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ASEAN Nations Flags in JakartaDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] A China continuará aumentando o aperto sobre os países da ASEAN (Associação dos Países do Sudeste da Ásia), tanto em termos econômicos, como militares e políticos.


Foto: Bandeiras das nações da ANSEA. Por Gunawan Kartapranata/wikipedia - CC BY-SA 3.0.

Os países da região mais dependentes do imperialismo ficarão expostos pelo aumento das taxas de juros estabelecidos pela Reserva Federal norte-americana e, por esse motivo, mais frágeis. Na linha de frente estarão a Malásia, a Indonésia e as Filipinas para onde, nos últimos dois anos, tem migrado um importante número de plantas industriais janponesas. Em parte, o aprofundamento da crise poderá ser amortizado pelo aumento da produção dos monopólios, principalmente japoneses, ou mesmo pela ampliação da produção. Mas essa possibilidade enfrentará a queda das vendas, provocada pelo aprofundamento da crise capitalista, inclusive no Japão. Ao mesmo tempo, o aprofundamento da crise na China também aumentará a pressão sobre os países vizinhos. O governo chinês tentará desenvolver acordos com concessões especiais, seguindo o modelo estabelecido com a Coreia do Sul que, em 2016, deverá gerar um comercio bilateral superior aos US$ 300 bilhões.

O imperialismo norte-americano buscar conter a política da China por meio da Aliança Trans Pacífico que impõe condições ultradepredadora, contra os países membros, em benefício dos monopólios. Para manter ou aumentar os negócios, esses países serão obrigados a fazer concessões adicionais em relação à soberania.

O aprofundamento da crise capitalista levará a medidas “excepcionais”, “sui generis”, para salvar os lucros. O acordo de comércio trilateral entre a China, o Japão e a Coreia do Sul continuará avançando. Ao mesmo tempo, a crise, deverá provocar o aumento das contradições, conforme os mercados ficarem mais reduzidos. O impacto também será notório no interior da ASEAN e em toda a região Pacífico da Ásia.

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A crise econômica continuará acelerando a crise política. No Japão, a extrema direita continuará pressionando o governo direitista de Shinzo Abe para avançar ainda mais à direita. Na Malásia, o governo de Najib razak, do UMNO, foi atingido em cheio por denúncias de corrupção que envolviam capitais especulativos do Catar, e deverá cair. Na Coreia do Sul, o governo da primeiro ministro Park Geun-hye continuará sendo pressionado pela extrema direita, conforme a crise aumentar, e pelo imperialismo norte-americano na tentativa de afasta-lo da política da China. A crise também deverá aumentar na Indonésia, no Taiwan e nas Filipinas.

As disputas territoriais no Mar do Sul da China continuarão exacerbadas, em primeiro lugar, pelos Estados Unidos com o objetivo de manter a justificativa do deslocamento da metade do orçamento do Pentágono para a região. A tentativa de incluir o Japão, a Austrália e a Coreia do Sul no patrulhamento do Mar do Sul da China avançará, mas com dificuldades, principalmente no caso da Coreia do Sul que evitará enfraquecer os gigantescos acordos comerciais com a China. O Japão aumentará o poderio naval devagar, em boa medida, sobre o controle dos Estados Unidos, mas, conforme a crise aumentar e os lucros dos monopólios japoneses forem colocados em xeque, as contradições com os Estados Unidos acelerarão rapidamente. As eleições ao Senado nipônico, que acontecerão na segunda metade deste ano, deverão fortalecer a ala direita do regime. Mas mesmo assim, o envolvimento nas patrulhas do Mar do Sul da China continuará limitada.

As relações entre a China e os Estados Unidos, apesar de tensas, continuarão mantendo os pontos de contato. A China participará do Rimpac, os enormes exercícios multinacionais liderados pelos Estados Unidos, e ainda deverá aumentar as concessões ao governo da Coreia do Sul para usa-lo como mecanismos de descompressão na região e de contenção à agressividade do imperialismo.

As relações da China com Taiwan tendem a piorar. Nas eleições que acontecerão neste mês, janeiro, o governo do Kuomintang, que é próximo ao governo chinês, deverá ser derrotado pela direita do Partido Democrático Progressista, próximo aos Estados Unidos e que busca a independência para Taiwan. Isso acontecerá apesar dos esforços, até desesperados, do governo chinês.

Em maio, acontecerão eleições nas Filipinas. Da mesma maneira que aconteceu em relação a Taiwan, o governo chinês tentará influência-las desescalando as tensões no Mar do Sul da China. Na Malásia, também deverão acontecer eleições para substituir o primeiro ministro Najib Razak do Partido Organização Nacional Malaia Unida e Barisan. Najib, encurralado, tentará fazer acordos com a minoria chinesa que mantém proximidade com a China.

Em abril, acontecerão as eleições parlamentares na Coreia do Sul. O governo de Park tentará manter e melhorar as relações com a China com parte da política direcionada para a carestia da vida e o desemprego que têm dado lugar a protestos.

As relações com a Coreia do Norte continuarão tensas, em grande medida por causa das provocações do imperialismo norte-americano que se vale de provocações com o objetivo de pressionar o Congresso para manter o gigantesco orçamento militar na região. O novo Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte deverá consolidar a política defensiva contra as agressões, o que implicará no aumento dos testes nucleares.

Na Birmânia, os militares tentarão manter os privilégios no governo que assumirá neste ano após terem sido derrotados nas eleições do final do ano passado pelo partido pró-imperialista da Liga Nacional pela Democracia.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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