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050116 cupPaísos Cataláns - Borroka Garaia - [Traduçom do Diário Liberdade] Umha das cousas que mais me surpreendeu em relaçom à suposta investidura de Artur Mas na Catalunha é precisamente o debate da suposta investidura de Artur Mas.


Recapitulemos.

Artur Mas por ativa e por passiva declarou que nom seria obstáculo pessoal na hora de chegar a acordos e que se afastaria se fosse necessário. A sua posiçom nas listas de Junts pel Sí em quarto lugar reafirmava as suas declaraçons. Por outra parte, as CUP desde um princípio deixáro claro que apostavam firmemente no processo mas que nom iam investir Mas, símbolo indiscutível da corruçom e o dano que está sofrendo a classe trabalhadora catalá.

Mas nom simplesmente por isso, também existírom manobras sob a liderança de Artur Mas para reduzir o processo unilateral independentista com a intençom de buscar um pacto de elites por cima e de costas para negociar bilateralmente com o Estado espanhol umha saída sem romper o enquadramento político de dependência. Em que se baseiam para afirmar tal cousa?. Em factos, nom em suposiçons ou climas mediáticos.

A chantagem permanente foi a ferramenta usada por Mas durante todo o processo para manter o controlo, fazer com que este nom transborde a legalidade estabelecida e supeditar o movimento independentista aos seus interesses políticos. “Se nom se figer o que eu quero, nom há processo”.

Se os Países Cataláns em conjunto ainda com diferentes ritmos faziam parte do processo “nom há processo”. Se se deixar que o povo decida a continuidade dentro da UE “nom há processo”. Tanto em janeiro como em julho de 2013 reiterou às CUP que estas som duas linhas vermelhas que nunca iria transbordar e que, portanto, fazer questom delas levaria a que “nom houvesse processo”.

Recusou a opçom de fazer um referendo unilateral no dia das eleiçons europeias. Nesse contexto a proposta teria colocado em graves dificuldades ao governo espanhol e teria convertido o caso catalám num maremoto político ruturista em escala europeia.

Sob a batuta, liderança e sobretodo chantagem de Artur Mas passou da promessa de um referendo de autodeterminaçom vinculativo acordado por todo o soberanismo, no famoso 9N, para um 9N descafeinado e meramente simbólico. Utilizando Unió e ICV, forçou também descartar umha pergunta binária Sim ou nom, deixando sempre umha porta aberta a negociar com o Estado outro status que nom fosse a independência.

Como relata a esquerda independentista catalá, a 7 de agosto de 2014, Mas comunicava a ERC que nom desobedeceria umha possível proibiçom da consulta polo Tribunal Constitucional, embora essa desobediencia fosse um acordo do pacto CiU-ERC. Também comunicava que a sua intençom era, ante a proibiçom, convocar eleiçons plebiscitárias com umha lista única encabeçada por ele. Mas que sem esta lista única nom iria haver novas eleiçons.

A suspensom do TC chegou a 29 de setembro de 2014.

A 3 de outubro de 2014, Mas comunicava a ERC e à CUP que nom pensava desobedecer a proibiçom do Tribunal Constitucional. Literalmente: ou se encontrava umha alternativa, ou nom havia consulta.

A 19 de outubro de 2014, perante mais de cem mil pessoas, a presidenta da ANC Carmen Forcadell exigia a Mas que, em troca do apoio da entidade à consulta alternativa e sem conseqüências, convocasse eleiçons no prazo máximo de 3 meses.

Artur Mas, a 25 de novembro de 2014, supeditou a convocaçom das eleiçons à existência de umha lista conjunta entre CDC e ERC. Nom convocou imediatamente eleiçons plebiscitarias.

Na enésima cimeira, a 14 de janeiro de 2015, Mas aceitou abandonar a ideia de lista única a mudança de que as eleiçons fossem em outono e que ERC votasse uns orçamentos que voltavam a entronizar a austeridade e os cortes.

Ou orçamentos ou nom há eleiçons. umha vez aprovados os orçamentos, e apesar dos compromissos da cimeira de janeiro, a cúpula de CDC fijo questom da lista única. A 20 de junho de 2015, instavam a ANC e Òmnium Cultural a integrarem umha lista encabeçada por Artur Mas se queriam que se mantivessem as eleiçons plebiscitarias (“Ou nom há processo”). Finalmente, a 13 de julho, ERC acabou sucumbindo à pressom e integrou-se na lista .

Neste percurso político subterráneo de longa trajetória chantagista é que se encontra a situaçom atual. “Ou Mas é presidente, ou o processo termina” e as CUP sendo neste caso as únicas que podiam fazer ou nom Mas presidente.

No entanto, a evidência mais clara e rotunda do caráter chantagista de Mas e de que existem fortes forças internas “do processo” que caminham em sentido oposto a um processo independentista de rutura democrática para a independência é precisamente este debate a que se viu pressionado e obrigado a levar as CUP adiante. Já que se nom existiria percurso chantagista, se Juntos pel Sí dixessem a verdade e se Mas fosse um político honesto, nunca as CUP teria que ter realizado nengum debate extra, pois que as CUP tinham mais que claro que nom queriam investir Mas e todo mundo sabia isso (mas claro, que valor tem a palavra de um operário miserável a quem se pode enganar?).

O lógico e justo é que Junt pel Sí e as CUP decidissem umha presidenta de consenso, o que ainda é possível e só o fundamentalismo político descarta e nem sequer o propom. Converter a investidura em matéria de vida ou morte acima de consensos, desprezar as CUP como se fossem canzinhos de colo e lançar toda a pressom mediática do soberanismo corporativista sobre as CUP sem fazer nem umha ligeira autocrítica mostra escassa altura política. Há que ter muita cara de lata para dizer que as CUP “acabam com o processo” ou “mandam-no a março”.

Ante esta situaçom, as CUP tinham-no difícil. Ceder umha vez mais a chantagem política de CDC de “sem Mas nom há processo” a que umha parte da esquerda independentista estava disposto a ceder ainda sabendo que isso ia trazer problemas, mas com esperança de que pudessem ser reconduzido ou a aposta forte de romper com a chantagem, sabendo que isso ia trazer também problemas, mas abrir o independentismo a mais setores sociais pola esquerda e a novas lógicas e balanças onde poda ser desenvolvido um processo de rutura independentista. Além de cumprir com a palavra dada. Esta segunda opçom é a que finalmente se impujo com o nom a Mas.

A verdade é que as CUP nunca dixérom que apoiariam Mas e Mas sim dixo que se afastaria se era um obstáculo. Num tempo em que a verdade em política quase nom tem valor nem espaço, a decisom final das CUP é valente. Mas também arriscada. Arriscada porque acelera os tempos políticos nom impedindo que os que realmente nom apostem num processo de rutura utilizem a decisom para tentar atacá-lo como se tivesse morrido. Arriscada porque a pessoa que fai chantagem ou se habitua a ser chantageada e aceita e interioriza, vai lançar-se com agressividade e violência ao espelho onde vê refletida a sua trapalhada ou fraqueza, como fam as Raholas sionistas, como fam aqueles que levam 35 anos “luitando” pola independência aplaudindo às FSE ou aprovando as ilegalizaçons doutros independentismos, ou aqueles que sem terem conhecido nunca um processo independentista com sucesso sabem com certeza que as CUP se enganam e merecem ser insultadas de muitos quilómetros de distáncia.

Arriscada porque o caminho para a rutura democrática é arriscado.


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