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181015 pretoAvante! - [Jorge Cadima] O perigo dum conflito catastrófico é hoje bem real. Atente-se nas declarações de alguns dos principais responsáveis da política externa da maior potência imperialista. Zbigniew Brzezinski, ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA publicou no Financial Times um artigo que começa assim:


“Todos sabemos como começou a primeira guerra mundial. [...] Há ainda tempo para evitar uma dolorosa repetição, eclodindo desta vez no Oriente Médio e mais especificamente na Síria”.

Porquê esta referência a um conflito entre as duas maiores potências nucleares do planeta? Escreve Brzezinski: “Moscou escolheu intervir militarmente [na Síria], mas sem cooperação política ou táctica com os EUA – a principal potência externa empenhada em esforços diretos, se bem que não muito eficazes, para derrubar [o presidente sírio] Assad. Ao fazê-lo, lançou alegadamente uma série de ataques contra elementos sírios que são patrocinados, treinados e equipados pelos americanos, provocando prejuízos e causando baixas”.

Brzezinski confessa numa única frase que os EUA são a principal potência por detrás da guerra na Síria (e da vaga de refugiados que provocou); que estão a patrocinar, treinar e armar jihadistas; e que são os EUA, e não o governo sírio, quem deve mandar naquele país. Adianta Brzezinski: “Os EUA têm apenas uma opção, se desejam proteger os seus interesses mais amplos na região: exigir a Moscou que pare e desista de ações militares que afetam diretamente os agentes [“assets”] americanos. [...] qualquer repetição do que acaba de se passar deve levar a uma rápida retaliação pelos EUA”.

Em curtas palavras: não se atrevam a tocar nos nossos jihadistas, nem a interferir nas nossas operações de agressão e mudança de regime. Seguindo as peugadas de Al Capone, adverte: “A presença naval e aérea russa na Síria é vulnerável, está isolada geograficamente do seu país. Pode ser ‘desarmada’ se insistirem em provocar os EUA”. A ameaça foi repetida pelo ministro da Defesa dos EUA (país que também está a bombardear a Síria, mas – ao contrário dos russos – à revelia do governo sírio).

Ashton Carter, falando em conferência de imprensa após a reunião da Otan, em Bruxelas, disse: “[os russos] dispararam mísseis cruzeiro dum navio no Mar Cáspio sem aviso prévio. Aproximaram-se a poucos quilômetros [!] dum dos nossos aviões não tripulados. Iniciaram uma ofensiva conjunta terrestre com o regime sírio, estilhaçando a fachada de que estariam lá para combater o ISIS [?!?]. Isto terá consequências para a própria Rússia, que receia justamente um ataque contra a Rússia. E também espero que nos próximos dias os russos comecem a sofrer baixas na Síria”. Para bom entendedor...

A arrogância imperialista não tem limites. Ashton Carter confessou que, enquanto vice-ministro da Defesa de Clinton, passou “boa parte do primeiro semestre de 1994” a preparar um ataque militar a uma central nuclear norte-coreana. E Brzezinski é pai político do jihadismo global, como confessou na sua entrevista ao Nouvel Observateur quando, ufano, se vangloriou: “Segundo a versão oficial da história [!], a ajuda da CIA aos mujahedines começou em 1980, ou seja, após o exército soviético ter invadido o Afeganistão em 24 de dezembro de 1979. Mas a verdade, mantida secreta até hoje, é bem diferente: foi na realidade a 3 de julho de 1979 que o presidente Carter assinou a primeira diretiva sobre a ajuda clandestina aos opositores do regime pró-soviético de Kabul”. Trinta e seis anos depois de criar o monstro fundamentalista, e 24 anos após o fim da URSS, os EUA continuam a matar no Afeganistão (acabam de bombardear um hospital dos Médicos Sem Fronteira, incinerando o respectivo pessoal médico). E o jihadismo imperialista alastra, qual cavaleiro do Apocalipse, pelo Oriente Médio fora. E a fúria dos Padrinhos ameaça quem se atrever a cruzar-se no seu caminho.


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