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libiaLíbia - Avante! - A degradação da segurança na Líbia é de tal forma grave que as autoridades de Tripoli anunciaram, terça-feira, que ponderam a possibilidade de apelar a «forças internacionais» para ajudarem a restabelecer a ordem no território.


A situação é particularmente grave na capital, onde desde domingo se defrontam grupos armados rivais, e o aeroporto internacional, bem como a maioria das aeronaves ali estacionadas, estão parcialmente destruídos em resultado dos combates, desencadeados quinta-feira, 10, entre a milícia de Misrata, apoiada por outros grupos armados, e a homóloga de Ziltan.

Segundo a Lusa, o governo líbio justifica a hipótese da entrada de forças internacionais com a necessidade de «proteger civis e as riquezas do Estado, prevenir a anarquia e a instabilidade, assim como criar a oportunidade para construir as suas instituições, em particular o exército e a polícia». Dito de outro modo, o executivo líbio queixa-se de um caos que muitos dos seus elementos ajudaram a promover quando as mesmas brigadas jihadistas que hoje se degladiam se levantaram contra o regime liderado por Muamar Kadhafi, derrubado com o auxílio determinante da NATO, que em 2011 bombardeou o país até abrir caminho ao controlo do território por facções armadas.

Também anteontem, representantes dos seis países vizinhos da Líbia culminaram uma reunião de dois dias na estância balnear tunisina de Hamamet com um apelo a que as partes travem as suas diferenças à mesa das negociações. A Argélia lidera uma das duas comissões criadas para facilitar o diálogo: a da segurança, questões militares e fronteiras. O Egipto compromete-se a facilitar, por seu lado, o contacto com as forças políticas e sociais e ofereceu-se, além do mais, para acolher a próxima cimeira, prevista para Agosto.

Na segunda-feira, 14, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou «extrema preocupação» pelo dramático incremento da violência e para o perigo que corre a população; no dia anterior, os EUA consideraram que os piores confrontos armados registados nos últimos seis meses poderiam degenerar «num conflito generalizado»(!).

Petróleo em causa

No início de Julho, o chefe do governo interino, Abdallah al-Theni, anunciou o fim da crise petrolífera em resultado do acordo estabelecido com os secessionistas da Cirenaica sobre o controlo dos portos de Ras Lanuf e Al-Sedra, os mais importantes terminais do país. Segundo noticiou a Lusa a 2 de Julho, ambas as partes advertiram que questões técnicas impediam que a actividade fosse retomada em força. Cerca de duas semanas decorridas, a produção continua a cair situando-se a menos de 10 por cento dos dois milhões de barris diários que a Líbia registava em Outubro de 2011, quando Kadhafi foi assassinado, mostrando que permanece o conflito sobre a divisão dos dividendos da exploração do ouro negro.

Recentemente, o novo presidente da Companhia Nacional de Petróleo, Mustafa Sanallah, alertava que a instabilidade militar fazia temer a total interrupção da extracção de hidrocarbonetos, declaração que sucede a outra, proferida em Londres, durante uma conferência sobre petróleo e gás realizada no final de Maio.

De acordo com o Wall Street Journal, na capital britânica, Sanallah assegurou que o estabelecimento de um novo governo e a melhoria da segurança permitiriam aprovar uma lei mais permissiva para as companhias estrangeiras. Garantiu igualmente que em breve se procederia a um novo leilão para a exploração do petróleo nas novas condições, mas enquanto as milícias continuarem a reclamar o seu quinhão pela força das armas, Sanallah não pode cumprir a palavra dada aos os investidores, apesar da sua promessa contrariar o argumento do governo líbio para ponderar pedir a ajuda de «forças internacionais»: a protecção da população e das riquezas do Estado.


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