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russiaRússia - PCO - Mais de um ano depois do final da Copa do Mundo do Brasil, o mundo começa a assistir a uma refilmagem do “não vai ter copa”, agora tendo a Rússia como cenário.


Assim como no Brasil, imperialismo começa a promover a campanha contra a Copa na Rússia como meio para desgastar o governo Putin. Foto: Kremlin (CC BY 3.0)

É isso mesmo. A esquerda pequeno-burguesa, que entrou de cabeça na campanha contra a Copa em 2014, vai descobrir não só que a campanha não tinha nada de original. Pior, essa esquerda que saiu na rua se fingindo de revolucionária gritando contra a Copa, vai descobrir que não foi nada mais do que massa de manobra dos interesses imperialistas.

Na época já era óbvio tudo isso. Mas como sabemos, a esquerda pequeno-burguesa tem dificuldades de enxergar até mesmo o óbvio. Esse é o mal de quem age e faz política de acordo com os sentimentos de bondade e de maldade no mundo e não com base na luta de classes. Tanto é assim que até hoje os mesmos grupos que serviram de massa de manobra do imperialismo na época da Copa continuam se negando a lutar contra a direita golpista. Tudo isso devido à sua apreciação moral do governo do PT, que no final das contas se aproxima das apreciações também moralistas da direita.

Mas voltemos à Rússia, afinal nada melhor que o exemplo de fora para fazer uma pessoa notar os próprios erros.

Nesse momento, faltam pouco menos de três anos para a Copa do Mundo na Rússia. Falta bastante tempo, muita coisa pode acontecer. Mas desde o ano passado já era possível notar que o imperialismo iniciou uma campanha contra o evento.

A imprensa imperialista está num ataque constante, pedindo que o campeonato não ocorra em solo russo. Com frequência são lançados artigos, principalmente da Inglaterra e dos Estados Unidos, contra a realização da Copa na Rússia. Um dos “nobres” motivos apresentados para isso é o desgaste de Vladimir Putin. Não é coincidência que a imprensa capitalista nacional e estrangeira tenha dado destaque ao “desgaste” do governo Dilma no Brasil com os atos do “Não vai ter Copa”. Desgaste esse que a direita procura, até hoje, explorar em favor do golpe.

Alguns acontecimentos marcaram bem a campanha. Um deles foi a queda do avião da Malaysia Airlines, em solo ucraniano, em julho de 2014. Os Estados Unidos e o governo golpista da Ucrânia trataram de acusar os russos pelo acidente. Com isso, a imprensa e os políticos dos países imperialistas como a Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos começaram uma campanha aberta, usando a Copa do Mundo como arma contra Putin.

Os escândalos de corrupção envolvendo dirigentes da FIFA também foram a “deixa” para os ataques contra a Copa de 2018. Um dos casos citados como escândalo foi a denúncia de que a escolha da Rússia como sede teria sido feita após compra de votos dos dirigentes das federações. Não por acaso, o adversário da Rússia na época era a tão honesta Inglaterra.

A partir daí, o movimento imperialista contra a Copa na Rússia ganhou corpo e os alemães, ingleses e norte-americanos chegaram a defender o boicote à Copa de 2018.

Em grande medida, o “não vai ter Copa” no Brasil foi um laboratório do imperialismo, uma jogada para ao mesmo tempo impedir que os governos nacionalistas tirem proveito do fato de sediarem os eventos e aproveitar o fato para atacar esses mesmos governos. Junto a isso, está a invetida dos EUA para tomar o controle da FIFA, que significa controlar definitivamente o mercado do esporte mais popular do mundo.

Por enquanto, o “movimento” contra a Copa na Rússia ainda está mais nos jornais imperialistas do que dentro da própria Rússia. Mas é cedo para tirar conclusões. O mais provável é que da mesma maneira que no Brasil, o imperialismo promova movimentos contra a Copa e contra o governo na medida em que se aproxima o torneio.

Uma matéria do portal IG mostra bem o que significa esse movimento ao comparar o Brasil com a Rússia. Segundo a matéria, de julho de 2014, os gastos previstos da Copa na Rússia já seriam mais do que o dobro do orçamento da Copa no Brasil e apresenta aos leitores um “ativista russo que pede a redução dos gastos com a Copa”, Nikolay Levshits, que defende o seguinte: “os custos poderiam diminuir com a ajuda da iniciativa privada e de patrocinadores". Sim, o ativista contra a Copa é um defensor da maior presença da iniciativa privada na Rússia. Um direitista bem típico.

E esse direitista, Nikolay Levshits, admira os protestos que ocorreram no Brasil e lamenta que na Rússia eles podem não ser como aqui. E por que? O problema é que o Estado controla a TV e os manifestantes seriam retratados de forma negativa. Bom mesmo é no Brasil, onde os grandes meios de comunicação, como A Rede Globo, O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo, estão todos sob o controle do imperialismo e tem o poder de retratar os manifestantes como bem entenderem. Isso explica porque os protestos contra a Copa ganharam tanto destaque na imprensa, inclusive com a propaganda de que teriam levado milhares às ruas.

Daqui para 2018 muita coisa pode acontecer, mas está claro que o imperialismo tem na campanha contra a Copa uma cartada na manga contra o governo Putin. Para os brasileiros, fica a prova de que as “massas” que saíram nas ruas contra a Copa estavam a serviço da direita e foram impulsionadas pelo imperialismo, independentemente da cor de camiseta que usavam. Para um esquerdista que saiu na rua achando que faria a revolução, isso pode ser dolorido, mas os fatos não nos deixam mentir.


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