O jornalista palestino Muhammed al-Qeq, de 33 anos, foi preso pelo serviço de segurança israelense em 21 de novembro de 2015. A prisão se deu arbitrariamente, sem direito a julgamento, sob a acusação de ter ligação com o Hamas.
Há 50 dias o jornalista deu início a uma greve de fome e desde então só tem ingerido água. De acordo com seu pai, ele está prestes a morrer, urinando e vomitando sangue, e a única alternativa para salvá-lo seria sua libertação.
A greve de fome é uma forma de protesto por ter sido preso sem o devido processo legal. A esposa de al-Qeq, Shalash, informou que a prisão se deu em casa, em Ramallah, acusado de incitação à violência. Ela ainda afirmou que o marido estaria sofrendo tratamento desumano e degradante em um centro de detenção israelense.
A esposa do jornalista disse ainda que ele estaria sendo torturado, passando várias horas vendado ou algemado, e ainda sofrendo ameaças de violência sexual e de permanecer preso por sete anos se não adminitir as acusações como verdadeiras. Ela, que também é jornalista, acredita que al-Qeq foi detido por descrever os israelenses como uma força de ocupação que comete crimes contra a humanidade na Cisjordânia.
Ashraf Abu Sneneh, o advogado de al-QEQ, que o visitou na prisão, disse que o jornalista perdeu mais de 20 quilos após 50 dias de greve de fome, afirmando que a condição de sua saúde é crítica. De acordo com o advogado, o jornalista teria perdido a consciência ao se locomover para o banheiro e ainda foi obrigado a dar uma amostra de sangue apesar de sua condição.
O advogado de Muhammed al-Qeq teme ainda que os oficiais israelenses tentem alimentá-lo a força, já que no país, há dois meses, existe legislação que permite tal prática em caso de risco de morte, entretanto, o advogado afirma que, conforme sua experiência desde os anos 70, tal prática pode ser letal.
O MADA (The Palestinian Centre for Development and Media Freedoms) fez um apelo à comunidade internacional para que façam pressão sobre as autoridades israelenses no sentido de conseguir a liberdade do jornalista, antes que o mesmo morra.