Neste domingo, 30 de agosto, o primeiro-ministro da França Manuel Valls, durante a conferência anual do Partido Socialista (PS), prometeu aprofundar as reformas econômicas do governo. Valls aparece com mais intenções de voto do que o atual presidente, François Hollande. O presidente nomeou Valls como primeiro-ministro de seu governo em abril de 2014, para aplicar políticas de austeridade, depois de um fracasso eleitoral do PS nas eleições municipais.
Na conferência do partido, Valls prometeu “revisar completamente” as leis trabalhistas da França. Segundo o primeiro-ministro, a legislação trabalhista é “tão complexa que se tornou ineficiente: atividade refreada; assalariados que não sabem mais seus direitos”. Aparentemente, Valls quer diminuir a ignorância dos assalariados tirando da legislação as leis que eles não conhecem, desde que sejam as leis que os favorecem.
Valls declarou que é necessário “dar mais liberdade aos empregados” para que eles possam “decidir por si mesmos”. Não faltou o eufemismo mais frequente quando se quer atacar os direitos dos trabalhadores: Valls disse que é preciso “flexibilizar” as leis trabalhistas.
O ministro da Economia, Emmanuel Macron, falando em um encontro de empresários recentemente, também demonstrou suas disposição de atacar os trabalhadores, ao criticar a jornada de trabalho de 35 horas vigente na França. Macro afirmou que a esquerda na França por muito tempo pensou “que a política se faz contra as empresas, ou, pelo menos, sem elas.” Valls garantiu, no entanto, que a próxima reforma não mexerá na jornada de trabalho.
Ano passado, quando aprovou o pacote de ajustes, Valls, repetindo um dogma neoliberal, disse que o ataque aos direitos trabalhistas gerará empregos. Valls nunca explicou como isso vai acontecer, porque não tem uma explicação. Trata-se de um dogma neoliberal e nada mais.
A única coisa que vai acontecer é que os capitalistas poderão aumentar sua extração de mais-valia. É esse o objetivo da política de Valls e do governo “socialista” de Hollande. Garantir o lucro dos capitalistas às custas das massas. Não se pode negar que essa política seja coerente. O pacote de roubos contra as massas vem acompanhado de um aumento nos gastos com a polícia e a justiça. Um assalto à mão armada.