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3488968132 5ebe2568e7 zEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Nos próximos dias, o secretário do Departamento de Estado, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, visitará novamente a Rússia, onde se encontrará com o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e com o presidente Vladimir Putin.


John Kerry, secretário de Estado dos EUA. Foto: Ralph Alswang/Center for American Progress Action Fund (CC BY-ND 2.0)

Agora a discussão será sobre as negociações de paz na Síria. A “oposição” síria ligada à Arábia Saudita, a melhor financiada, concordou em ir à mesa de negociações. Esse era o objetivo dos Estados Unidos (ala Obama), da Rússia e do Irã. A questão da Ucrânia, que também será tratada na visita de Kerry, passa por aparar as arestas em relação ao vencimento da dívida dos US$ 3 bilhões que o governo ucraniano deve à Federação Russa, e que Poroshensko pretende dar um calote com a ajuda do FMI.

A primeira visita de John Kerry à Rússia aconteceu no mês de junho passado, quando foi estabelecido o acordo para que os russos atuassem na Síria. Naquele momento, Obama estabeleceu as bases para a estabilização do Oriente Médio. O problema é que essas bases passavam pela aliança com inimigos tradicionais dos Estados Unidos, passando por cima dos aliados tradicionais, em primeiro lugar a Arábia Saudita e Israel.

Os russos apertaram os ataques aéreos enquanto o Exército sírio avançava por terra com o apoio do Hizbollah (a poderosa milícia libanesa), as milícias xiitas e as forças especiais iranianas - os Quds.

A pressão de Obama se direcionava contra as “loucuras” dos aliados tradicionais que estavam incendiando o Oriente Médio em cima do apoio a vários dos “grupos rebeldes”, a começar pelo Estado Islâmico.

A posição do governo norte-americano e da União Europeia após a derrubada do SU-24, o bombardeiro russo, por caças turcos, confirmou a existência desses acordos. A Turquia é um membro da OTAN. O governo turco tentava atrair a OTAN contra a Rússia com o objetivo de proteger os "próprios" rebeldes, reduzir a influência dos curdos na fronteira e projetar o próprio poder na região por causa da necessidade imperante de manter e ampliar a política da Turquia como intermediária no transporte do gás à Europa.

Os sauditas aderem à política de Obama na Síria?

Recentemente, os “rebeldes” que se reuniram na Arábia Saudita e criaram um Conselho de Negociação para negociar com o governo sírio. Apesar de terem colocado como condição principal que o presidente al-Assad não participe do governo transitório, houve uma mudança em relação às posições anteriores em que os sauditas adiaram de todas as maneiras possíveis o início das negociações. O objetivo era fortalecer os "próprios" rebeldes e chegar à mesa de negociações em condições mais favoráveis.

Com o fortalecimento das posições do governo al-Assad e o enfraquecimento dos rebeldes, parece que foi atingido o ponto de ir à mesa de negociações. A política exterior também entrou num pântano no Iêmen e começa a avançar nas regiões do sul do país habitadas majoritariamente por xiitas.

Os sauditas representam a ala “cachorro louco” das potências regionais, ligada diretamente à ala de extrema direita dos Estados Unidos. Eles não estão satisfeitos com Obama, da mesma maneira que os sionistas israelenses também não o estão. Mas fazer o quê? Obama colocou pontos vermelhos, que não podiam ser ultrapassados, como por exemplo o envio de mísseis TOW, terra-ar, que tinham o potencial de criar sérios problemas para a aviação russa.

A política Obama avança também na América Latina, onde conseguiu impor Macri na Argentina e a vitória da direita na Assembleia Nacional venezuelana. Mas se trata de uma política transitória, pois a crise se aprofunda e as contradições tendem a se acirrar no próximo período.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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