Os movimentos radicais islâmicos palestinianos Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e Jihad Islâmica condenaram ontem os atentados desta sexta-feira, 13, em Paris. Os ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Bassem Naim, chefe do conselho para as relações internacionais do Hamas, condenou os “actos de agressão e barbárie” e manifestou a expectativa da França poder regressar “ à paz e à estabilidade”.
Nafez Azzam, membro da Comissão Política do Jihad Islâmica, condenou um “crime contra inocentes” e uma “mensagem de ódio”, lembrando que “o Islão recusa matanças indiscriminadas”.
O Hamas e a Jihad Islâmica são considerados organizações terroristas por Israel, União Europeia e Estados Unidos e têm sido frequentemente comparados pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao Estado Islâmico.
Os terroristas do Estado Islâmico que atacaram uma sala de concertos, um estádio de futebol e restaurantes do centro da capital francesa fizeram pelo menos 128 mortos e 300 feridos.
Plano de segurança pode impedir circulação de pessoas
A adoção de um “plano branco” pelo governo de François Hollande dá poderes à polícia para impedir a circulação de pessoas na capital francesa. Também foram instituídas zonas de protecção de segurança em toda a cidade.
O Conselho de Ministros da França decretou ontem estado de emergência no país com vigência imediata em toda área metropolitana de Paris e também na Córsega.
Outro decreto foi adoptado para reforçar as medidas de segurança na Ilha de França, região administrativa de Paris e cidades limítrofes.
Este dispositivo permite o acesso à casa de qualquer pessoa cuja actividade seja considerada perigosa, o encerramento provisório de salas de espetáculos e de lugares públicos que reúnam muitas pessoas, o recolhimento de armas e também a realização de buscas administrativas.
Além disso, o presidente François Hollande, conforme anunciou o Conselho de Ministros, restabeleceu o controle das fronteiras. O controlo de fronteiras também foi reforçado.
As escolas e universidades estiveram fechadas neste sábado em toda a região parisiense. Os hospitais foram mobilizados para atender aos mais de 300 feridos.
Foi criado um comité de ajuda às vítimas, formado pelos ministérios de Negócios Estrangeiros, da Justiça e da Saúde, com o apoio da prefeitura de polícia.
O Conselho de Ministros reafirmou o anúncio feito por Hollande de cancelamento da sua viagem à Turquia, onde participaria de uma reunião do G20. O presidente francês será representado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento Internacional, Laurent Fabius, e das Finanças e Contas Públicas, Michel Sapin.