceram quase 700 pessoas, um massacre que provocou a indignação e os protestos internacionais.

Última etapa

A derrota da África do Sul na batalha de Cuito Cuanavale, depois da agressão a Angola, contribuiu a acelerar a independência da Namíbia. Combatentes internacionalistas cubanos, das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e forças namibianas derrotaram às tropas sul-africanas destruindo o mito da invencibilidade do exército do apartheid.

Ao obter a independência em 1989, o povo namibiano culminava uma longa luta contra um dos sistemas de exploração mais cruéis do continente. Igualmente significou o desmantelamento do apartheid na vizinha África do Sul e a libertação de Nelson Mandela, líder do Congresso Nacional Africano, depois de 27 anos de encarceramento.


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