"Sabemos, sem qualquer dúvida, que o nosso clima está a mudar e a ficar mais extremo devido a atividades humanas, nomeadamente a queima de combustíveis fósseis", avançou o secretário-geral da organização das Nações Unidas, Michel Jarraud, durante a apresentação do relatório anual sobre as concentrações de gases de efeito de estufa da OMM, que teve lugar na terça feira (9).
Jarraud lembrou que "as emissões passadas, presentes e futuras de dióxido de carbono terão um impacto cumulativo quer no aquecimento global, quer na acidificação dos oceanos", acrescentando que "as leis da física não são negociáveis".
"Estamos a ficar sem tempo. Alegar ignorância já não pode ser usado como desculpa para não agir", frisou Michel Jarraud, adiantando que o mundo tem o conhecimento e as ferramentas necessárias para manter o aquecimento global em níveis que podem "dar ao planeta uma oportunidade e aos nossos filhos e netos... um futuro".
Entre 1990 e 2013, registou-se um aumento de 34% na perturbação radiativa - o efeito do aquecimento sobre o clima - por causa de gases de efeito estufa de vida longa, como o dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso.
Em 2013, a concentração de CO2 na atmosfera era de 142% da era pré-industrial (1750) e de metano e óxido nitroso 253% e 121%, respectivamente.
Entre 2012 e 2013, os níveis de CO2 registaram o maior aumento desde 1984 e a atual taxa de acidificação dos oceanos não tem precedentes, pelo menos, ao longo dos últimos 300 milhões anos.
"Se o aquecimento global não é uma razão forte o suficiente para reduzir as emissões de CO2, a acidificação dos oceanos deve ser, uma vez que seus efeitos já estão a ser sentidos e vão aumentar por muitas décadas. Faço minhas as preocupações do Secretário Geral da OMM - estamos a correr contra o tempo ", frisou Wendy Watson-Wright, Secretária Executiva da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO.