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220116 funciEsquerda Diário - [Isabelle Gomes de Moraes] O que está por trás de conseguir ler esse texto agora? Entenda melhor toda a infraestrutura necessária para acessar essa tecnologia tão presente no nosso dia-a-dia


Assim como o GPS a Internet também surgiu nos Estados Unidos por interesses militares durante a Guerra Fria. Foi assim que no final da década de 60 nascia um conceito que revolucionaria inicialmente as telecomunicações, mas que continuaria influenciando desde transações comerciais até grandes mobilizações sociais e políticas. Esta “grande rede” que conecta todo o planeta faz cada vez mais parte de nosso cotidiano e esse texto é um convite a você entender melhor o que está por trás disso tudo...

Quando se fala de redes em geral (lembre-se que Internet é um rede) é muito comum ouvirmos o termo “camadas”. Este conceito é padronizado tecnicamente, mas vou adaptá-lo para esta explicação. A camada mais superior é aquela que interage com o usuário. Estes são os programas que te permitem acessar a rede, como o seu navegador ( Chrome, Safari, Mozilla).

Através deste você acessa os sites, seu email, assiste vídeos. Por exemplo, você agora está lendo o Esquerda Diário, pode clicar nas várias imagens e acessar um vasto conteúdo, mas já parou para pensar quem fez esse site? O que está por trás do botão de enviar do seu e-mail? Isso tudo é contemplado pela camada de “Aplicativos” que torna amigável a nós usuários, milhares de linhas de código de programação que traduzem nossos cliques em ações. Em algum momento um programador, ou webdesinger, escreveu um código numa linguagem de máquina, fez uma interface e possibilitou que não precisássemos ser expert em informática para postar uma foto no Facebook.

A próxima camada, vamos chamar de “Transportadores” é responsável por mandar as informações para o lugar certo de forma segura e mais rápida possível. Cada clique que você dá em um site, você está enviando e recebendo informações, essas informações são separadas em pacotes, que contêm o endereço final e a ordem que devem ser entregues. Pense no tráfego de dados como as vias complexa de uma grande cidade, com vários atalhos, engarrafamentos e fechamento de ruas. Para organizar toda essa bagunça e garantir que as informações trafeguem de forma mais rápida e que sejam o máximo distribuídas pelas vias são necessário os roteadores. Como o próprio nome diz, esse aparelho que fica piscando aí na sua sala, é o que define as melhores rotas para sua informação chegar ao destino desejado e que as informações cheguem até você.

Continuando a analogia com as vias, para que se chegue ao destino é necessário ter o endereço, e é aí que entra o famoso IP (do inglês, Protocolo de Internet) é um protocolo de comunicação que, basicamente, define as regras para definir o seu endereço. Todos nós, que estamos acessando a Internet temos um endereço IP, assim como todos os sites, o que na verdade tem por trás desses até 12 números mágicos, divididos em grupos de três, é a sua localização nessa enorme teia. Digite agora no seu navegador 173.252.120.6 e descubra quem atende do outro lado.

Por último e, não menos importante, vem a camada “Física”. Pense que a camada física são de fato as ruas e os carros, em outras palavras, são os fios, as antenas e os trilhões de 0 e 1 que vão viajando por aí levando suas informações(toda informação vira 0 e 1, única língua que todas as máquinas falam). Atrás do seu roteador sai um fio, que muitas vezes traz para você além de internet, sinal de TV e de telefone. Sim, conseguimos mandar todos esses dados num só cabo, mas vamos focar no destino no cabo que vai levar as informações para rede. Se esse cabo for em fios de cobre, ele vai levar a informação em forma de eletricidade, ou seja, com tensão elétrica maior é 1, sem tensão elétrica menor é 0 e assim, simplificadamente, vão os dados. Se o cabo for uma fibra óptica aí o 1 será o aceso e o 0 o apagado e o aparelho que estiver mandando as informações ficará piscando de acordo com o pacote que deve enviar.

O fio sai da sua casa e chega até ISP (sigla em inglês de Fornecedor de Acesso a Internet) que é a empresa pela qual você paga pelo serviço de internet e muitas vezes é deles a culpa de estar tudo muito lento. Somente através desse ISP que um usuário comum se conecta ao backbone (traduzido como espinha dorsal) que é a via principal de tráfego de dados. A Figura 1 mostra esse esquema geral.

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Quando sai do seu Fornecedor de Internet (ISP) a informação chega no backbone que vai direcioná-la ao seu destino final. Se o seu objetivo for uma pesquisa no Google, sua informação terá de viajar até os seus servidores na Califórnia, Estados Unidos. Para isso são necessários os cabos submarinos que atravessam oceanos e atingem até 13000 km. A Figura 2 mostra os cabos submarinos que possuem hoje no mundo e a Figura 3 mostra o cabo de fibra óptica por dentro.

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Os servidores podem atingir o tamanho de prédios, contem milhares de computadores onde ficam armazenadas e são processadas as informações. Muitos deles consomem mais energia elétrica do que uma cidade além de necessitarem de constante manutenção. Na Figura 4 mostra a construção de um dos servidores da Microsoft. Se tivéssemos que escolher o lugar o onde a Internet “mora” sem dúvida seria nos servidores. Eles são o cérebro onde tudo fica armazenado, milhares de processadores e discos de memórias sendo acessados freneticamente de todos os lugares do mundo.

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E aí vem a pergunta: quem paga por tudo isso? Se o Fornecedor de Internet só leva os pacotes quem paga pelos servidores? Quem paga pelo programador que fez o site? O que está por trás da Internet ser aparentemente gratuita é assunto do texto da próxima semana.


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