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casinoDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] O foco da economia capitalista, hoje em dia completamente parasitária, foi transferido da produção para a distribuição da mais-valia, obtida mediante mecanismos de exploração dos trabalhadores cada vez mais acentuados, pelos especuladores no mercado financeiro que têm transformado o mundo num verdadeiro “casino”.


Foto: Daniel Piraino (CC BY-NC-ND 2.0)

No contexto atual da crise capitalista mundial, os grandes bancos continuam obtendo grandes lucros em cima das transações com derivativos.

A movimentação do capital financeiro especulativo das bolsas de valores para os mercados de commodities (matérias primas), principalmente o do petróleo, em busca de maiores taxas de rentabilidade, tem como prática comprar nos mercados futuros para vender o mais rapidamente possível a preços mais altos. Esse mecanismo representa um fator determinante nos níveis atuais dos preços apesar da desaceleração da economia a nível mundial. A grande maioria das transações com commodities é feita nos mercados futuros, ao invés de no mercado spot, à vista, e por esse motivo, um mesmo produto acaba sendo comercializado dezenas de vezes antes de ser efetivamente vendido. Os especuladores seguram os contratos, que alcançam volumes enormes, para esperar pelo aumento do preço, aumentando desta maneira a distância entre os contratos e o mercado real.

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As medidas paliativas que os capitalistas e os seus governos tomam para estabilizar a crise dos “mercados globais”, somente podem conduzir a uma crise ainda mais profunda: diminuição dos ritmos de crescimento industriais e dos investimentos produtivos (o capital tem a tendência a migrar na procura dos maiores lucros), redução dos salários, crescimento do desemprego, aumento da pobreza. A economia capitalista mundial entrou em recessão. A aceleração do mercado de derivativos, e da especulação financeira em geral, levou ao crescimento das bolhas financeiras.

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O mercado industrial apresenta taxas de rentabilidade cada vez mais baixas devido ao aumento da composição orgânica do capital, fenômeno que Karl Marx explicou de maneira detalhada na sua obra prima O Capital. Hoje o PIB mundial é de aproximadamente US$70 trilhões, enquanto o volume das transações financeiras supera os US$ 1 mil trilhões, o que dá uma ideia da impressionante massa de dinheiro fictício, ou seja, que não apenas não corresponde à produção real, mas nem mesmo ao movimento geral da economia já fortemente contaminada pela especulação financeira.

O mercado financeiro é muito rentável para os grandes especuladores, mas as leis do capitalismo não podem ser ignoradas. Os investimentos financeiros não poderão continuar crescendo infinitamente enquanto a produção real cresce a taxas baixas e a recessão, que está em marcha neste momento, poderá levar todo o arcabouço extremamente artificial ao ponto de uma ruptura explosiva. Independentemente do curso imediato da crise, que tende a ser catastrófico, a economia capitalista inevitavelmente produz novas bolhas, ao mesmo tempo que insufla as anteriores, que conduziram a crises cada vez mais profundas do sistema capitalista de conjunto.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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