Nas localidades de Marinka, Petrovsk, Kirov, Kalinin e Kuibyshev, no território industrial e mineiro do Donbass, escutaram-se fortes explosões antes do amanhecer deste sábado, acompanhadas do resplendor de bengalas e fogos artificiais, segundo comunicou o canal regional MIR.
Fontes da prefeitura de Donetsk comunicaram que se ligaram as sirenes de alerta da defesa civil ante possíveis combates no centro da cidade. Para a população instalaram-se sótãos e refúgios.
Durante uma semana as tropas regulares comandadas desde Kiev tentam controlar as cidades do entorno ao centro administrativo regional, em Donetsk, onde se localiza o quartel geral da proclamada República Popular homônima (RPD) e as milícias, com o planejado objetivo de cercar o território. O mesmo plano inclui à região de Lugansk, controlada pelo governo alternativo da República Popular (RPL) e o estado maior do Exército Sul-Leste, conformado no fundamental de voluntários.
Segundo ratificou ontem o Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, o comando militar segue em marcha o plano relâmpago para no prazo de um mês recuperar o controle dos territórios rebeldes.
Depois de uma ofensiva feroz com tanques, meios blindados, sistemas de foguetes múltiplos e a aviação de combate, a bandeira ucraniana foi içada há uma semana nas cidades de Slavyanks e Kramatorks, as quais tinham resistido a bombardeios e a um cerco durante quase três meses.
Para evitar essa táctica do exército regular, as autodefesas retiraram-se de localidades e retém ante a superioridade numérica e em armamentos, segundo declarou recentemente Pavel Gubariov, um dos líderes da resistência no oriente ucraniano, ao anunciar o passo das milícias a uma guerra de guerrilhas.
O exército fracassou outra vez em sua tentativa de ocupar ontem a cidade de Karlovka, uns 30 quilômetros de Donetsk, e se viu obrigado a retroceder pela defesa apresentada pelos milicianos, conforme com uma nota do serviço de imprensa da RPD.
Até a data, o ministério ucraniano de Saúde estima em 478 os civis mortos durante a operação de castigo que leva a cabo Kiev contra as regiões do sudeste do país desde meados de abril. As estatísticas oficiais informam que 1.392 feridos, dos quais 14 são meninos e 104 mulheres.
O ataque da sexta-feira a uma delegacia militar e a uma clínica de oncologia na cidade de Lugansk causou 11 vítimas, entre elas três civis, segundo a prefeitura.
Uma chuva de obuses e lança-granadas foram lançadas sobre a área do terminal de ônibus dessa cidade, situada perto de objetivos militares da RPL, informou a agência ITAR-TASS.
O líder do governo popular Valeri Bolotov disse em uma roda de imprensa que as milícias prenderam nas últimas horas a oito indivíduos, responsáveis pelos metralhamentos em bairros de Lugansk, provavelmente membros de comandos paramilitares do fascista Setor Direito e a Guarda Nacional, que participam também na operação punitiva a grande escala.
Foto: Ria Novosti. Valeriy Melnikov.