O ANEL, o partido de extrema-direita grego Gregos Independentes, que com os seus 13 deputados dava a maioria parlamentar ao Syriza, deverá abandonar a coalizão e, portanto, o Syriza deverá perder a maioria no Parlamento.
Quem são os próximos candidatos para chegar à maioria? A aliança mais natural é a mesma que levou adiante esse “resgate” vergonhoso, o semifalido PASOK (social-democratas) e a Nova Democracia, que encabeçaram o governo anterior, que faliu.
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O Syriza representa um espantalho, uma aparência de “esquerda” para o imperialismo europeu impor novos ataques, em maior escala, contra o povo grego. Neste sentido, não é muito diferente do que acontece no Brasil.
O governo do PT, no fundamental, não passa de uma ilusão. Quem realmente tem governado, em todas as questões fundamentais, é o PMDB. No último período, e por causa do aumento das pressões do imperialismo, o PMDB rachou e se fortaleceu a ala direita, com a redução acelerada do poder do PT no governo, mesmo para colocar em prática as esmolas repassadas por meio dos programas sociais. Isso enquanto a “bolsa banqueira” está mais farta do que nunca, apesar dos especuladores exigirem ainda mais.
Golpe de Estado ou revolução social?
O Syriza se encontra numa situação similar à do governo do PT, no sentido da paralisia perante às pressões e as amarras imperialistas. Mas, ao mesmo tempo, o Syriza é muito mais fraco que o PT, pois se trata de um partido pequeno burguês parlamentar, sem base nos sindicatos e nos movimentos sociais. Essa é exatamente a mesma composição e política do Podemos espanhol e do Psol brasileiro.
A submissão às novas imposições mostrou que, hoje, é impossível, na prática, implementar “reformas” no capitalismo ultra parasitário e caduco. Chamar esses partidos de reformistas seria até um elogio. Qual reforma o PT conseguiu colocar em andamento, com a exceção do miserável Bolsa Família?
O governo do Syriza será obrigado a colocar em prática as novas medidas de austeridade. Inevitavelmente, tende a se chocar com as massas e a implodir. Devido à crise dos partidos políticos tradicionais, a situação se desenvolve no sentido da implosão do governo do Syriza.
E quais seriam as alternativas para a burguesia? O fracasso do governo de frente popular e o desgaste do Aurora Dourada tende a abrir caminho para um golpe militar, nos moldes do golpe de 1967. Essa alternativa, até o momento, tem sido minimizada por causa da absorção de parte da crise pela Alemanha.
Para o próximo período, está previsto um novo colapso capitalista de largas proporções. A Alemanha deverá ser atingida em cheio. Aparece no horizonte o enfrentamento aberto entre a burguesia e o proletariado, em escala mundial.