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181115 avionsFrança - Esquerda Diário - A força aérea da França seguiu com os ataques aéreos contra o Estado Islâmico na cidade de Raqqa, no norte da Síria, pelo segundo dia consecutivo, em retaliação aos ataques de sexta-feira em Paris que deixaram ao menos 129 mortos.


No início desta terça-feira, caças franceses lançaram 16 bombas em dois alvos - um centro de comando e um centro de formação - em Raqqa, disse o porta-voz do Ministério da Defesa. "A ideia é atingir lugares onde os líderes estão localizados", disse ele.

Os 10 aviões, que saíram de bases aéreas na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, atuaram em coordenação com os serviços de inteligência dos EUA. A França enviou 12 caças para a região e deve enviar seu porta-aviões nos próximos dias para o Golfo Pérsico com mais 24 jatos a bordo.

O governo francês disse que vai intensificar a sua campanha militar na Síria em retaliação contra o Estado Islâmico.

Os EUA também intensificaram os seus ataques a base industrial do Estado Islâmico, atingindo mais de 100 caminhões-tanque usados para transportar petróleo, fonte de milhões de dólares que sustenta o grupo todo o mês.

Na França, a polícia disse ontem a busca por militantes islâmicos e seus cúmplices continua. Mais de 100 batidas policiais foram feitas em casas, onde foram apreendidas armas.

O conflito na Síria já dura quatro anos e contabiliza mais de 250.000 mortos e 11 milhões de desalojados (4 milhões deles fugiram do país, uma porção importante dos quais vão à Europa). As principais potências do mundo e do Oriente Médio estão presentes na guerra síria, mostrando quão complexa é a guerra que se iniciou com o objetivo de afogar em sangue um dos processos da primavera árabe em 2011 - entre as potências ocidentais, as frações sunitas e xiitas do islã político, a Turquia e o sangrento ditador sírio Bashar al-Assad - e se converteu em um verdadeiro barril de pólvora com consequências mundiais.

Discordâncias na cúpula do G20 quanto ao problema sírio

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, numa cúpula do G20 dominada pelo tema dos atentados, se opôs a armar os curdos sírios que combatem o Estado Islâmico, o que gera rusgas com os Estados Unidos que se dispõe a armar qualquer milícia que tenha poder de fogo real para frear a extensão do EI. A Turquia, que persegue os curdos inclusive com atentados monstruosos como o massacre de Ankara, tem importância para a Europa: recebeu 3 bilhões de euros para servir de estado tampão e bloquear a fronteira aos imigrantes asiáticos. Neste marco, a recente incursão da Rússia e do Irã no conflito sírio, para sustentar o debilitado regime do sangrento Assad, somou outro foco de instabilidade atacando as milícias moderadas como o Exército Livre Sírio, que são apoiados pelos EUA e a França.

Putin soou a corda mais dissonante da reunião. Em entrevista, remarcou que vários países do G20 financiam ativamente o Estado Islâmico. Esta denúncia - que se cala sobre o papel reacionário da Rússia nos bombardeios à população síria e seu apoio ao regime assassino de Assad - coloca algo que ninguém se sente confortável em afirmar, que é a colaboração direta de Arábia Saudita, Turquia e Catar, aliados estratégicos dos EUA, França e Grã-Bretanha, no financiamento e equipamento de grupos armados yihadistas, relacionados com a Al Qaeda e o Estado Islâmico.

Por sua parte, Barack Obama manifestou que enviar tropas terrestres à Síria "seria um erro" e insistiu que sua estratégia atual na contra o Estado Islâmico "terá êxito", embora "tarde um pouco".

A realidade é que a estratégia atual dos EUA na Síria está bem longe de ser exitosa. O plano de treinar as milícias da oposição síria terminou em um rotundo fiasco quando há pouco se conheceu que terminaram entregando seu armamento às milícias da Al Nusra, grupo afim à Al Qaeda na região.

Os novos ataques da França em território sírio não vão modificar o impasse entre as potências em resolver a crise síria e o processo de transição, que enfrenta objetivos distintos entre EUA e França de um lado, Rússia e Irã de outro. Esta intensificação da política imperialista, quando a França está longe de ter o meios e o poderio de uma superpotência como os Estados Unidos, só pode colocar mais combustível neste celeiro de pólvora.


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