As médicas argentinas Susana Etchegoyen e Mirta Fabre deram detalhes sobre a iniciativa numa conferência de imprensa realizada no Colégio dos Médicos de Bilbau.
A queixa incide sobre as denúncias de torturas apresentadas por Ainara Bakedano, Anabel Prieto, Beatriz Etxebarria, Sandra Barrenetxea, Gorka Lupiañez e Unai Romano. Etchegoyen afirmou que houve muitos outros casos, mas que estes foram escolhidos por estarem muito bem documentados e por estar provado que os médicos forenses negaram a existência de maus-tratos quando os houve - nalguns casos, há mesmo relatórios médicos em que as lesões dos detidos aparecem referidas e descritas, mas sem que tenham sido denunciadas as situações de tortura.
Os critérios da Associação Médica Mundial são muito claros a este nível: os médicos forenses são «agentes privilegiados», pela possibilidade que têm de contactar directamente com os detidos, e, quando esses médicos não dão conhecimento dos sinais de tortura e não denunciam a situação, tornam-se «cúmplices da tortura».
Na conferência de imprensa, a médica argentina referiu-se ainda à situação de «desamparo» dos colegas bascos que prestam assistência aos presos, bem como à operação do tribunal de excepção contra os profissionais da saúde integrados na associação Jaiki Hadi.