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131015 pedrasPalestina - Esquerda Diário - [Josefina L. Martínez] Desde 1 de outubro foram assassinados 25 palestinos e mais de 1330 resultaram feridos pela repressão do Exército de Israel. Em Gaza e na Cisjordânbia, a juventude palestina se levanta contra a ocupação.


No último final de semana sangrento, mais de 10 palestinos foram assassinados pelo exército de Israel em Gaza e na Cisjordânia.

O Ministério da Saúde da ANP informou 24 mortos palestinos desde 1 de outubro até o domingo, segundo um comunicado difundido pela agência oficial Wafa. De acordo com as estatísticas, 11 morreram na faixa de Gaza e 13 na Cisjordânia e em Jerusalem. Os feridos chegaram a 1300 por causa dos disparos e a asfixia por gás lacrimogêneo.

No domingo, uma mulher grávida e sua filha de quatro anos morreram por causa de um bombardeio israelense na Faixa de gaza. As imagens do pai chorando sua pequena filha comoveram as redes sociais.

Um menor de 13 anos morreu nesse mesmo dia em Ramala, na Cisjordânia, por disparos do exército, durante um protesto no campo de refugiados Al Jalazon. Entre os mortos, nos últimos 10 dias, se encontram oito menores que tinham entre 13 e 17 anos.

A juventude se levanta contra a ocupação

A juventude palestina se encontra na primeira linha dos enfrentamentos com o exército, nos protestos contra a repressão e a ocupação israelense.

São gerações de jovens que desde que nasceram vivem como párias em uma terra ocupada, perseguidos pelas forças repressivas de Israel, sem possibilidades de conseguir emprego, condenados a sobreviver em guetos amuralhados e perseguidos pelos colonos sionistas.

Esse inferno social alimenta uma e outra vez a resistência juvenil contra o Estado sionista, que enfrenta com pedras ou facas um dos exércitos melhor aparelhados do mundo.

Ao mesmo tempo, a mídia denuncia uma “onda de atentados” da parte dos palestinos contra os israelenses, atacando-os com facas. É uma das formas em que se expressa o profundo ódio social.

Mas também são operações de imprensa destinadas a invisibilizar que o Estado de Israel se sustenta sobre a ocupação do território palestino, e que seu exército leva adiante uma campanha sistemática de repressão, torturas e fustigamento contra a população palestina.

São numerosos os casos nos quais a polícia de Israel informa que "abateu um terrorista", quando " tentava atacar soldados com uma faca", e logo se filtra um vídeo onde, como nesse caso, pode se ver uma jovem rodeada de quatro ou cinco soldados armados até os dentes, que terminam disparando nela em plena rua.

Nas últimas semanas, Israel destinou mais de 3.500 agentes para controlar a região da cidade velha de Jerusalém e instalou detectores de metal nas principais entradas. Também reforçou a presença militar em outras cidades e pontos de controle.

Os enfrentamentos começaram no começo de setembro, em torno da disputa da Explanada das Mesquitas, mas deu um salto há duas semanas. Na sexta feira passada, o primeiro ministro israelense, em conversa com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, acusou a Autoridade Nacional Palestina de estar incentivando o levante dos palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Algo que, no entanto, foi negado por altos membros da inteligência israelense, que afirmaram que Mahmud Abbás deu ordens para impedir os ataques contra israelenses, segundo informou o jornal conservador Jerusalém Post.

No entanto, por mais que tente, o presidente da Palestina parece não poder conter a escalada de enfrentamentos com Israel e a resistência das novas gerações desencantadas com a solução que até agora a ANP tem oferecido ao conflito palestino.

A nível internacional, organizações e coletivos solidários com a Palestina estão chamando a mobilizar-se para repudiar a repressão e mostrar um forte apoio ao povo palestino. Algo fundamental nestes dias.


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