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240116 agPaísos Cataláns - El Periódico - [Traduçom do Diário Liberdade] Traduzimos e reproduzimos a entrevista que a jornalista Neus Tomàs fijo à dirigente independentista e comunista catalá Anna Gabriel, deputada da CUP no Parlamento desse país.


Foto: Ricard Fadrique.

É consciente de que se converteu numha besta negra de umha parte de dirigentes convergentes e, se figermos caso às redes, também de umha parte de seus votantes?

Acho que a rede nom é um reflexo da realidade. Nestes meses, o pulso que tomei na rua é muito diferente. Inclusive porque aquelas pessoas que se me aproximam com um posicionamento diferente ao que tinha a CUP o faziam de umha forma totalmente respeitosa. E porque tenhem sido muitíssimas as mostras de entendimento e outras de total adesom ao que estávamos fazendo. O facto de que se tenha identificado tanto um posicionamento na minha pessoa, alguém de forma poética falava da “neta das bruxas que nom pudemos queimar”, leva a refletir de como é de difícil entender a cultura política da CUP.

Os políticos e meios descobrimos como funciona a CUP. Mas parece que o número 1 da vossa candidatura, Antonio Banhos, também nom o devia ter muito claro.

O funcionamento da CUP nom é só entender um organograma, umha lógica organizativa, mas também umha cultura política. Pode ser que a umha pessoa que nom vem da militáncia da esquerda independentista e nom está imerso nesta dinámica lhe custe perceber. Ele nom compartilhava a posiçom da CUP e custava-lhe defendê-la, o que é normal. Talvez nom tenha tido a paciência suficiente para esperar a que a partida acabasse, porque como se pudo comprovar, havia partida até o último momento.

Quando foi a última vez que falou com Artur Mas?

Foi no segundo pleno da investidura frustrada.

Nalgum momento pensou em esquecer o assunto?

Nom, nunca. Na CUP havia vozes críticas por termos começado as negociaçons e à medida que passavam nas semanas havia mais que pensavam que era um erro tê-las concebido como o tínhamos feito. Eu entendia que se nos pedia que nom nos levantássemos da mesa. Independentemente do conforto ou incomodidade, tínhamos um mandato.

Lim que você acha que o patriarcado se constrói com a exclusom das mulheres. Os ataques que recebeu teriam sido os mesmos se se tivesse tratado de um homem?

Nom, porque “puta traidora” di-se a umha mulher. Os insultos que recebêrom as mulheres da CUP tinham umha componente de objeto sexual muito evidente. Punham umha ênfase nos atributos físicos de forma relevante. Preocupa o nível de misoginia e que quando aflora tenha tantos silêncios em ámbitos políticos e sociais.

Quando a CUP debateu se tinha chegado o momento de ir para umhas eleiçons autonómicas você considerou que era prematuro. Visto como foi acha que tinha razom?

A passada legislatura tivemos uns deputados que em muitas ocasions fôrom alta-vozes de movimentos, luitas e reivindicaçons. Subírom o nível da Cámera em muitas de suas intervençons e portanto o balanço é positivo. Mas também é verdade que nós alertamos de algumas questons que é bom que tenhamos presente. Restaremos peso ao ámbito municipal? O ámbito parlamentar passará a ser o predominante? Cairemos em lógicas de liderança quando nós queremos combatê-las? Poderemos manter as energias que temos na rua? Moderaremos o nosso discurso porque entraremos em outra arena política?

Algumas podem ter acontecido.

Seguramente, mas nós sempre temos dito que nom somos melhores que ninguém e se a determinadas esquerdas deste país lhes passárom estas cousas, porque nom nos poderia acontecer a nós? O que nos toca é fazermos umha revisom permanente da nossa tarefa parlamentar.

Som um partido de esquerda graças ao qual Convergência segue no poder. nom tem algo de contraditório?

Nom faríamos umha leitura correta de onde está o poder se o situássemos só nos cargos de representaçom do Parlament e o Govern. Na Europa do capital, os poderes vam muito além. Nós contribuímos é para dar a maioria suficiente que permita articular um Govern de Junts pel Si, que é verdade que, no seu seio, tem umha força que é CDC, mas nom só está ela. Nom sentimos que facilite a perpetuidade dos interesses de CDC. O vector é defender os interesses dos dous milhons de pessoas que julgárom que era o momento de iniciar a desconexom com o Estado espanhol.

A independência só é possível sem CiU? A frase é sua e dixo-a numha entrevista ao digital 'Diagonal' em maio do ano passado. Que mudou?

Nom mudou nada, porque na entrevista, que vai para além desta frase, nom me referia às bases de CDC e sim ao que simbolizou CDC neste país. Resumíamo-lo dizendo “queremos dar cabo do pujolismo, da corrupçom, do autonomismo, da lógica pactista, dos cortes e das privatizaçons”. E as conversas com Junts pel Si foram neste sentido.

Em algum momento terá que desobedecer a legalidade?

Sim, mas também porque a desobediência fai parte da nossa prática política habitual. Em situaçons de emergência social abrimos fechaduras e ocupamos imóveis. Tal como atuamos contra o serviço militar. Entendemos que é evidente que terá que desobedecer e que nom compartilhamos o léxico nem a trajetória com Junts pel Si, mas teremos de ver se a populaçom acha que a desobediência é umha mensagem a emitir.

Vamos a casos concretos. As pessoas terám de decidir se pagam os impostos a um fisco catalám ou à espanhol?

A vontade é que a decisom final nom recaia nas pessoas. O Estado espanhol pode reagir com asfixia-a económica ou bem noutro terreno. Veremos quando chegar o momento se há acordo para a partilha de ativos e passivos ou se apelamos a algum tipo de arbitragem internacional.

Entende que tenha gente que quando ouve que terá que desobedecer se assuste?

Sim, mas quando se explica que graças a açons desobedientes se avançou, também se entende. O respeito a umha legalidade que nom é exemplo de nada, gestada no franquismo, nom pode operar como limite. Se nom nos deixam sermos protagonistas de umha nova etapa, explicaremos que do outro lado só há a resignaçom e perder a dignidade pessoal e coletiva.

Ou seja que, segundo você, a desobediência é a alternativa à resignaçom.

Sim, e é a alternativa a quando che dim que o limite é a lei e nom a razom.


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