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121215 palePalestina - Avante! - A ocupação definitiva de territórios palestinianos por parte de comunidades judaicas está a ser suportada por fundos norte-americanos livres de impostos e dedutíveis, revela o diário israelita Haaretz.


Numa investigação conduzida ao longo de um ano e sobre a qual o periódico promete publicar artigos com informações mais detalhadas nas próximas semanas, o jornal conclui que «o governo dos EUA está a incentivar e a apoiar indirectamente o movimento de colonatos israelitas», pese embora tenha vindo a proclamar a sua oposição à colonização ao longo das últimas décadas.

Segundo o Haaretz, o fluxo de donativos dedutíveis e livres de impostos provém de uma rede de cerca de 50 organizações com sede nos EUA, ascendendo, só entre 2009 e 2013, a 281 milhões de dólares (aproximadamente 259 milhões de euros), canalizados na sua maioria para comunidades judaicas que ocupam em permanência territórios na Cisjordânia. O que foi possível apurar relativamente a 2014 «sugere que os números para o ano passado podem ser ainda maiores».

Apesar da dificuldade em escrutinar os dados, resultado do que o Haaretz considera ser a «pouca transparência que existe tanto nos EUA como em Israel» em relação aos doadores, a massa documental consultada permitiu identificar que entre os «beneméritos» estão alguns dos principais doadores para as campanhas eleitorais do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, bem como para as dos sufrágios em que esteve envolvido o Partido Republicano norte-americano.

Crime compensa

Os donativos destinam-se a «todo o tipo de fins». Compra de aparelhos de ar condicionado e apoio judiciário a «famílias de terroristas judeus condenados» estão entre os propósitos, escreve o diário israelita, que neste particular pormenoriza: através de uma ONG israelita denominada Honenu, têm sido apoiados Ami Popper, que matou sete trabalhadores palestinianos em 1990, os membros do Bat Ayin, que tentou detonar uma bomba numa escola para meninas em Jerusalém Oriental em 2002, ou o assassino do ex-primeiro-ministro Yitzhak Rabin, Yigal Amir, a cumprir uma sentença de prisão perpétua.

O Haaretz alerta que «apesar deste fluxo massivo de dólares dos EUA», são os contribuintes em Israel quem paga no fundamental os colonatos, nomeadamente a sua segurança, infra-estruturação e serviços. «O dinheiro que chega dos EUA» é um contributo «de luxo» para «educação religiosa, melhoria do conforto ou desenvolvimento de actividades de lazer e cultura», adianta.

Neste quadro, as expressões têm um duplo sentido – o textual, porque de facto são concretizadas aquelas actividades junto dos colonos; e o metafórico, pois nem com muita elasticidade se pode considerar que o pagamento por parte do Fundo Hebron, com sede em Brooklyn, do salário de Menachem Livni é configurável naquela matriz. Sobretudo considerando que Livni «foi um dos líderes do movimento clandestino judeu, que operava no território na década de 1980, matando três estudantes palestinianos e ferindo gravemente dois autarcas palestinianos e um sapador Polícia de Fronteiras. Livni foi condenado a prisão perpétua, mas foi libertado após seis anos», como escreve o jornal israelita.

O mesmo se aplica ao financiamento por parte do Fundo Central de Israel, que opera a partir de Manhattan, da instituição religiosa Od Yosef Chai, cujos rabinos, Yitzhak Shapira e Yosef Elitzur, «são os autores de (...) um livro que descreve as circunstâncias em que é permissível matar os não-judeus».

Hipocrisia a nu

O Haaretz «questionou a Casa Branca sobre se a concessão da isenção de impostos a estas organizações não contradiz a política de Washington sobre a expansão de colonatos nos territórios palestinianos ocupados pelos israelitas», lê-se na referida edição. Um alto funcionário norte-americano afirmou ao jornal que «a política de todos os governos desde 1967, democratas e republicanos, tem sido de se opor às colónias judaicas além das fronteiras de 1967», e que «o governo actual não é diferente».

No domingo, 6, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, admitiu que a Autoridade Nacional Palestiniana, instituída no âmbito do caminho para o reconhecimento de um Estado soberano da Palestina, se encontra à beira do colapso devido ao assédio violento de Israel. E quê? Nada.

Da parte do governo norte-americano não se vislumbra qualquer reacção capaz de pôr termo à vaga criminosa que só desde 1 de Outubro último já matou 110 palestinianos e feriu mais de 13 mil e 500, expulsou os muçulmanos da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, e endureceu as penas para todos os que atirem pedras contra forças ocupantes, menores de idade incluídos.


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