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barrack-obama-george-bush-1Estados Unidos - La Jornada - Um dia após as eleições intercalares que resultaram num triunfo maioritário dos candidatos do Partido Republicano em ambas as câmaras do Congresso dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama disse que dá ouvidos ao protesto dos que votaram contra o seu partido e a favor da oposição, ponderou o avanço desta última e convocou-a a trabalhar pelo povo estado-unidense.


De caminho, o mandatário anunciou que adoptará medidas unilaterais para fazer avançar alguns dos pontos mais relevantes do seu programa político, em particular a tão anunciada viragem na política de emigração, e ratificou a sua promessa de diminuir o número de deportações e incrementar a segurança fronteiriça.

Para além das disputas partidistas que terminaram por dar o controlo das poltronas legislativas aos republicanos, o que ocorreu na passada terça-feira nos Estados Unidos confirma que o segundo mandato de Barack Obama – com as suas quotas de inacção, tibieza e desempenho errático – deixou um saldo de desencanto manifesto face à política em geral – como demonstra o alto nível de abstencionismo na jornada eleitoral, superior a 60 por cento –, um claro desgaste do Partido Democrata e um governo sumamente debilitado e previsivelmente inoperante durante os dois anos que restam à actual administração, se se toma em conta que o Poder Legislativo dos Estados Unidos, ao contrário do que sucede em outros regimes presidencialistas, como o nosso, caracteriza-se por ser um contrapeso real e efectivo às decisões do Executivo.

Assim, o revés eleitoral de anteontem cancela praticamente a possibilidade de Obama empreender as reformas pendentes do seu programa, particularmente a relativa à emigração. Com efeito, parece pouco provável que o político afro-estado-unidense possa governar por decreto nessa matéria, se se toma em conta que pouco ou nada pôde fazer durante os dois anos em que o seu partido manteve o controlo de ambas as câmaras do Congresso e durante os seis em que ostentou a maioria no Senado.

Além do mais, é legítimo duvidar dos ânimos reformadores de uma administração que inicia a sua recta final com o precedente de ter realizado o maior número de deportações de imigrantes indocumentados na história do país vizinho.

A formulação de promessas cujo cumprimento é pelo menos duvidoso constitui uma aposta arriscada do ainda mandatário, sobretudo porquanto o descalabro eleitoral de há dois dias se explica em boa medida pelo conjunto de incumprimentos, por parte do governo estado-unidense, à palavra empenhada pelo próprio Obama. A perspectiva de um novo incumprimento aos migrantes poderia resultar catastrófica não apenas para a credibilidade deste governo, mas também para as aspirações do Partido Democrata relativamente às eleições de 2016.

Em contrapartida, o revés sofrido por Obama e a possibilidade de que a sua administração fique condenada à irrelevância política poderia traduzir-se num reforço de posturas conservadoras, intolerantes e belicosas que se encontram mais exacerbadas entre os republicanos do que entre os democratas. Em suma, o triunfo do conservadorismo e o fracasso de Obama poderia abrir a porta à emergência antecipada de uma reedição da desastrosa era Bush, e isso teria consequências desastrosas para os Estados Unidos e também, desgraçadamente, para o resto do mundo.


Fonte: Tradução do Diário.info


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