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8701521785 1326271a8d zEstados Unidos - TeleSur - [Tradução de Camila Lee para o DL] Paranóia, depressão e estresse são só algumas das afeções que padece um indocumentado pelo medo a ser deportado. A maioria não se atreve a sair das suas casas para ir trabalhar, nem para a escola, já que as blitze podem chegar em qualquer lugar.


Foto de Occupy Reno Media Committee (CC by-nd/2.0/) - Manifestação no 1º de maio em Reno (Nevada, EUA): "Os direitos das pessoas migrantes são os direitos das trabalhadoras".

Em entrevista exclusiva para a página Web da TeleSUR, a blogueira natural da Guatemala e radicada nos Estados Unidos, Ilka Oliva Corado (foto), nos contou sobre como vive uma pessoa sem documentos na nação do "sonho americano".

1090 54fdb14780e38Ilka Oliva Corado é escritora e poetisa. Nasceu na Guatemala e em 2003 decidiu imigrar para os Estados Unidos.

Ilka sustenta que a deportação na sua vida está sempre à porta, “é algo com o qual aprendi a conviver. Por isso, não me aferro a este país, muito menos faço planos futuros. Vivo o presente, o instante, nem sequer faço planos a médio prazo, pois as minhas circunstâncias de indocumentada não me permitem. A deportação chegará cedo ou tarde e é algo inevitável, aprendi a conviver com isso".

Corado, quem se encontra nos Estados Unidos desde 2003, comentou sobre as blitze que estão sendo realizadas desde princípios do ano, "o que acontece é que, supostamente, estão deportando somente famílias que possuem ordem de deportação e que entraram em 2014". Contudo, adiciona, "também estão deportando pessoas que não têm nada a ver com aquelas que entraram em 2014".

"A comunidade indocumentada tem medo, sofre de ansiedade, depressão severa, estresse e não é para menos, porque em qualquer momento eles podem ser tirados das suas casas, dos seus locais de trabalho. Em nenhum lugar a pessoa está livre de uma deportação, ser indocumentado é viver no limbo, com um pé aqui e outro no país de origem, não ter os documentos que garantam a residência legal neste país expõe os indocumentados a inúmeros atropelamentos, tanto do sistema quanto da comunidade anglo que é quem lhes dá trabalho", explica Ilka Corado, quem decidiu abandonar a Guatemala e chegar até os Estados Unidos cruzando o deserto de Sonora (México).

Os atropelamentos laborais

Corado destaca que os atropelamentos aos quais os indocumentados são submetidos por parte do patrão são incontáveis, entre eles salários injustos, “não existem benefícios laborais, benefícios de saúde e vivem uma exploração laboral terrível... Também existe o medo de sair para a rua todos os dias, aqui não é possível fazer planos para o futuro porque não se sabe o que é que acontecerá no dia seguinte, o que cria uma instabilidade emocional horrível naqueles que não possuem documentos".

A invisibilidade dos imigrantes na mídia

Lamenta e condena a invisibilidade dos imigrantes na mídia latina nessa nação, já que não informam sobre as massivas deportações realizadas nestes últimos dias.

"Os telejornais oficiais falam sobre as deportações de colombianos que a Venezuela realizou faz alguns meses, mas não falam sobre os milhares que deporta os Estados Unidos. Os meios de comunicação latinos dos Estados Unidos pertencem à mediatização. Nunca estarão do lado da comunidade latina e, muito menos, da dos indocumentados, para mostrar o sobre as blitze dos últimos dias. Nem artistas, nem intelectuais, nem políticos latinos se manifestaram como deveriam ter feito", afirma a blogueira.

O dado: Diferentes organizações em defesa dos direitos dos imigrantes protestaram nos centros de deportação, também nos escritórios dos dirigentes políticos da área, como os despachos centrais de Imigração, "mas são poucos, dois ou três vão, pois eles têm medo de sair".

Garante que "por dia, tem que ser, pelo menos, 1600 o número de detidos, porque o sistema carcerário de imigração nos Estados Unidos são de empresas privadas".

O medo no final do ano

Muitas pessoas não dormiram no dia 31 de dezembro, conta Ilka. Não pelas festas de ano novo, mas sim porque correu a voz de que, a partir do primeiro minuto de janeiro, começariam as blitze.

Destacou que as pessoas viveram estes dias com fortes dose de ansiedade. Sim existe a paranóia e ela é real, não o é para os indocumentados. Muitos não querem ir trabalhar ou mandar os seus filhos para a escola, pois existe o perigo de que sejam detidos e levados para serem deportados no meio na rua, sendo assim separados da família.

Reforma imigratória “Sim, podemos” estratégia salvadora

A reforma imigratória será "uma estratégia salvadora" de Hillary Clinton para a comunidade latina. Obama a utilizou durante a sua candidatura (em ambas), fez inclusive sua a frase de Dolores Huerta "sí se puede", "yes, we can", dizia ele. Agora, a comunidade latina volta a estar no limbo da angústia e é algo muito propício para que entre a psicologia do projeto de Hillary, que é o de apoiar a Reforma Migratória.

"É a única candidata dos Democratas e Republicanos que fala a toda voz sobre apoiar a Reforma Migratória, então a comunidade latina lhe dará o seu voto sem dúvidas", considera Corado.

O que pode esperar a comunidade indocumentada?

Ilka acredita que é importante a participação da comunidade indocumentada, "deve reagir e fazer com que seja notada como ente político e exigir os seus direitos. Aquelas manifestações massivas no ano de 2006 devem voltar às ruas dos Estados Unidos e não pararem até obterem os documentos e os benefícios laborais, até que os Direitos Humanos sejam respeitados".

"É importante que, agora mais do que nunca, alcem a sua voz. Ninguém nós dará a oportunidade de falar, ninguém falará por nós, temos de fazê-lo nós mesmos".

O sistema tem de mudar a partir dos países de origem

"O sistema tem de mudar a partir dos países de origem, os quais são os que obrigam as pessoas a imigrarem, e o país de trânsito deve respeitar os Direitos Humanos dos imigrantes. As fronteiras precisam ser abertas da mesma forma que foi feito com os imigrantes cubanos que procuram chegar aos Estados Unidos".

Este conteúdo foi publicado originalmente pela TeleSUR neste link. Se deseja fazer uso do mesmo, por favor, cite a fonte e coloque um link para a nota original de onde você pegou este conteúdo. www.teleSURtv.net.


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