Os dados foram divulgados pelo jornal The Washington Post, que fez contagem dos homicídios perpetrados pela força repressiva norte-americana em todo o território dos Esetados Unidos.
Os dados oficiais costumam não ser completos, uma vez que os departamentos locais de polícia não têm obrigação legal de informar o Governo federal sobre a sua atividade, levando as estatísticas a ficarem incompletas. Daí que o jornal fizesse pesquisa de notícias em que se informava sobre mortes violentas produzidas pela atuação das forças policiais em todo o país.
Concretamente, 385 pessoas foram mortas pela polícia nos cinco primeiros meses de 2015, o que dá em duas pessoas por dia o número de vítimas contabilizadas pelo jornal, muito acima dos oficialmente reconhecidos.
A maior parte dos mortos foram baleados pela polícia quando estavam "armados com objetos potencialmente letais, como armas ou facas", mas 16% unicamente seguravam brinquedos ou estavam totalmente desarmados.
Um outro dado revelador da natureza da violência repressiva nos EUA: dois terça-terços das vítimas contabilizadas são pessoas de raça negra. E mais um: dos 385 homicídios, só três resultaram em condenas para os polícias autores das mortes.
O estudo divulgado confirma a tendência ao incremento da violência por parte do Estado contra as populações, principalmente negras e pobres, em um país onde a polícia utiliza diretamente armamento e todo o tipo de veículos e recursos militares para reprimir o seu próprio povo.
A resposta a essa violência do Estado tem sido nos últimos meses o principal motivo de mobilização de milhares de pessoas em diferentes pontos dos Estados Unidos.