Nessa quinta-feira, 24 de julho, os parlamentares do Iraque escolheram o novo presidente, o curdo Fouad Masoum, da União Patriótica do Curdistão. É um passo em direção à composição do governo, sempre muito difícil no Iraque depois da ocupação norte-americana. O Iraque é dividido entre xiitas, sunitas e curdos, divisão que o imperialismo tenta explorar para manter o controle do petróleo do País. Com o avanço dos guerrilheiros sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), os curdos do norte do Iraque ameaçam se separar do resto do Iraque. O primeiro-ministro nos dois governos anteriores, o xiita Nuri al-Maliki, mantém-se no cargo contra a vontade dos parlamentares curdos e sunitas, buscando emplacar um terceiro mandato.
No dia 29 de junho, o EIIL instaurou um novo califado em território que abrange partes da Síria e do Iraque. Do lado sírio, o grupo controla uma região desértica. No Iraque, o EIIL avançou até certo ponto em direção à capital do País, Bagdá, em uma ofensiva começada em 9 de junho, tomando várias cidades importantes no caminho, como Mossul e Falluja. Desde a ofensiva do EIIL em maio, o governo do Iraque tem bombardeado e atacado intensamente os guerrilheiros nas cidades controladas por eles. No entanto, o exército iraquiano não consegue retomar essas cidades.
Independentemente de um possível financiamento da Arábia Saudita ao EIIL, a situação mostra uma crise da dominação imperialista na região, que não consegue manter a precária estabilização que tinha conseguido na base de acordos. Além dos sauditas, é possível que o setor mais direitista do imperialismo, o movimento Tea Party, esteja também financiando o EIIL. Caso haja esse financiamento, a direita do imperialismo teria com isso dois objetivos. Um deles é tornar o petróleo mais barato, diante das altas de preços. O outro seria desgastar o presidente Barack Obama para tirar os democratas da presidência nas próximas eleições, em 2016.