1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

13867779145956Estado espanhol - PGL - [Joám Lopes Facal] O jornal La Crónica de Badajoz de 13 de fevereiro de 1873 inseria a notícia de que no dia anterior às doze e meia chegaram à estaçom ferroviária da cidade ‑ quase de estreia na altura ‑ os reis da Espanha, dom Amadeu de Sabóia e dona Maria Victoria dal Pozzo della Cisterna.


Amadeu, que reinara em Espanha durante dous anos apenas, era filho do primeiro rei de Itália Victor Manuel II e neto portanto de Carlos Alberto de Sabóia, o infortunado monarca que viu morrer ao Porto, mesmo ao pé do Douro. Acompanhavam os monarcas na viagem os senhores dom Eugénio Montero Rios, eminente político liberal nascido na compostelana rua do Jasmim em 1832 e o deputado saragoçano dom D. Félix Coll y Moncasi junto com um minguado séquito militar. Dous reputados liberais e um modesto séquito militar para acompanhar os monarcas até o porto de Lisboa para a sua partida definitiva. A improvisada comissom de recepçom aguardava o comboio na plataforma da estaçom para cumprimentar o ilustre casal. A cerimónia consistiu na interpretaçom da marcha real, interpretada polo Regimento de Astúrias ali formado. O rei emocionou-se, aponta a crónica.

Dom Eugénio Montero, filho leal da Revoluçom Gloriosa de 1868 que mandou a rainha Isabel II para o exílio e deputado nas Cortes constituintes de 1869, fora ministro de Graça e Justiça no governo de Prim de 1870 e também nos posteriores de Ruiz Zorrilla que oficiou de Grande Mestre do Grande Oriente de Espanha no período 1870 – 1874. Fôrom eles quem trouxeram ao trono da Espanha o jovem duque de Aosta. Talvez na longa viagem até Lisboa cruzasse pola cabeça do ilustre jurista galego o vertiginoso percurso dos acontecimentos vividos desde aquele fatídico dia da emboscada de 27 de Dezembro de 1870 que ia abater o general Prim enquanto esperava a chegada de Amadeu. Quanto tinha mudado todo até a presente primavera de 1873 em que a Espanha amanhecera republicana de repente. No pensamento do rei pesaria talvez a lembrança da sua chegada ao país de destino no mesmo dia em que lhe anunciárom o assassinato do seu mais denodado valedor ou o interminável dia da sua entronizaçom, que principiara com a dolorosa visita ao cadáver do general na Basílica de Atocha e rematara com a visita de condolências à desolada viúva do general e os seus filhos, Isabel e Juan.

O assassinato de Prim fascinou geraçons e segue suscitando perguntas sem resposta. Eram sete e meia da tarde de 27 de Dezembro e caia em Madrid umha espessa nevarada que apenas permitia a visom na rua do Turco onde aguardavam incógnitos emboscados. “Eu parto mas o rei fica” fôrom, polo que dim, as palavras do general quando caiu na conta da gravidade das feridas. Morria três dias depois por causa da infecçom. Os fieis do general conduzírom o cadáver, previamente embalsamado polo doutor Simons “polo sistema de injecçom”, à Basílica de Atocha para a sua exposiçom pública e posterior enterro.

Houve um velório maçónico na Basílica para despedir o irmao Washington como era conhecido, segundo certa tradiçom o general Prim. Benito Pérez Galdós oferece-nos umha pormenorizada descriçom da cerimónia no trigésimo nono dos Episodios nacionales, redigido no ano 1906:

Yacía el cadáver del héroe de los Castillejos en una capilla de las primeras a mano izquierda, descubierto en su caja bronceada. De la otra parte del templo venía el tintín de campanillas, señal de misa, y se oían pisadas y carraspeo de viejas. Los masones, que eran unos treinta, pertenecientes al Gran Oriente Nacional de España, dieron comienzo a la ceremonia, sin que nadie les estorbara en los diferentes pasos y manipulaciones de su extraño rito.

Lo primero fue hacer tres viajes alrededor de la caja, formados uno tras otro. El primero y segundo viajes iban dirigidos por los dos primeros Vigilantes de la Orden; en el tercero iba de guía el Gran Maestre. Al paso arrojaban sobre el cadáver hojas de acacia. Luego, el propio Gran Maestre dio tres golpes de mallete (un mazo de madera) sobre la helada frente de Prim, llamándole por su nombre simbólico: Caballero Rosa Cruz, Grado 18. A cada llamamiento, los masones, mirándose con gravedad patética, exclamaban: «¡No responde!». Después formaron la cadena mística, dándose las manos en derredor del muerto. El Vigilante declamó con voz sepulcral esta fórmula: La cadena se ha roto. Falta el hermano Prim, Caballero Rosa Cruz. Gr. 18.

A continuación el Gran Maestre pronunció un breve discurso apologético, y luego leyó un balaustre. Así llaman a las comunicaciones o documentos que las logias de diferentes países se cruzan entre sí para restablecer la fraternidad universal. El balaustre era de la masonería italiana, que ponía bajo la salvaguardia de los Hermanos del Gran Oriente Español la persona de Amadeo de Saboya, encargándoles encarecidamente que velaran por el nuevo Rey, y le protegieran de la maldad y asechanzas de todo género.

O cerimonial é magnífico, lembra as esplendorosas cenas de Stanley Kubrick em Eyes Wide Shut e o inquietante contraponto musical da Música Ricercata de György Ligeti. A historicidade do acto é, contodo, incerta embora nom faltem indícios verosímeis na imprensa diária da época da celebraçom do acto.


Imagem: Pesquisa recente sobre a morte do general Prim. 

 

 

 


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.