Os russos tinham desativado a estação no começo de 2002, por falta de recursos para mantê-la na época. A estação foi herdada pela Rússia da URSS, e começou a funcionar em 1967. A 250 Km dos EUA, o centro era um dos principais meios da URSS para espionar os norte-americanos.
A reativação do centro de radares coincidiu com um anúncio do governo dos EUA de mais sanções contra a Rússia, com o pretexto da crise na Ucrânia, desencadeada pelo próprio imperialismo norte-americano. São as sanções mais duras contra a Rússia até agora, desde a manobra nos EUA para colocar um governo fantoche em Kiev. Serão atingidos bancos, empresas de energia e de defesa, que terão o acesso ao mercado norte-americano drasticamente restringido.
Com a etapa da crise capitalista que se abriu em 2008, o colapso do neoliberalismo, vem aumentando as contradições entre as potencias regionais e o imperialismo. Os EUA tem buscado isolar a Rússia e a China, tanto na diplomacia e na economia quanto militarmente. Sob a política de Full Spectrum Dominance (Domínio de Espectro Total), buscam tomar os países que cercam a China e a Rússia, colocando governos fantoche e aumentando a presença militar. Por isso os EUA impulsionaram um golpe na Ucrânia, que levaria o território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) até a fronteira russa.
Ao mesmo tempo, as potências regionais, por necessidades econômicas, têm se aproximado. China e Rússia, pressionadas pela tentativa dos EUA de isolá-los, fecharam uma série de acordos comerciais, incluindo um acordo de venda do gás russo no valor de US$ 400 bilhões. A visita de Putin à América Latina tinha o mesmo sentido, de buscar alternativas diante da tentativa de isolamento. Aumentou também o comércio em moedas locais, desafiando a ditadura do dólar. Mesmo um aliado importante do imperialismo, como a Arábia Saudita, vem fazendo um intenso comércio com a China em moedas locais, exportando petróleo e importando da China produtos manufaturados.
Conforme a crise capitalista avança, aumentam as contradições do imperialismo com as potências regionais. Por isso cresce o golpismo pelo mundo, impulsionado pelas potencias imperialistas. É nesse marco que foram dados os golpes no Egito, na Ucrânia e na Tailândia. E daí que surgem movimentos golpistas em outros países atrasados, como o próprio Brasil.