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031014 namibiaNamíbia - Prensa Latina - [Roberto Correia Wilson] Quando o navegante português Bartolomeu Días desembarcou em 1498 no território da atual República da Namíbia ficou impressionado pela majestosidade da paisagem que o lugar oferecia ante seus olhos.


Bartolomeu também pensou nas possibilidades econômicas que sua conquista significava para Portugal.

O luso encontrou a zona povoada de vários grupos étnicos entre eles hereros, ovambos, domanes e kavangos que viam pela primeira vez os visitantes europeus.

Os nativos não imaginariam os sofrimentos e humilhações que lhes causariam os conquistadores estrangeiros ao lhes impor sistemas escravizantes e colonialistas que se estenderiam durante séculos, e que só poderiam ser libertados mediante uma prolongada guerra de libertação.

Portugal não colonizou Namíbia como o fez com a vizinha Angola, sua maior posse colonial, e com Moçambique, segundo domínio em extensão territorial, onde o navegante Basco de Faixa chegou em 1498.

ALEMANHA

Entre o desembarque de Bartolomeu Días e a criação da África Ocidental Alemã, nome dado a Namíbia em 1884, perto de quatro séculos depois, os europeus que visitaram o território foram em sua maioria navegadores, missionários e caçadores.

Alemanha chegou a Namíbia, e em geral a África, depois de vencer a resistência do chanceler imperial Otto Von Bismarck (1815-1898), que não era partidário de comprometer no continente por considerar uma perda de recursos humanos e materiais.

Mas devido às pressões de missionários e comerciantes alemães, e ante o feito que significava a conquista de extensos territórios por rivais europeus como Grã-Bretanha e França, o chanceler decidiu enviar tropas a vários territórios de África que se converteram em suas colônias.

As três décadas seguintes de dominação alemã estiveram marcadas pela sangrenta repressão das sublevações dos povos nativos, em especial dos hereros, o grupo étnico dominante, cuja rebelião de 1904 não terminou mesmo depois de quatro anos com uma perda de 60 mil vidas.

As tropas imperiais, que possuíam superioridade em armamentos, atuaram com a brutalidade acostumada dos colonialistas para reprimir as rebeliões nativas. O povo namibio seria vítima de massacres em décadas posteriores.

ÁFRICA DO SUL

Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as forças armadas da União Sul-africana (desde 1961 República de África do Sul), derrotaram aos colonos alemães.

Alemanha reconheceu a soberania sul-africana sobre a região no Tratado de Versalhes, e em 1920, a Sociedade das Nações, antecessora da Organização das Nações Unidas, concedeu a África do Sul o mandato sobre África do Sudoeste, denominação que recebia agora o território de Namibia.

A derrota alemã no conflito universal significou para os germanos a perda de todas suas posses coloniais no continente, que passaram ao domínio, fundamentalmente, da Grã-Bretanha e França.

As autoridades sul-africanas aplicaram na Namíbia o sistema de apartheid em vigor em seu território, o que foi recusado pela população nativa. Os protestos dos namibios foram cruelmente reprimidos.

Em 1946 a Assembléia Geral de Nações Unidas pediu a África do Sul que substituísse o sistema de mandato da antiga Sociedade de Nações por uma administração de consórcio sob a ONU. África do Sul negou-se a fazê-lo.

Três anos mais tarde, em 1949, uma emenda constitucional sul-africana estendeu a representação parlamentar a África do Sudoeste. No entanto, o Tribunal Internacional de Justiça decretou em 1950 que o mandato devia ser administrado pela Nações Unidas.

A rejeição da África do Sul às demandas da ONU deixou aos namibios como única via para sua libertação a luta armada.

A SWAPO

A criação da Organização Popular do África Sudocidental (Swapo), em 1960, respondeu à necessidade de dar expressão política única à luta anticolonialista do povo namibio e definiu claramente seus objetivos de independência e nacionalidade.

Os primeiros seis anos foram dedicados à mobilização popular. Quando se iniciou o 26 de agosto de 1966 a luta armada sob a direção do Exército Popular de Libertação de Namibia (PLANO), braço armado da Swapo, o povo estava decidido a lutar por sua liberdade, opondo ao colonialismo e ao racismo uma nova força.

Como uma manobra destinada a reforçar seu domínio sobre o país, África do Sul aplicou o Plano Ordental que o dividia em seis regiões, uma sorte de bantustões, no qual a autoridade máxima descansava no presidente sul-africano.

Enquanto, a Swapo desenvolvia uma intensa atividade guerrillera: sabotagens, emboscadas, colocação de minas nas vias de comunicação utilizadas pelo exército sul-africano que frequentemente realizava horríveis massacres na população.

Em 4 de maio de 1978, vinte e quatro horas após finalizado o período de sessões da ONU relacionado com Namíbia, África do Sul agrediu o campo de refugiados namibios em Cassinga, no território da Angola, onde assassinou quase 700 pessoas.

Depois de longos anos de luta e sacrifícios, Namíbia, com a contribuição decisiva dos internacionalistas cubanos e combatentes angolanos, obteve em 1989 a independência. A Swapo tinha cumprido com a missão que se propôs: libertar o país da escravatura colonial e do apartheid.

Tinham passados exatamente 50l anos desde que o navegante português Bartolomeu Días desembarcasse no território que no futuro se converteria em Namíbia.


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