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111s13NDiário Liberdade - [Edu Montesanti] O medo funciona: o povo amedrontado faz qualquer coisa. (...) Para que sintam medo, é preciso criar uma aura de ameaça eterna. Os terroristas [do governo dos EUA] nos manipulam: sobem o alerta para laranja, depois para vermelho, e voltam para laranja. Eles misturam mensagens e você enlouquece. É como treinar um cão: se você disser 'sente' e 'role' ao mesmo tempo, ele não saberá o que fazer. O povo norte-americano vem sendo tratado assim! (...) O alerta não cairá para verde ou azul, nunca chegará lá (Jim McDermott, congressista e psiquiatra norte-americano sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, no documentário Fahrenheit 9/11).


O presidente francês, François Hollande, decidiu nesta segunda-feira, 16, ampliar o Estado de Urgência [1], vociferando que intensificará ações militares na Síria contra o Estado Islamita. “A França está em guerra contra o terrorismo jihadista, que ameaça o mundo inteiro” sentenciou o mandatário, quem ainda afirmou, fazendo as vezes de paladino da paz e da segurança europeia: “inimigo não é só inimigo da França, mas de toda a Europa. (...) O terrorismo não destruirá a República, mas a República destruirá o terrorismo”. 

211s13nTais declarações possuem conteúdo idêntico às palavras dele, George W. Bush logo após o 11 de Setembro (quem declarou guerra unilateral e inconstitucional contra o Afeganistão - Estado que jamais atacara seu país - de uma catedral, citando um Salmo em apelo religioso-patriótico, enquanto "se esquecia" de provas e até proibia investigações aos mais graves ataques em solo norte-americano da história), como nem poderia ser diferente quando se considera o autor das sentenças de hoje, o autodenominado "socialista" Hollande. E tudo isso é, igualmente, bastante sintomático, o que tampouco se trata de novidade a qualquer cidadão minimamente atento à realidade dos fatos em contexto.

Há 14 anos, os primeiros discursos subsequentes aos ataques terroristas em Nova Iorque e em Washington por parte daquele que viria a ser o político mais impopular da história dos EUA, fez a sociedade local esquecer, por longos seis anos, que Bush era corrupto (caso Enron, e eleições presidenciais fraudulentas em 2000), como também anestesiá-la da séria crise econômica que já atingia Tio Sam. Por algum tempo também passou desapercebida a série de contradições e apelo às frases de efeito daqueles discursos, os quais, pouco depois - quando os escombros psicológicos dos ataques do 11-S se encontravam mais assentados -, viriam à tona entre a própria opinião pública norte-americana, embora abafado pela mídia predominante, fato este que fez com que toda aquela manipulação terminasse desmanchada no ar (sobre tais discursos, assista ao documentário estadunidense Leading to War).

311s13nPois hoje na França, tal qual há 14 anos no Novo Mundo, Hollande coloca sob sério risco os direitos civis dentro de seu país, e lança ainda mais gasolina sobre o fogo da geopolítica global, especialmente no excessivamente incendiado Oriente Médio, região mais rica em petróleo do mundo que nunca em toda a sua longa história foi palco de tantas bases militares norte-americanas e ocidentais (inclusive França) quanto nestes anos, pós-11 de setembro de 2001. Ao mesmo tempo (pasmem as mentes formadas pelos meios de desinformação das massas!), tem crescido como nunca antes - assim como a misoginia e a violência desenfreadas - a produção e contrabando de ópio a partir do hoje "libertado" Afeganistão (infotabela ao lado).

Vale ressaltar: a sociedade norte-americana é a maior consumidora de drogas do planeta, enquanto a ex-parlamentar afegã expulsa do cargo, escritora e ativista pelos direitos humanos, Malalaï Joya, afirmaraem 2009 ao jornal diário brasileiro O Tempo, de Minas Gerais, que tal contrabando é traçado do caótico Afeganistão por ela mesma, pela CIA, denúncia de suma importância completamente omitida pelo jornal mineiro, que muda totalmente a leitura que se faz da "Guerra ao Terror" e da própria geopolítica global.

Dois dias depois, Joya enviou a versão original da entrevista a este autor, publicada na íntegra no livrinho Mentiras e Crimes da "Guerra ao Terror", junto da versão cortada e modificada pelo jornaleco mineiro para uma comparação de como e a que ponto chega a máfia midiática, completamente de joelhos ao Império (após a publicação do livro, O Tempo retiraria de seu sítio na Internet a entrevista fantasia que fizera com Joya.

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As fortes denúncias de Joya (quem vive em solo afegão escondida, jurada de morte e 24 horas escoltada por 12 seguranças pessoais fortemente armados) ao jornal em questão podem ser lidas, parcialmente, aqui. Pois será a equação invasão norte-americana ao Afeganistão + ópio afegão + omissão midiática = rentável mercado das drogas nos Estados Unidos, mera coincidência? Eis a questão...

Tampouco por mera inaptidão em jornalismo, a grande mídia de manipulação das massas tem ignorado que os tais "rebeldes" sírios são financiados, treinados e armados exatamente pelos lords do bem-dizer: os xerifes do mundo dos Estados Unidos da América, assim como foram Al-Qaeda e Taliban, grupos utilizados por Washington para combater a ex-União Soviética [2].Tem passado desapercebido dos grandes meios de desinformação das massas, de maneira gritante - mas, é claro, não apenas por incompetência jornalística - o grande "deslize" de Hollande, outra fiel repetição de Bush filho: “Ninguém está adaptado à situação que confrontamos. Contudo, estamos em uma guerra diante de um novo tipo de adversário [grifo nosso], o que exige um novo regime constitucional”, pontuou o presidente francês sobre as reformas e o outorgamento de poderes especiais ao governo e à polícia francesa. Antes de mais nada, este "adversário" apontado pelo mandatário francês, está sendo "combatido" há mais de 14 anos, sem o menor sucesso.

O jornal The New York Times revelou, em 24 de março de 2014, que a CIA envia armas secretamente à Síria e antes disso, em 8 de dezembro de 2012,relatou que os "rebeldes" armados pelos EUA pertencem à Al-Nusra (que combate lado a lado com o Estado Islamita), afiliada à Al-Qaeda na Síria. Três dias depois desta reportagem, o Departamento de Estado dos EUA confirmaria que entre os "rebeldes", estão membros da Al-Qaeda. Tudo isso confirmandoimportante reportagem do diário The New Yorker de 5 de março de 2007.

Estas são algumas evidências do quanto a Síria, muito antes da Primavera Árabe, faz parte dos planos imperialistas dos EUA na região mais rica em petróleo do planeta conforme outras informações do Departamento de Estado dos EUA, de 24 de outubro de 2012,no informe intitulado As Relações dos EUA com a Síria.

Os grandes meios de comunicação internacionais que, "coincidentemente" a baby Bush, desde o início "esqueceram-se" completamente das sérias contradições e mentiras envolvendo a versão oficial dos ataques do 11 de Setembro, jamais questionaram o então ocupante da Casa Branca por sempre bloquear a Comissão do 11-S formada para investigar os ataques daquele fatídico dia (a mídia predominante sequer noticiou tal boicote presidencial), além da inconstitucionalidade da subsequente "Guerra ao Terror" e do ferimento às leis internacionais por parte dos EUA enquanto, desde então de maneira descarada, incentivam ferozmente a expansão de bases militares ocidentais e o empreendimento de guerras no Meio Oriente, algo um tanto "mais estranho" no caldo dessa sopa de incoerências e excessivas omissões.

Mas não apenas isso: o setor midiático de embaralhamento da consciência coletiva desconsidera que o caminho seguido por Washington e por seus lacaios - entre eles a França - deu mais que errado: resultou no mais absoluto efeito reverso - aí está a realidade global para não nos deixar mentir. Ignorar que a "Guerra ao Terror" está muito longe de uma luta por verdade, justiça e liberdade, é um dos maiores desserviços da grande mídia à humanidade. 

Ainda mais que isso: A quem interessa sufocar as evidências de que o 11 de Setembro foi executado dentro dos Estados Unidos, e não de uma caverna no Afeganistão por um sujeito - Osama bin Laden - que realizava hemodiálise (visitado às vésperas dos ataques do 11-S em hospital dos Emirados Árabes por agentes da CIA) na região mais montanhosa do mundo - o que tornaria impossível a tal "fuga constante" do líder da Al-Qaeda por 10 anos do maior Império da história?

Ou para ser menos incisivo: Por que colocar "fora de moda", isto é, recusar-se a buscar repostas aos inúmeros questionamentos em relação à versão oficial daqueles ataques (e até ridicularizá-los), que desembocaram justamente na tão "badalada Guerra ao Terror", projetada antes mesmo dos atentados de 2001, já previstos no programa de Bush em campanha presidencial?

As respostas a tais perguntas residem, outrossim, no Project for the New American Century (PNAC), no qual a futura equipe de governo de Bush previa que apenas um novo Pearl Harbor salvaria os EUA de perder a hegemonia global, o que significava, então, um ataque em solo norte-americano que permitisse ao governo invadir novamente o Oriente Médio, começando por Afeganistão, passando por Iraque, Síria, Líbano, terminando no Irã.

Também no conteúdo do PNAC, além da própria realidade dos fatos subsequentes ao 11-S, está a evidência de que os discursos semelhantes de Hollande e Bush, de cunho fascista, não se tratam de mera coincidência, mas de extensão da tentativa de domínio global, de difusão do medo e da indústria bélica por parte daqueles que são os principais estimuladores e até criadores de terror.

Tanto quanto os próprios ataques terroristas têm cumprido o propósito de fazer da tal "Guerra ao Terror" infinita, arquitetada para isso bem antes do 11-S. Afinal, com a queda do Muro de Berlim em 1989, um novo inimigo precisava desesperadamente ser criado para a sobrevivência do Império com seu sistema capitalista corrupto, dominador, promotor de guerras e de invasões por natureza. Eis o simples motivo pelo qual a "Guerra ao Terror" não pode terminar, e nem vai acabar tão cedo.


[1] O Estado de Urgência decretado por François Hollande consiste em:

1. Suspensão, por 12 dias prorrogáveis pelo Parlamento, de liberdade de circulação e informação; 2. Estão permitidas as invasões a domicílios de noite, sem ordem judicial;3. Tomar medidas de controle de rádio e televisão, da Imprensa e de outras publicações, assim como de cinemas e teatros;4. O governo poderá impor toque de recolher, expulsar estrangeiros e revogar residências;5. Também terá a faculdade de impedir a entrada na França de migrantes ou de refugiados; 6. O Estado terá a livre determinação de fechar locais públicos, cafés, restaurantes, discotecas e de reunião; 7. Haverá investigações no centro de Paris, com fechamento de fronteiras; 8. Controle do trânsito, e algumas circulações poderão ser proibidas; 9. Operativo constante de monitoramento para localizar terroristas responsáveis; 10. O estado de emergência foi decretado apenas cinco vezes na França, entre 1955 e 2005. O último foi em 2007, por ocasião dos distúrbios dos bairros periféricos, e só se deu em Paris;11. Estão proibidos protestos e manifestações de rua.

Videoclip, singela homenagem às vítimas deste escárnio ocidental-sionista denominado "Guerra ao Terror": Sólo Le Pido a Dios (com fortes e reveladoras imagens)


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